Com 70 anos que serão completados em maio, metade dos quais na selva política, este médico e sargento Papa Mike tem no currículo, invejável, três legislaturas na Câmara Federal, um mandato e meio como prefeito de Ariquemes e dois mandatos como governador. O que pode estar sinalizando um político com tal trajetória, próximo de entregar o seu governo aparentemente arrumadinho, fazendo o sucessor e podendo disputar com folga uma vaga no Senado, quando teria declarado que não deixará o governo? A política é feita de sinais, por vezes trocados. Entendê-los através das mais diversas leituras é uma tarefa complexa, um campo minado de hipóteses por vezes ridículas ou letais, e contar com fontes mal posicionadas pode ser cicuta. Mas é uma tarefa sedutora e para poucos. Eu corro meus riscos, porque deles é que saem as respostas vitoriosas, mas também as derrotas. Absorver derrotas é também para poucos, por isto estou neste ofício de escriba digital, para fazer as leituras deste campo minado que acaba de ser lançado pelo governador através de interlocutores bem instruídos. Ou adestrados?
TUDO. OU NADA. | Sim, primeiro é preciso registrar que, até o momento em que escrevo este blog, final de tarde deste domingo calorento, tudo não passa de especulação. Pode ser tudo, como pode ser nada, inclusive uma ejaculação verbal. Enquanto a fonte original não se manifestar, é pura especulação. E enquanto isto não ocorre – e pode não ocorrer – o melhor exercício não é especular e sim analisar detidamente o que sinaliza este animal político de 70 anos, com os costados endurecidos por uma trajetória sem trégua e que, para além dos seus feitos, tem malfeitos com riscos jurídicos muito severos. E tais riscos, no cenário atual, representam enorme potencial para que ele seja abatido em sua jornada. Precisa, de qualquer maneira, de um mandato, e quanto mais alto no topo da pirâmide, melhor. Por isto mesmo, este sinal especulativo lançado neste sábado, tem todas as características de potencial estratégia eleitoral insofismável. Afinal, ele não pode correr riscos. Para diminuí-los ao máximo, precisa criar oportunidades midiáticas próprias destes novos tempos, sensíveis e rudes, belos e trágicos. E Confúcio Moura não é de meia boca. Em 2014, em silêncio quase sepulcral e para não repetir os erros do nascente marketing digital de 2010, trouxe para sua campanha um mestre quase mago desse campo agora dominante, nosso parceiro Marcelo Vitorino. Do outro lado, Expedito Júnior montou uma barraquinha com dez computadores pra fazer marolinhas diante do tsunami digital confucionista. Deu no que deu. Expedito não aprende.