Coluna Zona Franca

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Ponte Dilma Rousseff

O presidente Bolsonaro inaugurou nesta sexta, 7, a Ponte Dilma Rousseff. Idealizada em 2009 no governo Lula, tendo a então senadora Fátima Cleide (PT) como uma das mentoras, a obra atravessou quatro governos. Poderia ter sido concluída pelo governo Dilma, mas, ela foi impedida de continuar governando por conta de uma inexistente pedalada fiscal. A Bolsonaro coube apenas fazer o reboco e o acabamento, mas  festou como aquele jogador que fez o gol da conquista do campeonato.

Vaias e garçonice

O governador de Rondônia, Marcos Rocha (Sem partido) e o senador Marcos Rogério (DEM-RO), protagonizaram cenas bizarras. Rocha foi vaiado copiosamente. Já o senador se esforçou para tirar a foto descerrando a fita inaugural, lembrando uma figura chamada Lindomar Garçom.

Massacre

O jornalista Ascânio Seleme, colunista do jornal O Globo, confirmou que o novo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), que era vice de Wilson Witzel (PSC), afastado por impeachment, deu aval às execuções no Jacarezinho, que deixaram 28 mortos. A operação da polícia civil desafiou determinação expressa do Supremo Tribunal Federal – o que, segundo o jornalista, constitui crime de responsabilidade. Por isso mesmo, Seleme defende que, assim como Witzel, Castro, que caiu de paraquedas no governo do Rio, também seja afastado.

Deu o start

O jornalista Luís Nassif postou no Twitter que  Bolsonaro, quando foi ao Rio de Janeiro recepcionar o assessor de um jogador que estava preso na Rússia, teve uma reunião com portas fechadas com o governador do Rio. No dia seguinte aconteceu a chacina do Jacarezinho. O STF havia proibido operações da polícia em favelas durante a pandemia. O católico fervoroso, devoto de Maria, Claudio Castro (PSC) protagonizou a maior chacina já ocorrida no Rio de Janeiro, que repercutiu negativamente no Brasil e no Mundo civilizado.

Comando Vermelho X Milícias

Paira no ar a ideia de que o massacre do Jacarezinho enfraquece o poder do Comando Vermelho para favorecer as milícias. Está longe de ser uma ideia descabida, diga-se. Em uma cidade cada vez mais dominada por gente como Adriano da Nóbrega e pelos comparsas do “cara da casa de vidro”, é natural que se faça a ligação entre uma coisa e outra. De modo simbólico, sim, é possível que as milícias aplaudam o massacre.

PT e PSOL

A deputada federal Benedita da Silva (PT-RJ) e a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados apresentaram ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), requerimento pedindo a formação de uma Comissão Externa para acompanhar as apurações sobre a chacina do Jacarezinho, ocorrida na quinta-feira (6). Com 28 mortes confirmadas, a “Operação Exceptis” teve a participação de 200 agentes da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Liga Camponesa

O que ocorreu no Rio de Janeiro poderá se repetir em Rondônia. Bolsonaro ameaçou colocar a Liga Camponesa dos Pobres (LCP) “nos trilhos”, o que significa uma nova chacina se anunciando. Lembrando que a maioria das terras de Rondônia foi grilada, invadida por posseiros do Sul. Inclusive invadiram terras indígenas e mataram índios. E hoje posam de “proprietários de terras”.

Menos vacinas e mais mortes

A falta de vacinas continua matando milhares de brasileiros por dia. A recusa do presidente em adquirir vacinas no ano passado, quando todas as nações fizeram as suas reservas, resultou numa tragédia. Bolsonaro apostava na contra ciência ao receitar Cloroquina e acreditar na imunidade de rebanho. O vice-governador do Amazonas denunciou que Bolsonaro combinou com o governador que o estado iria ser cobaia da imunidade de rebanho. Deu no que deu. Por conta disso o ex-ministro da Saúde, general Pazuelo, está fugindo da CPI da Covid como o diabo foge da cruz.

Centrão e Lira

Já é consenso que o impeachment de Bolsonaro é imperativo neste momento. Interromper a escalada da barbárie só com impeachment. O Centrão já está desembarcando do Titanic. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) está sendo pressionado. Lira deveria aproveitar a CPI da Covid para tirar da gaveta os 150 pedidos impeachment contra Bolsonaro. Contra Dilma, uma simples “pedalada fiscal” foi motivo para afastamento. Contra Bolsonaro tem vídeos, áudios, declarações pessoais, tudo que o incriminam.

Eleições 2022

Em Rondônia é visível os desgastes do governador Marcos Rocha (sem partido), do prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSB) e do senador Marcos Rogério (DEM-RO). Durante a inauguração da ponte do Abunã (mais conhecida como Ponte Dilma Rousseff), ficou evidente que o eleitorado de Rondônia rechaçará esses nomes para o governo de Rondônia. Marcos Rogério que pretende concorrer ao governo em 2022, está dando rajadas de tiros no pé ao defender com unhas e dentes o presidente Bolsonaro na CPI da Covid. Sairá da CPI segurando uma das alças do caixão de Bolsonaro.

Eleições 2022- 2

O governador Marcos Rocha foi vaiado pela claque organizada pelo deputado federal Chrisóstomo (PSL-RO). Rocha foi chamado de mentiroso durantes as vaias, em alusão ao encontro que ele teve com Bolsonaro mês passado, afirmando que não tomou medidas drásticas como isolamento social, fechamento do comércio. Realmente ele mentiu ao presidente. Por outro lado, o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB) também foi vaiado por conta de que caiu no golpe do Vigário ao anunciar compra de 400 mil doses da vacina AstraZeneca. Dificilmente Chaves recupera o prestígio que tinha antes, ao ser reeleito em 2020.

A vez da esquerda

Infortúnios para uns, alegria para outros. A esquerda rondoniense que andava meio escondida, reaparece com ares de que pode disputar cargos majoritários com reais chances de vitórias. Para o governo de Rondônia, o ex-prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires (PSB) vem sendo bastante cogitado. A ex-senadora Fátima Cleide (PT) conta com apoio do partido para disputar o Senado e até o governo. Com a volta de Lula para o ringue político, o PT cresce em todo o País.

 

 

Por equipe do Mais Rondônia