Confiança era tanta que Hildon Chaves mandou fazer três mil camisetas e já tinha cronograma de vacinação

0
173

PORTO VELHO- Pela certeza de que tinha feito uma negociação idônea, com empresa séria, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB) está muito envergonhado pelo golpe que sofreu. Logo ele que tinha fama de saber quem é quem na bandidagem rondoniense. A confiança era tamanha que mandou até confeccionar três mil camisetas que ia utilizar durante a vacinação em massa, o que certamente lhe garantiria bons pontos no Ibope.

Mas tudo não passou de uma fraude, conforme apura a Polícia Federal no Rio de Janeiro. Para fugir do assédio da imprensa e sair do foco, Hildon Chaves disse que vai à capital fluminense acompanhar as investigações sobre o golpe que caiu em Rondônia.

Porto Velho chegou a separar R$ 20 milhões

Entre os municípios que receberam a oferta estão Duque de Caxias e Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, e Porto Velho, em Rondônia. Somando apenas esses contratos, o golpe renderia quase R$ 70 milhões aos suspeitos.

Caxias chegou a assinar um contrato de intenção para compra de um milhão de vacinas no valor de R$ 45 milhões.

Porto Velho começou a negociar há mais de um mês a aquisição de 400 mil doses. O acordo passa por uma inspeção do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia. Ao todo, R$ 20 milhões foram investidos para a compra das vacinas. O dinheiro está bloqueado e só seria liberado com a remessa embarcada.

Reunião no RJ foi gravada

O inquérito foi instaurado logo após oferta a políticos de Barra do Piraí, que desconfiaram da empresa e das formas de negociação. Eles acionaram agentes da Polícia Rodoviária Federal, que fizeram contato com os investigadores da Delegacia de Combate à Corrupção.

Uma reunião de oferta de doses foi gravada, com autorização da Justiça.

“Os sócios ofereceram as doses para a Prefeitura de Barra do Piraí e utilizaram como exemplo o município de Porto Velho, em que já houve o pagamento e atraso na entrega das doses prometidas”, disse o delegado.

Fonte: Mais Rondônia e G1