Coluna Zona Franca

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Eleições 2022

Foi uma  loteria. O prefeito de Porto Velho (RO), Hildon Chaves (PSDB), apostou seu futuro político na compra das 400 mil doses de vacona da AstraZeneca. Perdeu. Era fraude. Caiu no conto do vigário. Para quem enxerga um criminoso em dois minutos de conversa, parece que ele perdeu o faro. Se ele tinha pretensões de disputar o governo em 2022, deverá rever. Talvez emplaque para deputado federal. Nada mais. A disputa pela sucessão estadual está aberta, sem favoritos.

Hildon experiente

Um Zé Ninguém cair num golpe desse é aceitável, mas o prefeito de Porto Velho tem fama de ser bem sucedido nos negócios e experiente no campo jurídico, já que atuou por décadas no Ministério Público de Rondônia como procurador de justiça. Com certeza um ato falho com consequências negativas para quem tinha pretensões de chegar ao governo de Rondônia.

Quem foi o contato?

Para cair nesse golpe esdrúxulo alguém muito próximo ao prefeito deve estar envolvido. Quem? A proposta chegou através de alguém muito, muito próximo ao grupo de poder de decisão e que, por influência, propôs essa fraude porque iria faturar um bom dinheiro. Mas, nesta hora o silêncio é como o câncer escondido.

São Tomé

Na Bíblia, Tomé só acreditou em Jesus depois de vê-lo pessoalmente. Parece que Tomé tupiniquin não aprendeu a desconfiar.

Ivo Cassol

Outro que embarcou num barco furado foi o ex-governador de Rondônia, Ivo Cassol (Progressistas), que, a despeito de ajudar no combate ao coronavírus, também caiu no conto do vigário. Ele protagonizou uma das cenas mais ridículas dos últimos tempos ao gravar vídeo fazendo um “procedimento” com solda, para, supostamente eliminar o vírus do corpo de um funcionário dele. É cada um que quer ser governador de Rondônia. No caso dele, voltar ao governo.

Marcos Rogério

Outro pretenso candidato ao governo de Rondônia que está apostando seu futuro político num barco furado é o senador Marcos Rogério (DEM-RO), vice-líder do governo Bolsonaro no Congresso Nacional. Marcos Rogério que se notabilizou como relator da cassação do deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), agora defende com unhas e dentes o governo na CPI da Covid, mais conhecida como CPI do Genocídio. A coluna aposta que Marcos Rogério também perderá a chance de disputar o governo com essa defesa intransigente.

Quem será o governador?

O atual governador de Rondônia, Marcos Rocha (sem partido), é outro que não emplaca reeleição em 2022. Completa e insanamente alinhado ao presidente Bolsonaro, anunciou com a alarde a compra de 1 milhão de vacinas e morreu o assunto. Também não assinou carta dos governadores à Biden, pedindo apoio contra o desmatamento em Rondônia. Com isso, qualquer candidato exceto Hildon Rocha, Marcos Rogério e Marcos Rocha, poderão pleitear e se eleger governador em 2022. O ex-prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires (PSB) é um dos mais fortes candidatos à sucessão estadual.

Fora, Salles

O governo brasileiro participa, a partir de hoje, da Cúpula dos Líderes sobre o Clima, convocada pelo presidente americano Joe Biden,  dissociado de praticamente todos os segmentos da sociedade. Essa situação é inédita, na avaliação de ambientalistas, e mostra o isolamento a que chegou o Brasil, após dois anos de ações de desmantelamento do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama), recorde de desmatamento (o maior em dez anos em março) e proteção de setores interessados em comércio ilegal de madeiras e mineração em terras indígenas. Fora, Salles.

Fora, Salles 2

“As forças vivas da sociedade brasileira, seja a academia, a ciência, as ONGs e os setores produtivos mais desenvolvidos, que têm maior clareza do momento atual, estão hoje dissociadas da posição do governo”, afirma Carlos Bocuhy, presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam).  Fora, Salles.

Fora, Salles 3

Exemplo disso foi a carta dos governadores brasileiros ao presidente Biden, buscando uma negociação direta sobre o clima. Vinte e quatro governadores brasileiros entregaram ao embaixador americano no Brasil, Todd Chapman, uma carta endereçada a Biden, em que se comprometem com a “emergência climática global” e pedem cooperação para questões ambientais no país. “Quando um país está completamente dividido entre as forças vivas da sociedade e seu governo, não há nenhuma confiabilidade possível com as atitudes do governo. A confiança é a base da diplomacia”, diz Bocuhy. Fora, Salles.

Por equipe do Mais Rondônia