CUT denuncia manobra do SINTTRAR para desmembrar base sindical do setor elétrico em plena pandemia

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Na noite desta quarta-feira (03) a Polícia Militar (PM) impediu a realização de uma assembleia de criação de um sindicato, com aglomeração de aproximadamente trinta pessoas, na sede do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Rodoviário (SINTTRAR), em flagrante descumprimento do Decreto nº 25.049, de 14 de maio de 2020, que instituiu o sistema de distanciamento social em Rondônia. O artigo 3º, inciso II, letra “a” do Decreto proíbe a “realização de eventos sociais e de reuniões de qualquer natureza, na primeira e segunda fase de caráter público ou privado, com mais de (cinco) pessoas”.

A PM compareceu ao local alertada por várias denúncias de vizinhos da sede do SINTTRAR, preocupados com a aglomeração de inúmeros trabalhadores, principalmente, da Energisa, além da diretoria do SINTTRAR, que estavam chegando ao local. Também compareceram ao local dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RO), a presidente Elzilene Nascimento e o diretor Magno Oliveira; além de diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil (STICCERO) e do Sindicato dos Urbanitários (SINDUR).

Os sindicalistas de outras entidades foram surpreendidos com um forte esquema de segurança na entrada da sede do SINTTRAR, que só permitia a entrada de quem fosse autorizado pelo presidente da entidade, o Da Silva, também vereador da Capital. Tal fato inusitado revela, na opinião dos sindicalistas, duas situações graves: uma, assembleias de criação de sindicatos têm que ser públicas, inclusive podendo ter cobertura da imprensa; a outra, é que ficou demonstrado o fato de que quem coordenava a assembleia para criação do novo sindicato não era a comissão pró-fundação de trabalhadores, mas o vereador Da Silva, que permitia ou não a entrada de quem chegava ao local da assembleia.

Tais fatos estão sendo registrados em Boletim de Ocorrência Policial, para posterior representação criminal do SINTTRAR, que irresponsavelmente estava realizando em sua sede uma reunião com mais de três dezenas de pessoas, em plena pandemia do coronavírus, expondo trabalhadores ao risco de contágio; bem como aos vizinhos da sede do sindicato, que fizeram várias denúncias ao 190 da PM, que enviou uma viatura ao local, tendo os policiais dispersados a aglomeração e impedido a realização da assembleia flagrantemente ilegal, por descumprir o Decreto de Calamidade Pública.

O objetivo da assembleia seria criar um novo sindicato, para desmembrar a base sindical do setor elétrico de Rondônia, atualmente representada pelo SINDUR. A diretoria da CUT repudiou a atitude do SINTTRAR, de interferência na base de outro sindicato, que notoriamente é uma entidade sindical atuante, que realiza frequentemente greves, mobilizações e negociações em benefício dos trabalhadores da CERON/Energisa/Terceirizadas, CAERD e Eletrobrás. Parte da base sindical que seria desmembrada pertence ao STICCERO, do setor de construção e montagem de linhas transmissão, distribuição e manutenção de rede, outra entidade sindical igualmente atuante.

A postura do SINTTRAR será denunciada, também, ao Ministério Público do Trabalho (MPT), tanto por expor dezenas de trabalhadores ao risco de contaminação, como pela interferência indevida na base de outro sindicato, em situação semelhante à prática antissindical, pois fragiliza a organização dos trabalhadores, num momento de grave crise.

Fonte: Assessoria CUT-RO.