Coluna do RK- Bastidores da Política Nacional e Regional

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Por Roberto Kuppê (*)

Por que? Por que? Por que?

Após um recesso de 15 dias, a Coluna do RK retorna com as seguintes perguntas: Por que os parlamentares de Rondônia não estão preocupados com a Amazônia? Por que não estiveram presentes à solenidade em homenagem ao Dia da Amazônia, dia 5 de setembro, na Câmara dos Deputados? Por que um deputado federal do Rio de Janeiro, gay, do PSOL, é quem está preocupado com a Amazônia?

Instituto Rondon

O Instituto Rondon que renasceu em maio deste ano, será relançado oficialmente no final do ano. Recriado com foco na Amazônia, o Instituto Rondon é presidido por este colunista que vos escreve.

 

Impeachemnt

O Brasil foi roubado, a democracia foi de fachada nas últimas eleições que devem ser anuladas. Moro e procuradores envolvidos devem ser presos e pagar pelo mal irreparável a nossa Nação. Lula e Dilma foram vítimas de um julgamento político. Agora tudo vem às claras sobre o golpe mediático, político e jurídico. É gravíssima a reportagem publicada semana passada pela “Folha de S. Paulo” e pelo “The Intercept Brasil” com o título “Conversas de Lula mantidas sob sigilo pela Lava Jato enfraquecem tese de Moro”.

                                 Jean Wyllys na Harvard

Enquanto metade dos ministros de Bolsonaro mentem em seus currículos que estudaram em Harvard (até o governador do RJ, Wilson Witzel também mentiu), o deputado federal exilado político Jean Wyllys (PSOL-RJ), gay, será professor convidado pela instituição. Outra exilada política, a escritora e filósofa Marcia Tiburi, ex-candidata do PT ao governo do Rio de Janeiro nas eleições de 2018, revelou que irá ministrar aulas sobre “capitalização do ridículo na política mundial” na Universidade Paris 8, na França. Além das universidades federais, a esquerda também está dominando as principais universidades do Mundo.

Bloco dos Arrependidos

Ex-apoiador da Lava Jato e do golpe contra a ex-presidente Dilma Rousseff, o jornalista Fábio Pannunzio (demitido da Band por falar mal de Bolsonaro) se disse arrependido de suas posições e afirmou que o impeachment de 2016 foi uma ação deliberada contra a esquerda. “Foi um golpe clássico tocado pelo Temer com o assentimento e a participação declarada do Eduardo Cunha e de mais metade da elite brasileira e do mercado financeiro”. Pannunzio, bem-vindo ao time das pessoas sensatas.

Reinaldo Azevedo, o primeiro

O jornalista Reinaldo Azevedo (ex-Veja) foi o primeiro a cair na realidade  ao perceber que o impeachment, bem como a Lava Jato faziam parte de um grande plano para tirar o PT do poder. Reinaldo hoje é um dos mais ferrenhos críticos da Lava Jato, em especial, de Sérgio Moro, ao qual se dirige como bandido. Azevedo participou recentemente de um evento pela volta da democracia em São Paulo, ao lado do jornalista Glenn Greenwald, co-fundador do The Intercept.

 

MBL do L

Em tempo. Até o MBL já está lulando. Em entrevista ao Brasil de Fato, o vereador paulistano Fernando Holiday (DEM) revelou que parte do movimento hoje tem dúvidas a respeito da parcialidade do ex-juiz Sergio Moro na condenação de Lula. “Existem pessoas no MBL que discordam do que eu estou falando, é uma divisão interna”. Surgirá o MBL do L?

Mais um arrependido

O youtuber Felipe Neto, que apoiou o golpe contra Dilma, fazia críticas ao PT, apoiou a Lava Jato e defendeu a prisão do ex-presidente Lula, batendo boca com Zé de Abreu na internet, está disponível em embalagem nova, quem sabe de olho em uma futura carreira política. Ele virou o novo herói nacional ao comprar 14 mil livros com temática sobre homossexualidade, transexualidade, bissexualidade, intersexualidade etc. e mandar distribuir de graça na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, todos envoltos em um plástico preto com os seguintes dizeres: “Impróprio para pessoas atrasadas, retrógradas e preconceituosas”, a milhares de adolescentes seus fãs, que não sabiam o conteúdo de cada embalagem. A iniciativa foi uma reação à tentativa de censura do prefeito Marcelo Crivella a uma história em quadrinho da Marvel, originalmente publicada em 2012, em que dois rapazes se beijam. A reprodução da cena que despertou a ira do ex-bispo da Igreja Universal, ganhou a até primeira página do jornal Folha de S.Paulo.

