Coluna do RK- Bastidores da Política Nacional e Regional

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Por Roberto Kuppê (*)

Moro X Bolsonaro

Não existe Moro X Bolsonaro. Não se enganem (de novo). São farinha do mesmo fardo. Os dois são produto de um sistema criado para assumir o poder no Brasil. Moro agora é o plano B desse sistema. Bolsonaro já era. O impeachment é destino certo. Mas, eis que surge dos escombros o morismo. Já vem azeitado com o mote de que ele não se vendeu por um cargo no STF. Tudo armação dele. Moro queria desembarcar do Titanic e arrumou um bom motivo, a interferência de Bolsonaro na Polícia Federal. O ex-juiz e agora ex-ministro sabe que não tem capacidade intelectual e muito menos jurídica para ser ministro do STF. A mira dele agora é o Palácio do Planalto em 2022. Se Bolsonaro se elegeu, por que ele não?

Moro é tão fraco…

…quanto Bolsonaro. Mas, tem agora uma legião que o seguirá, quase às cegas, assim como seguiram o “mito” até o momento. Moro será uma aposta do “mercado”, que nessa pandemia, não está apitando nada. Moro não passa de um boneco inflável gigante. Nada que um alfinete não possa desinflá-lo. Até 2022 o que sobrou do bolsonarismo vai tratar de destruí-lo. Aliás, Moro e Bolsonaro entrarão na fase de autodestruição. Quem sobreviver ao Covid-19, verá.

Moro prevaricou

Moro só rompeu com Bolsonaro, sob o pretexto da troca do diretor geral da PF, Valeixo. Não foi porque descobriu que o presidente está envolvido em crimes. Talvez ele,mais tarde, revele alguma coisa, mas a prevaricação está patente. Mora sabia dos podres de Bolsonaro, mas, no entanto, aceitou ser ministro e passou um ano e quatro meses sem dar um pio ou se indignar com isso.

Haddad: nem Moro, nem Bolsonaro

Em artigo publicado neste sábado (25), o ex-prefeito Fernando Haddad lembra que o ex-ministro Sergio Moro jamais respeitou as instituições brasileiras. “Bolsonaro jamais entenderá a autonomia da PF, reclamada por Moro. Mas o próprio Moro, bem entendido, tampouco se preocupa em preservá-la. A troca de favores que teria sugerido ao presidente lembra mais uma disputa por poder do que uma visão de Estado. Uma vez no STF, a autonomia da PF não seria mais da sua conta”, diz ele. “O que Moro demora a conceder é que quem deu autonomia à PF (o PT) o fez porque nada temia, e nem imaginava que instituições da República se deixassem instrumentalizar contra quem as fortaleceu. Nem Bolsonaro nem Moro são dignos dos cargos que ocupam. Fora”, pontua.

Boulos lembrou Collor

O ex-candidato à Presidência Guilherme Boulos (Psol) citou uma das derradeiras frases de Bolsonaro – “o governo continua” – , postado ao lado de seus ministros, dos quais destacava-se o da Economia, Paulo Guedes, o único da comitiva que usava máscara. “Lembrou Collor nas vésperas da queda”, afirmou Boulos no Twitter. Fernando Collor de Melo presidiu o Brasil de 1990 a 1992, quando foi destituído do poder, depois de ter vencido Lula nas eleições do ano anterior.

Freixo: ele sabia

“Vamos combinar uma coisa, Moro sempre soube quem é Jair Bolsonaro. Ambos estão pouco se lixando para a corrupção. Cada um está fazendo o seu jogo em nome de seu projeto de poder pessoal”. (deputado federal Marcelo Freixo)

O cacoete

O ex-ministro Sérgio Moro tem um cacoete. Quando está a cavalheiro, falando a verdade ou algo positivo, ele se posiciona ereto na cadeira. Mas, quando ele mente, fica leve ou visivelmente com o corpo inclinado para a direita. Assistam à entrevistas dele e observem o detalhe. Ontem a inclinação dele foi de 10 graus à direita. Falso que só.

Titanic afundando

Os ratos estão pulando do navio. O Titanic está afundando. Até o partido que elegeu Bolsonaro, PSL, está pedindo o impeachment do presidente. A coluna notou que muitos bolsonaristas ferrenhos estão declarando que não apoiam mais o presidente, que foram “enganados”. Não, senhores. Vocês não foram enganados. Sabiam que Bolsonaro não valia aquilo que o gato enterra. Optaram por Bolsonaro porque queriam impedir que o PT voltasse ao governo. E agora o resultado está aí. Um País à deriva, sem capacidade para enfrentar o Covid-19, deixando o povo ao Deus dará.

                                          E agora, José?

O desembarque do ministro da Justiça, Sérgio Moro, do governo do presidente Jair Bolsonaro nesta sexa-feira (24) gerou impacto direto no empresariado bolsonarista. Gabriel Kanner, presidente do Instituto Brasil 200, afirmou que o grupo, formado por empresários que apoiavam o presidente estão bastante decepcionados com a interferência do ex-capitão. Entre os integrantes do bloco estão o dono das lojas Havan, Luciano Hang, e o Flávio Rocha, dono da Ricachuelo. Hang, conhecido pelo terno verde-e-amarelo e pela defesa insana de Bolsonaro, que disse nas redes que está ao lado de Moro.

Bolsonaro contaminado?

DESCONTROLE Tosse seca e incontida de Bolsonaro ao final de discurso golpista diante do Quartel-General do Exército, em Brasília, indica que o presidente sofre de alguma enfermidade (Crédito: Gabriela Bilo)

O presidente está com tosse. E Jair Bolsonaro com tosse é como um Frank Sinatra às avessas. É desagradável e desafinado. Alguma coisa está acontecendo e, seja o que for, Bolsonaro estava pelo menos resfriado no domingo 19, quando fez seu mais recente discurso golpista em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília. Ninguém que não esteja doente perde o controle da tosse daquele jeito, a ponto de abandonar um discurso. Foi uma tosse seca e incontida, como outras que ele tem soltado em seus passeios. Não foi um engasgo. Sem qualquer preconceito com a tosse, algo que pode ser confundido com o contágio pelo coronavírus nesses tempos de pandemia, a de Bolsonaro passou dos limites. No mínimo ele sofre de uma infecção leve. Anda mais abatido e inchado. (Fonte: IstoÉ).

 

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político