CONFUCIO REAFIRMA COMPROMISSO COM A NOVA SAO CARLOS

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O candidato à reeleição ao governo pela coligação “Rondônia no Caminho Certo”, médico Confúcio Moura (PMDB), se reuniu domingo (17) com cerca de 300 moradores do distrito de São Carlos e outras comunidades da região para discutir com os atingidos pelas enchentes sobre a inclusão na sua plataforma de governo para um segundo mandato do projeto de construção da agrovila “Nova São Carlos”.

 

AMI2Com a construção da nova sede, 513 famílias que moram em áreas de risco na região serão transferidas para local seguro. Confúcio Moura disse aos moradores que a visita em companhia da deputada Marinha Raupp era a demonstração de que tanto o governador quanto o candidato à reeleição estão preocupados com o cenário de “terra arrasada” em que se transformou a região do Baixo Madeira. “Estamos unidos para encontrar caminhos e resolver essa questão social”.

 

No “Bar dos amigos”, centro de São Carlos, onde se reuniram os pescadores, produtores rurais e pequenos comerciantes, Confúcio Moura explicou que as famílias serão reassentadas em lotes urbanizados na “Nova Vila de São Carlos”, a 17 km da antiga sede.

 

A área desapropriada possui 326 hectares e fica próximo à desembocadura do rio Jamari com o rio Madeira. O decreto de desapropriação da área chamado de “Projeto Chacareiro” prevê a o objetivo social do ato e assegura a construção de residências mistas com terrenos de 50 x 25 metros.

 

AMI3Os trabalhos de terraplanagem, topografia, demarcação de lotes, demarcação da área de preservação ambiental, locais para construção de escola, posto de saúde, delegacia de policia, igrejas e centro comercial, além de um arquiteto estar elaborando o projeto de urbanização.

 

Uma comissão composta por técnicos da prefeitura de Porto Velho e representantes dos atingidos deverá ser formada para acompanhar os trabalhos. Confúcio Moura entende que o Estado e prefeitura devem caminhar juntos uma vez que muitas decisões dependem dos dois poderes executivos.

 

 

Depoimentos

 

AMI6Laerte Lucas, servidor da saúde, aprova a mudança de local, pois São Carlos se transformou em área de risco e ameaça de outras cheias. Lamentou o desastre natural, mas está otimista uma vez que São Carlos poderá se tornar um polo turístico pela sua história e sem correr o risco de enchentes e catástrofes como essa que abalaram a economia da região.

 

Na região, o rio Madeira não voltou ao nível normal e mede nessa época quatro metros acima da quota. O risco de uma nova enchente é eminente, segundo Laerte Lucas. Assim, é pegar com as duas mãos as casas que o Estado está oferecendo ou ir morar em outro lugar quando as águas subirem de novo.

 

DOMOO dono de hotel José Carlos Santana de Lima, “Zé da Onça”, mora há mais de 45 anos na região e não se lembra de ter visto uma cheia como a de 2014, e prefere não correr novos riscos. “Por isso apoiamos o projeto de mudança do Governo do Estado, até por uma questão de segurança”, disse. Para José Lima quem ficar não vai recuperar os prejuízos e ainda vai ter que arcar com as consequências no futuro. Em São Carlos o cenário é de “terra arrasada” com a lama da última cheia ressecada e dezenas de casas abandonadas.

 

A opinião dos moradores está dividida e nem todos apoiam a mudança para a “Nova São Carlos”. Maria José de Carvalho, 86 anos é uma delas e diz preferir permanecer no local, mesmo correndo risco. Delzuite dos Santos Nascimento, 62 anos, e casada com Francisco Bento Parra, 65 anos, também prefere permanecer morando na cidade antiga.

 

O padre Rafael de Gemelli promete acompanhar a comunidade que é tradicional e quer permanecer no local “com a esperança de que não venha outra enchente”.

Em São Carlos, segundo ainda o padre Rafael de Gemelli, existe uma cultura secular e se não houver uma nova enchente ela admite que o povo não irá sair. O padre reconhece a dificuldade que os governantes têm para decidir sobre o futuro e o destino de uma área ameaçada de risco. Inclusive a igreja dele, onde o assoreamento se encontra a cerca de cinco metros da marca da enchente.

 

Anita Pereira, 78 anos, e Lenice Vieira dos Santos, 71 anos, moram na comunidade Brasileira apoiam o projeto de mudança da cidade por serem duas vítimas da enchente.

 

A sede do distrito de São Carlos é uma ilha mais antiga do que a cidade de Porto Velho, cercado pelo Rio Madeira, Jamari e Lago do Cuniã, com área urbana medindo entre 400 e 700 metros. A construção da igreja datada de 1937, contou com o apoio do produtor de cachaça, álcool e açúcar, Rodolfo Guimarães, que viveu na região desde os tempos do Império até meados do Século passado.