Coluna do RK- Bastidores da política nacional e regional

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Roberto Kuppê, no Comitê de Imprensa do Senado, em 2006

Por Roberto Kuppê (*)

Futuro

A condenação do senador Acir Gurgacz (PDT-RO), ontem, pelo STF zera o jogo da sucessão estadual em Rondônia. Era ele quem despontava como favorito ao governo do Estado. Ainda cabem recursos e mais recursos, mas, com certeza, as estruturas foram abaladas. O fato reanimou alguns pré-candidatos, dentre eles, Maurão de Carvalho (MDB), que estava meio borocoxô, triste, desanimado. José Guedes e Expedito Júnior, ambos do PSDB, comemoraram.

Baixo clero

O senador Acir Gurgacz se disse injustiçado pelo tamanho da pena imposta, pelo que se diz inocente. Na verdade, o STF desmoralizado está pegando os peixes pequenos para limpar a barra com a população. Deixou escapar um jaú de 300 quilos, Aécio Neves (PSDB-MG) e fisgou uma piabinha. Aproveitou também para pegar outro parlamentar do baixo clero, Nilton Capixaba (PTB-RO).

Daniel Pereira

Difícil, quase impossível não citar o nome do vice-governador de Rondônia, nestes últimos acontecimentos envolvendo o senador Acir Gurgacz. É que, Daniel Pereira, que assume o governo dentro de 35 dias, já tinha declarado apoio ao senador, ao governo de Rondônia. Ia cumprir o acordo. Mas, as circunstâncias podem mudar o rumo da sucessão estadual. Com altíssima aceitação, Daniel poderá disputar a sua própria sucessão em 7 de outubro.

Daniel Pereira 2

Falando em Daniel, ele é o queridinho da esquerda. Vou mais além, ele é o queridinho do PT, PSOL, PCdoB e até da Rede. Edson Silveira, David Nogueira, Itamar Ferreira, Fátima Cleide e Vinícius Miguel são todos elogios ao futuro governador. Não se assustem se houver uma aliança da esquerda com o PSB, que, também é de esquerda, pois.

Janela indiscreta

E por falar em PT, há rumores de que um antigo e importante petista de Rondônia, deverá deixar as hostes lulistas e migrar para outro partido. Março será o mês da mudança de partido proporcionado pela janela de transferências previstas em lei.

Novo comandante da PM

O vice-governador Daniel Pereira fez hoje pela manhã a troca do comandante-geral da Polícia Militar. Saiu Enedy Dias de Araújo e assumiu coronel Mauro Ronaldo Flores. Na ocasião Daniel Pereira deixou claro que a admiinistração dele será pela modernização da segurança pública de Rondônia. E citou o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani que reduziu quase a zero a criminalidade na maior cidade do mundo.

Rede rasgada

A ex-senadora Marina Silva não está conseguindo segurar os deputados da Rede, que poderá ficar sem horário politico na TV. Deixarão partido a partir do dia 7 de março os deputados federais Alessandro Molon e Ilael que assinarão ficha no PSB.

Loucura loucura

Já sabem do que vou falar. De Luciano Huck que acaba de fechar com a Rede. Isso mesmo, com a Rede Sustentabilidade visando as eleições de 2018. Põe loucura nisso.

Eleições 2018Veja  AQUI a lista de 50 pré-candidatos a deputado estadual de Rondônia. no final de semana, mais uma rodada de pré-candidatos a deputado federal. Enviem nomes e fotos para [email protected]

Bancada do mal

A bancada evangélica na Câmara dos Deputados conta com 150 deputados federais. E eles querem eleger mais 200 nestas eleições. Tudo para continuarem a votar contra a população. No ano passado votaram em peso a favor da reforma trabalhista que retirou direitos do trabalhador. Votaram para Temer continuar impune. Antes, votaram em peso para tirar Dilma Rousseff da presidência da República. Tudo em nome de “Deus”.

