COLUNA RETICÊNCIAS POLÍTICAS…  –  Por Itamar Ferreira

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A falácia do JBS Friboi sobre falta da matéria-prima, o fechamento de frigoríficos em Rondônia e o cartel da carne…

… o todo poderoso JBS Friboi está fazendo os pecuaristas de Rondônia reféns de um cartel que está sendo ardilosamente consolidado, pois com o seu mega poderio econômico e com predomínio na exportação de carnes o gigante quer ditar as regras ao mercado em Rondônia. Dentro desta estratégia este ano ele já fechou as unidades: de Ariquemes, 267 trabalhadores demitidos, e Rolim de Moura, com 469 demissões (estas demissões foram suspensas pela Justiça)…

… a estratégia do JBS Friboi parece ser bem clara, ele se instala numa região, “quebra” a concorrência e depois fecha a unidade e transfere a produção daquele lugar para outro frigorífico da empresa mais próximo. Mas o “pulo do gato” é que ele “condena” a região em que foi fechado o seu frigorífico a não ter um outro instalado, pois ele mantém no local sua planta de produção instalada e pronta para entrar em operação caso algum outro grupo empresarial queira investir naquele município…

… é interessante observar que o JBS Friboi tem muito “café no bule”,como costumava dizer um certo ex-governador, pois a recebeu mais de R$ 7.5 Bilhões de Reais em empréstimos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), além de ter tido lucro líquido de R$ 3.36 Bilhões de Reais no primeiro trimestre do ano de 2015…

… fica evidenciado que as unidades de Ariquemes e Rolim de Moura não estavam dando prejuízos e contribuíram para o fantástico lucro de R$ 3,36 bilhões apenas nos primeiros três meses de 2015. Tanto é verdade que a empresa sequer mencionou qualquer dificuldade financeira naquelas unidades. O motivo alegado foi outro, a suposta “falta de matéria prima”…

… intrigado com essa falta de bovinos para o abate, procurei este final de semana o presidente do IDARON, José Alfredo Volpi, com quem falei pessoalmente, que negou categoricamente qualquer redução na população de bovinos e bubalinos nos últimos anos, sendo que em 2014 contava com 12.750.619, dividida em 89.342 propriedades, que representa um rebanho per capita 7,3 bovinos por habitante; sendo que em 2015 houve um pequeno acréscimo. Por outro lado, o JBS só tem apenas três  anos de funcionamento em Rolim de Moura…

… ora, se o rebanho não diminuiu e está maior do que quando o frigorífico foi construído e entrou em operação, como se pode falar em falta de matéria-prima? Tudo não passa de uma estratégia ardilosa para dominar o mercado e reduzir o preço da arroba para o produtor. O JBS Friboi já conseguiu, só com o fechamento desses dois frigoríficos, reduzir a arrouba do boi em Rondônia de R$ 145,00 em média para R$ 132,00, enquanto que São Paulo paga até R$ 150,00…

… lógico que essa situação não afeta apenas os pecuaristas, mas toda a sociedade de Rondônia, com a diminuição da renda do produtor e queda nos impostos; além do drama do desemprego com queda do consumo no comércio. É preciso que associações de produtores, entidades sindicais, associações comerciais, Câmara de Vereadores, deputados estaduais, federais e senadores de Rondônia intervenham com firmeza contra este cartel da carne…

… pois além dos recursos generosos do BNDES, o JBS Friboi recebeu incentivos fiscais municipais e estaduais e outros benefícios para se instalar nos municípios; sendo que agora além de fechar as unidades o JBS, na pratica, impede que outro frigorífico seja aberto; pois neste caso sua unidade fechada volta a funcionar, pelo menos até quebrar a concorrência. Será que uma Lei proibindo um frigorífico que fechar nestas condições de voltar a funcionar na mesma área de abrangência por uns 15 anos; bem como, obrigar a ressarcir os incentivos fiscais e benefícios recebidos do poder público se encerrar as atividades antes de determinado período, não desestimularia essas praticas de cartel? Fica a dica!