Coluna do RK- Bastidores da política nacional e regional

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Por Roberto Kuppê (*)

Expedito Júnior

No início o campo progressista tinha dois candidatos ao governo de Rondônia, Pimenta (PSOl-PT) e Vinícius Miguel (Rede-PPS). Eles traduziam os anseios da sociedade rondoniense nos setores da educação, saúde, segurança e geração de emprego. Não deu. Restaram dois: Expedito Júnior (PSDB) e coronel Marcos Rocha (PSL). O primeiro, Expedito, de centro direita. O segundo, coronel, de extrema direita. Não há dúvida de que a preferência é pelo candidato de centro, que representa o diálogo com todos os segmentos. É pelo diálogo que Expedito Júnior vem conseguindo muitas adesões. Sem mais.

A atenção com a mídia

Expedito Júnior tem dado uma atenção especial à mídia, aos jornalistas, tratando com muito respeito os profissionais sem exceção. Democrata, Expedito tem na liberdade de imprensa uma de suas bandeiras. Isso é importante, no momento em que vemos o fascismo avançando de forma perigosa. O jornal Folha de S. Paulo e seus jornalistas estão sob estado de atenção. Ameaças aos profissionais deste jornais estão sendo feitas. O perigo ronda as redações de outros jornais e sites em nível nacional.

Professores, agentes penitenciários, servidores públicos

O candidato Expedito Júnior tem dado atenção especial aos servidores públicos. Da servidor de café ao professor, passando pelos policiais civis, militares, agentes penitenciários e médicos.

Rondônia loteada

Não é zum zum zum. Em caso de vitória, o candidato ao governo de Rondônia, coronel Marcos Rocha (PSL) já loteou o Estado. Sem querer querendo, assessor de um senador peemedebista confidenciou ao articulista em Brasília que já é dada como certa a eleição do coronel e que cargos estão sendo direcionados para o partido de Valdir Raupp que perdeu as eleições.

Calma, cara pálida

Itamar Ferreira bancário, sindicalista, escreveu artigo no Mais RO, detalhando que o clima de já ganhou do coronel poderá ser um tiro no pé. Ele lembra que o Ibope é campeão de cometer erros grotescos na previsão de votos, principalmente em Rondônia. “A mesma coisa vale para presidente onde Bolsonaro aparece com 57% e Haddad com 43%, o que levou o apressado capitão a colocar a mão na faixa” cedo demais, disse Itamar Ferreira.  Para demonstrar a pouca confiabilidade do Ibope, Itamar citou dois casos, uma para prefeitura da Capital e outro para o Senado. Na eleição para prefeito de Porto Velho em 2016, na última pesquisa Ibope do primeiro turno, divulgada exatamente 48 horas antes da votação, no dia 30/09/2016, o crédulo eleitor lia na imprensa o seguinte: “Com os votos totais, os resultados da sondagem são esses: 1º Léo Moraes 24%, 2º Mauro 22%, 3% Roberto 18%, 4º Pimentel 13% e 5º Hildon 8% (veja no gráfico). Tudo divulgado com ampla repercussão na mídia e com destaque na afiliada da Rede Globo”. Todavia, parodiando o dito popular de que “na prática a teoria é outra”, a apuração da votação mostrou que “na urna a pesquisa é outra”. O resultado oficial do TRE surpreendeu a todos e o candidato que APARECIA EM QUINTO lugar na pesquisa divulgada às vésperas da votação FICOU EM PRIMEIRO lugar. 

Calma, cara pálida 2

De acordo com o artigo de Itamar Ferreira, o cenário nacional a empolgação na equipe bolsonariana esfriou fortemente nas últimas horas. Até parece que o ditado “peixe morre pela boca” foi feito especialmente para a família Bolsonaro e sua equipe. Eles são campeões em dar declarações infelizes e desastradas, sendo que nesta reta final a turma está se superando. Primeiro vazou pelas redes sociais um vídeo em que o arrogante Bolsonaro filho diz bastar apenas um soldado e um cabo para fechar o STF; depois um truculento coronel da campanha ofendeu e esculachou a presidente do TSE de tudo o que é nome feio e, em seguida, o próprio Bolsonaro, no último domingo (21), divulga um áudio assustador, transmitido ao vivo para um ato público na Av. Paulista em São Paulo, no qual, entre outras barbaridades, ele ameaça perseguir adversários e a imprensa. Tudo isso foi uma verdadeira “facada no pé”, ops digo “tiro no pé”, pois assustou o eleitorado brasileiro, não muito afeito as atitudes belicosas e violentas, provocando mudanças muito significativas no cenário eleitoral, como na rejeição dos candidatos em que Bolsonaro aumentou 5% e Haddad despencou 6%, agora eles estão em 40% a 41%.

Calma, cara pálida 3

As assustadoras declarações do clã bolsonariano, conjugadas com outros fatores, já provocaram a virada de Haddad em São Paulo para 51% a 49%; além de uma mudança decisiva no eleitorado evangélico, onde as intenções de voto em Bolsonaro despencaram 16% e as de Haddad subiram 6%. Tudo isso mostra um movimento de virada do Haddad nesta retal final do segundo turno.

(*) Roberto Kuppê é articulista político radicado em Brasília ([email protected])