Coluna Zona Franca

Por Roberto Kuppê (*)

Um grande ministro

Como a coluna antecipou, a condução de Flávio Dino ao STF transcorreu com certa apreensão, mas deu tudo certo. Até o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), quem diria, votou a favor dele. Com certeza absoluta o STF ganhou um grande ministro, à altura da corte.

Apoio divino

A vitória de Flávio Dino teve a ajuda de Deus. Terrivelmente católico, o novo ministro do STF teve que enfrentar os demônios de Silas Malafaia que levou centenas de pessoas a jejuarem “em nome de Deus”, contra a aprovação dele. Deus não atendeu ao pedido do capiroto e tudo transcorreu como deveria.

Agora ferrou!

Com a ida de Flávio Dino para o STF, agora são sete os ministros indicados pelo PT. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes tem atuado com perfeição contra a corrupção e a quem faz ataques contra a democracia. Podemos afirmar que de agora em diante, o STF terá um trio da pesada para enfrentar aos que atentam contra a Constituição Federal. Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino, os novos Vingadores. Flávio Dino integrará a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ao lado dos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.

O voto de Sérgio Moro

Sérgio Moro votou a favor de Flávio Dino, porque quem tem “c” tem medo. Lá na frente Moro vai precisar do novo ministro. O que gerou revolta nas redes sociais. O MBL que apoia Moro está em guerra com bolsonaristas que não perdoam a “traição”. Até o amigo de treta Deltan Dallagnol ficou puto com o voto de Moro.

O voto de Sérgio Moro 2

Sem citar o nome de Sérgio Moro, Dallagnol postou: “Senadores que votaram no Dino por emendas parlamentares ou por medo de vingança violaram o dever que têm com seus eleitores. Se você permite que o sistema te controle com dinheiro ou ameaças, você virou sistema. Mesmo tendo sido cassado eu não me arrependo de nunca ter aceito emendas e cargos do governo e de nunca ter baixado a cabeça para os donos do poder. Eles podem tirar de mim a paz, mas não a coragem; o cargo, mas não a luta; o salário, mas não o valor”.

O voto de Sérgio Moro 3

Uma troca de mensagens entre o ex-juiz suspeito e senador Sérgio Moro e seu suplente, o advogado Luiz Felipe Cunha, trouxe à tona bastidores da votação de Flávio Dino para o Supremo Tribunal Federal (STF). As mensagens, obtidas pelo jornal O Globo, apontam que o ex-procurador e deputado cassado Deltan Dallagnol teria ficado “desesperado” com aprovação de Dino para a Suprema Corte. Na troca de mensagens com Moro, Cunha diz que Dallagnol estava “desesperado”. “Me ligou, mandou mensagem e etc”, escreveu o advogado em um trecho do diálogo. Em resposta, Moro diz que Dallagnol também o procurou. “Mandou msg aqui”, postou. “Falo algo aqui? “O que acha?”, completou. Cunha diz então o que escreveu ao ex-procurador sobre Moro. “Estarei ao seu lado sempre, por lealdade, por saber que você é um cara correto”. O fato é que a situação de Sérgio Moro vai piorar após esse imbróglio.

Posse em fevereiro

Flávio Dino manteve na manhã desta quinta-feira, reunião com o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso. Ficou acordado que a posse será no dia 22 de fevereiro. Segundo Dino, o encontro foi a convite de Barroso, para “agradecer a acolhida fraterna” dos integrantes do Supremo. “Ao mesmo tempo, começamos a tratar dos detalhes práticos destinados à posse”.  O ministro afirmou que pretende permanecer à frente do Ministério da Justiça para fazer uma transição. No entanto, tem um encontro com o presidente Lula nesta tarde para saber como ele “está vendo esses prazos”.

COP 28

Fora os que foram apenas para fazer turismo, a  COP 28 terminou em Dubai e o texto do primeiro Balanço Global, documento oficial da conferência, trouxe a esperança de que  pode não ser o fim. Pela primeira vez em 30 anos de reuniões entre os países integrantes das Nações Unidas, os combustíveis fósseis foram reconhecidos e citados como os grandes vilões do clima.

COP 28 2

“Apesar de não termos um plano claro sobre como se dará a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, o ganho real da COP 28 foi colocar tais combustíveis no centro do debate, responsabilidade que nenhuma das 27 Conferências do Clima anteriores tinham assumido. (…) Agora, os países precisam construir com clareza os mecanismos de implementação, especialmente os que dizem respeito a financiamento, capacitação e transferência de tecnologia aos países em desenvolvimento, o que deverá ser debatido na COP 29” – Camila Jardim, especialista em Política Internacional do Greenpeace Brasil.

