Coluna do RK- Bastidores da política nacional e regional

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Por Roberto Kuppê (*)

O debate na TV Rondônia

Na reta final (faltando menos de 90 horas) da campanha eleitoral, o debate realizado ontem na TV Rondônia foi decisivo para o eleitor escolher o seu candidato. Os que mais se destacaram foram Vinícius Miguel (Rede), Pimenta de Rondônia (PSOL-PT) e Expedito Júnior (PSDB), que fez o melhor debate dele. EJ estava inspirado. Nos bastidores, ao final do debate, o clima era de paz e harmonia entre os candidatos, como mostra esta foto acima. Civilidade, é o nome disso.

Pimenta neles!

O candidato Pimenta de Rondônia foi quem incendiou o debate. Bateu pesado no coronel Marcos Rocha (PSL), Acir Gurgacz (PDT) e em Maurão de Carvalho. Acir foi ao debate para se defender e marcar território. Não se exaltou, respondendo aos ataques com tranquilidade. Já Maurão retrucou as cutucadas de Vinícius Miguel e Pimenta de Rondônia. De longe o debate não foi morno. Foi caliente, como se diz. Quem ganhou com isso foi o eleitor que pode identificar em quem votará neste domingo.

Extremamente preocupante

O articulista que vos escreve, declaradamente esquerdista, está deveras preocupado com os rumos que poderá tomar o País a partir de janeiro de 2019, caso se eleja Jair Messias Bolsonaro (PSL), o ungido da elite e da mídia. A preocupação reside no fato de que o referido candidato não tem propostas, nada vezes nada. Um zero a esquerda. As últimas pesquisas indicam um estranho crescimento do fascista. Eleitores desavisados não enxergam o ovo da serpente em pleno desenvolvimento. Alguns eleitores estão absolutamente cegos ou sem noção do perigo que se avizinha. Dizer que é contra a venezualização do Brasil e votar em dois militares, um deles general linha dura com propensões ditatoriais, é um paradoxo, uma hipocrisia. Antes o problema era o analfabeto Lula. Agora temos seis candidatos com curso superior, pós-graduação, mas, estão preferindo eleger um burro. É lamentável.

Maurão e o meio ambiente

Maurão de Carvalho (MDB)

O candidato ao governo de Rondônia, Maurão de Carvalho (MDB), evangélico e pecuarista, é declaradamente contra o meio ambiente. Isso ele diz em alto e bom som. “Já temos reservas ecológicas demais”, brada ele para justificar a transformação de 500 mil hectares em pasto ou terra para plantar soja. Que Rondônia tenha vocação agrícola, tudo bem. Mas é preciso preservar as nascentes, as reservas biológicas, a fauna e a flora. Daqui a pouco não haverá água para dar aos bois. A desertificação de Rondônia é uma tragédia anunciada.

Não votem nesses candidatos

Eles votaram contra o trabalhador e a favor de Temer. A reforma trabalhista gerou mais desemprego e insegurança. Nesta lista, não consta o nome de Expedito Netto (PSD), o ponto fora da curva. Foi o único da bancada federal de Rondônia a se insurgir contra Temer.

Já estamos na ditadura de novo

Assim como a presidência da República, o STF (Supremo Tribunal Federal) está sob total controle dos militares. Se antes os juízes da Suprema Corte já estavam a serviço dos golpistas, cometendo arbitrariedades e passando por cima do povo e da Constituição para manter Lula na cadeia e dar prosseguimento ao golpe, agora ficou mais fácil ainda segurar qualquer divergência dentre os juízes e controlar plenamente as instituições brasileiras depois do general Fernando Azevedo ter sido imposto como assessor do novo presidente do STF, Dias Toffoli.

O verdadeiro presidente do país é Sérgio Etchegoyen, assim como o verdadeiro presidente do STF não é o ex-petista, Dias Toffoli, e sim Fernando Azevedo. Assim sendo, os generais que ameaçaram, às vésperas de todas as votações na corte sobre a situação de Lula, os ministros do STF, agora não precisam mais controlar as togas por meio das redes sociais, já que, assim como nas demais esferas do poder político, botaram alguém para controlar pessoalmente a situação. O veto do atual presidente do STF sobre a decisão de Lewandowski que concedia para alguns jornais a possibilidade de entrevistar Lula, é uma prova da tese aqui apresentada.

O controle está sendo tomado pelos militares gradualmente desde o início do ano. Desde de que Etchegoyen assumiu, junto com a posse de Temer após o golpe, o Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência do Brasil, e por consequência a Abin, tivemos a intervenção militar no Rio de Janeiro, Joaquim Silva e Luna assumindo Ministério da Defesa, e várias operações de lei e ordem encabeçada pelos militares. A tomada do STF foi importante para evitar que os juízes, pressionados pela população, empacassem o desenvolvimento do Golpe. Só na última semana vimos o Supremo Tribunal Eleitoral anular mais de 3 milhões de títulos de eleitor nas regiões Norte e Nordeste, regiões onde a candidatura do PT está disparada na frente das demais. A caça ao PT se dá também nas ruas onde a PM apreende material de campanha dos candidatos e fecha as sedes do PT e do PCdoB em diversos municípios do país. Tudo que fizer alusão ao Lula e por consequência mobilize a população brasileira está sendo duramente combatido e reprimido pelos golpistas.

(*) Roberto Kuppê é articulista político ([email protected])