Coluna do RK- Bastidores da política nacional e regional

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Por Roberto Kuppê (*)

Daniel no TC, Jesualdo governador 

Diz o velho ditado popular que é no andar da carroça que as abóboras se ajeitam. Na corrida eleitoral de 2018 esse ditado começa a ganhar vida. Os pesos e contrapesos no bloco PSB/PDT começam a tomar o contorno definitivo. A decisão, até este momento, de o senador Acir lançar-se pré-candidato ao governo, é mais um lance nos balões de ensaio envoltos pela cortina de fumaça para embaralhar a competição, e ampliar incertezas em todas as hostes. É do jogo. Entretanto, decisões muito confidenciais apontam para uma outra direção, até então impensável. Daniel, com a formação do novo governo, aponta para o processo de contemplar velhos amigos e aliados de jornada, como um prêmio pelo que vem à frente. O governador aproxima-se, incólume, para a estratégia original que vai levá-lo à vaga que o TC tem para um novo conselheiro. E Jesualdo Pires é o nome que será defendido por todos, para ser o candidato ao governo do grupo, com sólido apoio interno e de outras siglas que já estão alinhadas no bloco, liderado de forma inconteste pelo senador Acir, na realidade uma condução feita com mão de ferro e notável determinação para consolidar sua liderança, a despeito de todo o cenário conturbado política e judicialmente. O acerto não é de hoje, mas afiná-lo e refiná-lo exigiu uma engenharia de composições que, ao mesmo tempo em que causa incertezas, empurra a estratégia para o seu final decisivo. Daniel estará, definitivamente, numa posição há muito por ele desejada, e Jesualdo vai capitanear um novo projeto que une PDT e PSB, dentre outros partidos, em um desenho novo para comandar o estado. Com mais quatro anos no Senado, se tudo correr bem, Acir Gurgacz pretende consolidar seu poder apoiado pelo PSB, tornando 2022 a chave para o senador, que pode vir como candidato ao governo, ou lançar-se para mais oito anos no topo da hierarquia política. A decisão foi tomada. E será comunicada até o final do mês de junho, início de julho, conforme as abóboras se ajeitarem nessa viagem cheia de obstáculos.

Duas opções

Daniel Pereira tem duas direções a seguir, todas elas de bom tamanho. Pode ser conselheiro vitalício do Tribunal de Contas ou tentar se reeleger governador. A sorte está lançada.

Confúcio e Wagner vão para o espaço

Uma nova força no MDB: hoje, Confúcio Moura e Wagner Garcia farão uma caminhada no Espaço Alternativo, a partir das 17h40. Apadrinhado pelo político de maior aprovação popular dentro do partido, e amparado em seu excelente trabalho à frente da Secretaria de Finanças, Wagner Garcia desponta como uma nova força dentro do MDB.

Maurão no cadafalso

E o presidente da ALE-RO, Maurão de Carvalho (MDB) caminha célere para o fim de carreira ao se dispor disputar o governo de Rondônia. Não tem chance alguma. Ele está confiando nos fiéis evangélicos a quem dedica a atuação dele na Assembleia Legislativa. Dia 12 de maio, na Talismã 21 ele tentará convencer que tem condições de disputar o governo contra Ivo Cassol (PP), Acir (PDT) ou Jesualdo Pires (PSB), Vinícius Miguel (Rede) e Paulo Benito (PT).

Maíres no Senado

Maíres de Carli deixou o PSDB de Mariana Carvalho e aportou no PSDC do Edgar do Boi e Neodi Carlos, partido pelo qual sairá candidata ao Senado Federal. Maires é jornalista e apresentadora de TV.

Veja aqui o vídeo dela, anunciando pré-candidatura ao Senado

 

Filho da Terra na disputa pela ALE-RO

Este é Aziz Rahal, presidente do Clube Desportivo de Ji-Parana, um dos nomes que vem se destacando entre a força jovem do interior rondoniense. Pré-candidato a deputado estadual pelo PSL, Aziz Rahal tem como lema que a segurança deve ser direito de todo cidadão de bem. Nascido em Ji-Paraná, filho do pioneiro e advogado Nelson Rahal (in memorian), Aziz que optou por sempre morar na terra onde nasceu, apesar das dificuldades que ainda nela existem, espera poder trabalhar para manter sempre crescente entre os jovens este amor por Rondônia, pois acredita que o futuro esta aqui.