Leilão de petróleo

Apesar do que se tratou na COP 28,  aconteceu no Brasil o “leilão do fim do mundo mundo”, da ANP¹, que ofertou blocos de petróleo em regiões próximas a Fernando de Noronha, Atol das Rocas e na Bacia do Amazonas. A Petrobras não participou do leilão.

Balanço positivo

O senador Confúcio Moura (MDB-RO) fechou os trabalhos da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), da qual é presidente, com a leitura do Relatório Final das atividades de 2023, exaltando a participação dos senadores membros. Confúcio Moura apresentou números e fez comparações com os anos anteriores. Segundo ele, em 2023 foram realizadas 52 reuniões, sendo que em 2022 foram 17 e em 2021 14 reuniões. Destas 52, 16 foram deliberativas. “Também ampliamos os debates consideravelmente, realizando 31 audiências públicas em 2023, enquanto em 2022 foram registradas 8, e em 2021, apenas 7. Hoje, os problemas estruturais existentes no Brasil são de domínio público”.

Balanço positivo 2

Confúcio ainda fará um balanço geral de sua atuação como senador da República por Rondônia, mostrando em números reais tudo que fez pelo estado. Se comparar com o trabalho dos outros dois senadores, a diferença é gritante. Não é à toa que, em dois dias apenas, a assessoria de imprensa do senador enviou cinco releases sobre seus trabalhos no Senado Federal. Ele realmente tem o que noticiar de positivo. Quem ganha com isso é a população do estado de Rondônia.

Bancada Federal

O senador Confúcio não deixou de elogiar a bancada federal de Rondônia, que está unida e trabalhando em prol do estado.  “Somos de partidos diferentes, mas nosso objetivo é único: fazer o melhor para Rondônia. E isso está se refletindo nas Emendas de Bancada, que destinaram incríveis R$ 350 milhões para diversas áreas essenciais. É gratificante saber que todas essas grandes políticas estão sendo contempladas com recursos para o ano de 2024. É uma sensação de dever cumprido poder colaborar com nosso querido estado e sua população. Estamos focados em impulsionar o desenvolvimento, fortalecer a educação, saúde, infraestrutura, segurança e tantas outras áreas que impactam diretamente na qualidade de vida dos rondonienses. Seguimos firmes, juntos e comprometidos, colocando as diferenças partidárias de lado em nome do bem comum. Unidos, podemos fazer muito mais por Rondônia!”.

Camilo em RO

O ministro da Educação, Camilo Santana, estará no dia 19 em Porto Velho. Ás 14h, no Teatro Estadual Palácio das Artes, ele assinará a formalização da adesão aos programa do MEC: Pacto Nacional pela retomada das Obras da Educação Básica, Compromisso Nacional Criança Alfabetizada e Programa Escola em Tempo Integral. É possível que o ministro seja acompanhado pelo senador Confúcio Moura. A informação é da ex-senadora Fátima Cleide (PT).

Terra de Djavan

O jornalista Fernando Gabeira está de passagem por Alagoas, nas suas andanças de repórter, para ver o impacto da tragédia da Braskem. Comentarista da GloboNews, sereno e longe da lacração desses tempos, ontem ele fez um comentário pertinente: Alagoas não é só Renan Calheiros e Arthur Lira. É terra de Jorge de Lima, Nise da Silveira, Djavan. Infelizmente, o que se ressalta no resto do país é a brigalhada da dupla acima.

Economia bombando

Mesmo com algumas análises de que o Comitê de Política Monetária (Copom) trouxe sinais mais hawkish (duros) com relação à política monetária na véspera, o Ibovespa segue a euforia do último pregão e chegou a renovar a máxima histórica intradia na manhã desta quinta-feira (14), com a continuidade das altas em meio ao cenário de corte de juros por aqui e também com a visão de corte de juros pelo Federal Reserve. Já na máxima do dia desta quinta, o índice foi aos 131.295 pontos, logo durante a manhã. Às 10h37 (horário de Brasília), a alta era menor, mas ainda expressiva, de 1%, a 130.765 pontos.

Economia bombando 2

Logo após o Fed, depois do fechamento do mercado de ontem, foi a vez da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre os juros. A expectativa de consenso era por um novo corte de 0,50 ponto porcentual na Selic, trazendo a taxa de juros de referência no Brasil de 12,25% para 11,75% ao ano, o que ocorreu. O dólar continua abaixo de R$ 5 reais, cotado a R$4,90.

 

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político.

Informações para a coluna:  [email protected]

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