Ai, Jesus!

Uma prova de que as exorcizações espetacularizadas por certas seitas religiosas na televisão não passa de uma mentira, uma armação, é o fato de que somente pobres e aparentemente desempregados é que possuem o “diabo no corpo”. Políticos corruptos, assassinos, ladrões e ricos não são apresentados para tirar o “encosto”. Tudo não passa de encenação para enganar pobres fiéis que se iludem com estes espetáculos de horror.

As malas. E as malas?

O que aconteceu com as malas e malas de dinheiro encontradas com Geddel Vieira (MDB)? E a mala encontrada com Rocha Loures, outro assessor de Temer? Tudo quieto, parado. A mídia não cobra. Temer lançou a intervenção federal no Rio para desviar a atenção dos rolos que o rondam.

Emerson Castro

Sobre a intervenção federal no Rio de Janeiro, o chefe da Casa Civil de Rondônia, Emerson Castro, tem a mesma opinião do governador Confúcio Moura: não adianta, não vai dar certo. Para ambos, fazer só uma intervenção militar localizada não ajuda, é enxugar gelo. Leiam a análise dele (textão) sobre o assunto da semana, a intervenção federal no Rio de Janeiro:  “Em janeiro de 2017, participei em Brasilia de reunião, com o secretario de Segurança Pública de Rondônia, secretários de todo o Brasil com o então ministro da Justiça Alexandre de Moraes. Á época, seria apresentado o Plano Nacional de Segurança Pública. Rondônia se levantou contra. O plano não contemplava a defesa da fronteira Norte, o que , para nós era um total equivoco. A recusa em, aceitar o plano foi tão intensa que o ministro suspendeu a apresentação para nos ouvir. Hoje acompanho mais um antitérmico, chamado Intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro. Ora, o Rio de Janeiro é sintoma das fronteiras abertas. Tudo passa por aqui. Só Rondônia tem quase 1.400 Km de fronteiras com a Bolívia. Quantos policiais federais cuidam dessas fronteiras? Menos de vinte. Armas, Drogas, contrabando, veículos roubados, pessoas e até órgãos são livremente negociados e traficados por essas fronteiras escancaradas para o crime.
Por que intervenção no Rio de Janeiro? Porque impacta mais a imagem do Brasil no exterior? Porque se formos falar de índices de violência, Pernambuco, Bahia, entre outros estados, clamam por auxilio federal com índices de mortos por arma de fogo superiores ao do RJ. Preparem-se São Paulo, Parana, Espirito Santo, Minas Gerais, a intervenção irá espargir a bandidagem para vocês e , consequentemente, para todos nós.
Não digo com isso, que não deva haver apoio federal no RJ, mas que fique claro que essa ação é mais um paliativo em um país permissivo com o crime transnacional e internacional.
Visitem nossos presídios. Em Rondônia, 7 de cada 10 presos são frutos do tráfico.
Roubam e matam para pagar conta, para comprar mais drogas, para traficar, consumir, ou por aliciamento pelas milicias. Estamos condenando uma verdadeira geração de jovens a morte em vida. Somos o segundo maior consumidor de drogas do planeta e não produzimos drogas (à exceção do crack em pequena escala).
TUDO vem de fora. Ecstasy, maconha, cocaína, metanfetaminas, entre outras desgraças.
Até quando a união será tão obtusa ao estabelecer suas prioridades?
Ficam os estados enxugando gelo no combate ao criminoso, enquanto a competência para a fiscalização e defesa de nossas fronteiras é do governo federal. Intervenção deve ser feita nas fronteiras. Mudança de legislação. Uso das forças armadas na fronteira Norte do Brasil, inteligencia integrada, tecnologia, recursos carreados para cá. O norte é a entrada.
Rio de Janeiro é apenas o sintoma da doença. Em breve, veremos novas ações para atender ao apelo do senso comum”.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político

[email protected]