Qual é a função de um político?

A coluna observa a atuação de alguns vereadores, deputados estaduais e federais de Rondônia. Quais deles realmente exercem a função corretamente, de legislar, fiscalizar, propor leis, projetos, etc? São pouquíssimos que cumprem suas obrigações para com o eleitor, para com o povo. A maioria legisla em causa própria e ou, com fins eleitoreiros. Mas, o que mais se vê é parlamentar em todas as esferas fazendo trabalho estranho à sua função. Gastam-se milhões com políticos que nada produzem de bom para a população. Muito pelo contrário, produzem leis que prejudicam o povo, ou, simplesmente não aprovam leis que beneficiariam este ou aquele segmento.

Reconhecimento

Léo Moraes, deputado estadual do Podemos

Nos últimos dias uma polêmica (desnecessária) tomou conta dos noticiários. Um projeto de lei que cria o Conselho LGBTTT, proposto pelo Estado e aprovado pela maioria dos deputados estaduais de Rondônia pode não ser sancionado pelo governador Daniel Pereira (PSB) por pressão de um segmento religioso. O Conselho que existe em 18 estados, tem como uma das finalidades criar políticas públicas para a comunidade LGBTTT, além de criar mecanismos de proteção e amparo às vítimas de homofobia. O projeto de lei foi relatado pelo deputado estadual Léo Moraes (Podemos) e defendido com veemência por Jesuíno Boabaid (PMN) e Hermínio Coelho (PCdoB). A coluna reconhece que estes três parlamentares cumprem com suas obrigações ao atender a um segmento tão massacrado e injustamente odiado pela bancada evangélica da Assembleia Legislativa de Rondônia.

Nota de repúdio

Por outro lado, a coluna repudia com veemência a decisão nada democrática e humana do deputado estadual Maurão de Carvalho (MDB), pré-candidato ao governo de Rondônia. Uma vez aprovado pela maioria, ele simplesmente não aceitou o resultado e promete anular o projeto se o governador o sancionar. Tudo isso, para agradar ao segmento evangélico que dá votos. O ser humano que se lasque! No mês passado ele anulou a criação de 11 áreas de preservação ambiental, mostrando ser também contra o meio ambiente.

Nota de repúdio 2

A coluna repudia também a posição do deputado federal Marcos Rogério (DEM), da bancada evangélica na Câmara dos Deputados, que gravou vídeo jogando a população contra o Conselho LGBTTT. O parlamentar distorceu a verdade para fazer valer a ignorância dele no assunto.

Daniel na cova dos leões

Foto Rafael Altomar

O governador Daniel Pereira recebeu no palácio Rio Madeira os dois lados da questão no dia 2 de maio. Pela manhã reunião pastores e deputados contra o projeto de lei que cria o Conselho LGBTTT. À tarde, recebeu um grupo que defende a criação do conselho, formado por representantes LGBTTTS, jornalistas, membros do judiciário e até o ex-BBB, Mahamoud que é homossexual assumido. Para muitos, uma discussão sem sentido já que o conselho existe na esfera federa e instalado em 18 estados.

Tempestade em copo d’água

Se nem a Constituição Federal conseguiu melhorar a vida do cidadão preservando seus direitos, imagina um simples conselho. A tempestade provocada pela bancada evangélica em torno da criação deste conselho é totalmente sem noção, pueril e sem causa. Uma polêmica sem razão de ser. Criaram um problema para o governador que está entre a cruz e a espada. E o pior é que esta tempestade por virar um dilúvio. Cresce o movimento em prol da sanção do Conselho LGBTTT que, aí sim, poderá tirar votos destes defensores da família (deles).  Lembrando que no Brasil, 445 LGBT+s morreram em 2017por homofobia, sendo 387 delas por homicídio e 58 por suicídio. De 2016 para 2017 o número aumentou em 29%, pois apenas os homicídios de 2017 passam as 343 mortes – incluindo suicídio – de 2016. Isso significa que a cada 19 horas, no ano passado, uma pessoa LGBT foi morta no país.

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político