Bobinhos
A fumaça ainda persiste em todo o Brasil, mas o mandado de prisão contra Nivaldo Lima, vulgo Gustavo Lima, durou menos de 24 horas. Quem teve ministro do STF no aniversário em iate de luxo na Grécia, além do governador do Goiás, regado a champanhe de R$ 3,5 mil e vinho de R$ 80 mil, é bem capaz de ser preso. É ruim, hein? Moveram montanhas mas o habeas corpus foi concedido, não só para o Nivaldo, mas para todos os contraventores, digo, influencers, envolvidos em jogatinas virtuais. Quanto deve ter custado o tchê, terere, tchê, tchê? O valor de uns cinco cachês ( um milhão cada). Até o porteiro do tribunal deve ter levado o dele. The show must go on.
A polarização
Os analistas políticos mais confiáveis afirmam que a polarização iniciada nas eleições de 2018 é um fato que veio para ficar. E mais: afirmam que este não é um fenômeno exclusivo do Brasil. As eleições francesas e americanas, dizem, são dois exemplos inquestionáveis disso. Ora, se isto é fato, por que os partidos e candidatos que ocupam a esquerda e o centro civilizado na disputa eleitoral em Porto Velho não defendem os seus quintais? Duas razões explicam isso.
A polarização 2
A primeira razão é o receio de se ver como minoria em uma disputa eleitoral. O histórico 30% de votos que a esquerda obtém em Porto Velho sugere derrota. Esquecem que a eleição ocorre em dois turnos e que, ao contrário dos EUA, aqui existem mais de dois partidos. A segunda razão é que esquerdistas ignoraram o fato de que a direita controla as duas máquinas do estado mas, não levaram em conta a única máquina que poderia se contrapor a elas: a máquina federal.
A polarização 3
Ao negar inserir o governo federal (e suas ações) no debate eleitoral local, os candidatos de esquerda e do centro ficaram sem o discurso concreto (e convincente) das entregas. Embora ocupem espaço significativo no governo federal, a esquerda e o centro não consideraram a importância dos seus agentes políticos – com ou sem mandato – que representam o estado em Brasília. Mesmo que estes não existissem, a capacidade de investimento – e a qualidade e quantidade dos programas e projetos – da União produz mais impacto na vida das pessoas do que as ações estaduais e municipais somadas. Um exemplo disso: a política habitacional é conduzida pela união e não pelo estado ou município.
A polarização 4
Com estes movimentos da esquerda e do centro, a direita, que já é quase hegemônica em PVH e no estado, ficou sem contraponto. Sem a defesa do governo federal por parte dos candidatos da esquerda e do centro, os eleitores que votaram em Lula em 2022 se sentem abandonados em relação à defesa dos seus interesses. No auge da polarização política, em 2022, quando a animosidade entre os dois lados alcançou o seu auge, 30% destes eleitores decidiram manter o voto em Lula. Vencedor nas eleições mais desequilibrada da história, e realizando um governo de reconstrução, Lula foi solenemente esquecido pelos candidatos – e partidos e marqueteiros – da esquerda e do centro. E ele, Lula, não negou espaço (e recursos e prestígio) à esquerda e ao centro no seu governo.
E Lula ?
Em agosto o presidente Lula avisou que teria “pouco” envolvimento nas campanhas de eleições municipais em todas as regiões do Brasil. O chefe do Executivo atribuiu a sua participação reduzida à preservação de seu mandato, a fim de cumprir o que “prometeu ao povo brasileiro”. “Eu posso gravar uma mensagem, mas ela será menor. Eu não viajarei muito para fazer comício, porque eu quero preservar o meu mandato fazendo aquilo que eu prometi para o povo brasileiro. Se eu tiver que fazer um comício, tenho que fazer uma agenda de trabalho o dia inteiro”.
E Lula ? 2
Lula destacou também a correria de suas viagens internacionais. Hoje, por exemplo, ele está em New York. Cumprirá agendas na COP 29, no Azerbaijão, na reunião do Brics, na Rússia, e depois na Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), no Peru. No Brasil, terá a reunião do G20, marcada para novembro. Até o momento, o petista participou de dois comícios ao lado do candidato à prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (Psol-SP) e da vice Marta Suplicy (PT-SP). Gravou também dois vídeos pedindo votos para candidatos de seu partido às prefeituras das cidades com mais de 100 mil habitantes. Disse contar com os votos para integrar o “time”.
Enquanto isso…
O ex-presidente Jair Bolsonaro, está percorrendo todo o país em apoio aos candidatos a prefeitos do PL e de aliados. Hoje, por exemplo, ele desembarca às 13h em Ji-Paraná onde participa de comício e grava com candidatos a prefeitos do PL. Amanhã ele estará em Porto Velho, onde participa de um comício em prol da candidata Mariana Carvalho (UB), às 18h. Adivinha quem vai eleger a maioria dos prefeitos no Brasil?
Debate
A Radio Rondônia FM-Cremero, fará o primeiro debate destas eleições amanhã, 26 de setembro, às 19 horas. Estão confirmados para o debate os candidatos Benedito Alves (Solidariedade), Célio Lopes (PDT), Euma Tourinho (MDB), Léo Moraes (Podemos), Mariana Carvalho (União Brasil), Ricardo Frota (Partido Novo) e Samuel Costa (Rede Sustentabilidade). O evento será transmitido online pela @radiorondonia FM 93,3 e pelo canal do YouTube do Cremero. Clique aqui e inscreva-se agora.
Debate 2
Líder absoluta nas pesquisas, a candidata a prefeita Mariana Carvalho é esperada não só nesse, como nos demais debates. O problema é que o debate do Cremero acontece quase no mesmo horário do comício com Bolsonaro. Se ela não for nesse, com certeza irá nos próximos debates: da SIC TV (Record), no dia 28 de setembro (próximo sábado), da TV Norte (SBT), dia 30 de setembro e da TV RO (Globo) dia 3 de outubro.
Debate 3
A história política de Rondônia e do Brasil tem escrito que os debates definem o futuro de um candidato. E é verdade, haja vista o que já ocorrreu em tempos passados mas não tão distantes. Em 2016, o então candidato a prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB) estava em penúltimo lugar nas pesquisas, e foi num debate que ele disparou e venceu aquela eleição. Em 2020 se reelegeu.
São Paulo
Assim como em Porto Velho, a TV Record fará debates em todo o Brasil no dia 28 de setembro. O mais esperado deles é o de São Paulo. Tudo porque as eleições da capital paulista tem atraído as atenções de todos, devido a importância delas. Sem falar também por causa dos BOs que tem ocorrido nestes debates ultimamente. BO mesmo. Boletim de ocorrência policial.
Guarda Municipal
A maioria dos candidatos a prefeito de Porto Velho, prometeu em campanha instalar a Guarda Municipal. Uns com armas (Léo Moraes, Celio Lopes, Marina e Euma), outros sem armas (Samuel Costa). Com armas ou sem, quem aprovou a lei criando a Guarda Municipal em 2013, foi o então vereador, Léo Moraes. Mas de lá para cá, a corporação nunca saiu do papel. Pelo jeito, agora sai.
Guarda Municipal 2
“A escalada da violência em Porto Velho não pode continuar! Nossa cidade precisa de segurança, e é por isso que vamos criar uma Guarda Municipal Armada, preparada para proteger nossas famílias e devolver a paz às nossas ruas”, disse Léo.
Breakfast
Por hoje é só. Este é o breakfast, o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção com os temas de destaque da política em Rondônia e do Brasil.
(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político
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