                                 Prêmio Santander Empreenda 2019


Presidente do Santander no país, Sergio Rial.

Este colunista participou na última terça-feira, 10, em São Paulo, da entrega do Prêmio Santander Empreenda 2019, evento focalizado no apoio às iniciativas empreendedoras apoiado pela instituição. O presidente nacional do Santander, Sérgio Rial, esteve presente e conversou com este articulista. Apoio ao Instituto Rondon foi tratado com um dos diretores do banco em separado.

De herói a bandido

O ministro Gilmar Mendes diz que a STF não irá considerar a popularidade de Sérgio Moro ao julgar sua suspeição. “Se um tribunal passar a considerar esse fator, ele que tem que fechar, porque ele perde o seu grau de legitimidade”, afirma. Ele é taxativo: ““Vamos imaginar que essa gente estivesse no Executivo. O que eles fariam? Certamente fechariam o Congresso, fechariam o Supremo. Esse fenômeno de violação institucional não teria ocorrido de forma sistêmica não fosse o apoio da mídia. Portanto, são coautores dos malfeitos”. Neste jogo, tanto Gilmar quanto Moro não valem aquilo que o gato enterra. Vai valer agora a lei do mais forte.

CPI da Lava Jato

Brasília vai ferver nesta semana com a instalação da CPI da Lava Jato. Após as publicações das conversas imorais entre o ex-juiz Sérgio Moro e membros da Lava Jato, descobriu-se a grande farsa em torno da condenação política de Lula.

Freixo X Carluxo

O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), fez duras críticas ao vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (mais conhecido no bas-fond como Carluxo), filho do presidente Bolsonaro. “É inadmissível um parlamentar dizer que não é na democracia que se consegue fazer as mudanças que esse governo gostaria. O que esse filho do presidente está sugerindo? Que tem que ser numa ditadura? Eu queria rechaçar aqui, e dizer que não deveria ser só a oposição a rechaçar esse posicionamento tão medíocre, tão autoritário do filho do presidente. Seria muito importante que a base do governo se manifestasse contra essa fala, porque eu tenho certeza absoluta que mesmo os deputados da situação, da base do governo, não concordam com o filho do presidente. Não podem achar que é razoável, num momento como esse um parlamentar defender a ditadura. Dizer que na democracia não conseguimos as mudanças que queremos. É na democracia que nós temos todos os desafios da gente. No gabinete de Carlos tem diversas denúncias de funcionários fantasmas vários que não moram nem no Rio de Janeiro, vários laços de parentesco com pessoas empregadas. Então, na verdade, o senhor Carlos Bolsonaro não conhece nem a ética. Talvez por isso ele não consiga valorizar a democracia. É lamentável. Meu repúdio ao filho do presidente. A democracia está acima das nossas diferenças. E eu espero que a base do governo se pronuncie, defendendo a democracia e defendendo esse Congresso. Esse Congresso só está aberto e só pode eleger cada um dos deputados porque tem democracia. Não porque tem ditadura, porque é o primeiro lugar a ser fechado”, disse o deputado Freixo.

Documentário inédito

O Teatro Guaporé, em Porto Velho,  foi pequeno para acomodar o público na estreia do documentário Caçambada Cutuba, de Zola Xavier (foto). Tinha gente sentada no chão e em pé, para ver a versão da Frente Popular de 1962 sobre o atentado político que quiseram apagar da nossa história. Um evento histórico que reuniu Cutubas e Peles Curtas em paz. Para quem  não sabe de nossa história política, Porto Velho era separada politicamente entre Cutubas e Peles Curtas, como coxinhas e mortadelas hoje em dia. O evento reuniu a nata da cultura rondoniense. Caçambada Cutuba expõe o ápice da rivalidade política entre cutubas e peles-curtas, quando em setembro de 1962, após encerramento de um comício, um caminhão basculante da prefeitura passou por cima de centenas de apoiadores do médico Renato Clímaco Borralho de Medeiros, candidato a deputado federal pela Frente Popular. Idealizador e um dos produtores do filme, o jornalista Zola Xavier Silveira pesquisou durante anos sobre o evento que considera um atentado político. Natural de Fortaleza do Abunã, ele mora no Rio de Janeiro, na cidade de Maricá, onde já foi secretário de Comunicação e também de Cultura do município. Parabéns ao Zola Xavier pela iniciativa que resgata parte de nossa história política.

 

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(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político no eixo Rio-São Paulo e Rondônia