Com a desistência de Freixo, PT vai lançar Benedita da Silva à prefeitura do Rio

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Rio-O PT vai lançar candidatura própria à prefeitura do Rio de Janeiro. Com a desistência do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), cujo apoio Lula já tinha hipotecado, o partido indicará a deputada federal Benedita da Silva, que já foi governadora do Rio de Janeiro.

Negra, mulher e oriunda de família humilde, Bené, como é conhecida entre eleitores e correligionários de partido, possui uma folha de serviços prestados à causa popular incomparável. Vereadora, deputada federal constituinte, vice-governadora, governadora do estado do Rio de Janeiro e senadora eleita com 2,4 milhões de votos, Benedita da Silva pautou sua atuação pela defesa das minorias, em especial as populações carentes nas favelas, as mulheres e os negros

Uma das lideranças históricas mais importantes na trajetória de 40 anos de luta do Partido dos Trabalhadores por uma sociedade mais justa, a deputada Benedita da Silva (PT -RJ) é o nome escolhido pela legenda para disputar as próximas eleições à prefeitura do Rio de Janeiro. Negra, mulher e oriunda de família humilde, Bené, como é conhecida entre eleitores e correligionários de partido, possui uma folha de serviços prestados à causa popular incomparável. Vereadora, deputada federal constituinte, vice-governadora, governadora do estado do Rio de Janeiro e senadora eleita com 2,4 milhões de votos, Benedita da Silva pautou sua atuação pela defesa das minorias, em especial as populações carentes nas favelas, as mulheres e os negros.

Benedita começou a atuando na Associação de Favelas do Estado do Rio de Janeiro. Trabalhava como voluntária, alfabetizando adultos e jovens na favela do Chapéu Mangueira por meio do método Paulo Freire. Levando uma vida paralela de estudante, formou-sem em Serviço Social e Estudos Sociais. Participou da formação do PT, por onde se elegeu como a primeira vereadora do partido e primeira mulher negra a pisar na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. 

Sua notável batalha em defesa da mulher, da igualdade racial, das trabalhadoras domésticas, dos direitos humanos e das comunidades das favelas levou Benedita ao Congresso Nacional. Em 1986, eleita deputada federal, trabalhou ativamente no Congresso Nacional como suplente da Mesa Diretora da Câmara na Constituinte. Seus esforços ajudaram a construir os consensos progressistas que levaram à nova Constituição de 1988.

Entre as conquistas, os direitos das trabalhadoras domésticas, direitos da mulher, o direito de mulheres presidiárias ficarem ao lado dos filhos durante a amamentação e a igualdade racial.  Também batalhou pela titulação das terras de quilombos, Foi suplente da Mesa Diretora da Câmara na Constituinte.

Benedita foi ministra de Desenvolvimento Social do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva como presidente e secretária estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro. Quando governou o estado do Rio de Janeiro, em 2002, nomeou 20% de negros para o primeiro escalão, uma medida inédita e histórica no país. Também implantou a lei cotas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Também é de sua autoria o projeto que elevou Zumbi dos Palmares ao panteão dos heróis nacionais. Ainda por sua atuação direta, a data de 20 de novembro hoje é o Dia Nacional da Consciência Negra.

Vitória da cultura

A guerra mais recente da deputada deu-se no setor cultural, de onde saiu vitoriosa. Em meio à catástrofe da pandemia do coronavírus no país, é dela o projeto de lei (PL 1075/20) que prevê renda básica emergencial para os trabalhadores do setor cultural durante a vigência da pandemia. O projeto foi aprovado pelo Senado e estabelece a destinação de R$ 3 bilhões ao setor. A votação foi unânime entre os 76 senadores presentes. O texto aponta que o benefício irá  ajudar profissionais da área e os espaços que organizam manifestações artísticas, prejudicados pela propagação da doença no Brasil.

“É importante sempre lembrar que o setor cultural emprega mais de 5% da mão de obra do País, o que significa que há cerca de 5 milhões de brasileiros que se dedicam ao setor, dos quais 3 milhões não possuem renda fixa, em função da instabilidade e sazonalidade de suas atividades profissionais na área cultural”, lembrou Benedita, em entrevista concedida recentemente ao portal ‘ PT na Câmara’. “Grandes restrições foram impostas às atividades culturais em todo o País, e até o momento, o governo não apresentou nenhuma proposta para resolver o impacto econômico que o isolamento social provoca na vida desses trabalhadores”, criticou a deputada.

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