Coluna do RK- Bastidores da Política Nacional e Regional

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Por Roberto Kuppê (*)

Daniel Pereira

Foto Divulgação

O articulista não tem procuração para defender o ex-governador de Rondônia, Daniel Pereira (PSB), mas, pelo tempo (e haja tempo) que o conhece, reúne razões aqui nesta coluna para afirmar: não há nada que manche a conduta dele nos meses que assumiu as rédeas do Estado. DP é um político honrado, como poucos. Em coletiva concedida à imprensa, o ex-governador se manifestou: “Não sei explicar ao certo os motivos pelos quais a polícia esteve na minha casa, pois toda a ação ocorre de forma sigilosa. Até agora, não sei do que fui acusado, mas tenho consciência plena de que desempenhei o que me cabia fazer como vice-governador e governador do Estado de Rondônia”. A ação policial espetacularizada ocorreu após Daniel Pereira declarar que o governador Marcos Rocha (PSL) estaria equivocado com as declarações de que pegou o Estado falido. O vice-governador, Zé Jodan (PSL) também declarou que no Estado não terá recursos para pagar o funcionalismo. Muito pelo contrário, Rondônia é um dos poucos estados com saúde financeira. Por meses Daniel Pereira pagou os salários dos servidores entre os dias 18 e 21 do mês, ou seja, antecipadíssimo.

Moro em Rondônia

Esperem mais espetáculos. O ministro da Justiça, Sérgio Moro estará em Porto Velho na próxima terça-feira, 16 de abril, para participar de lançamento de um projeto anti-corrupção. Segundo fontes (Jodan falou no assunto), Marcos Rocha vai implantar uma Polícia Secreta, com o objetivo de infiltrar agentes em organizações criminosas. O que faz lembrar as polícias da URSS (KGB), Estados Unidos (CIA) e Alemanha (Gestapo), esta última, responsável pelo holocausto. Em gravação, o vice-governador chegou a afirmar que os agentes secretos do MR17 estarão nas portas de cafeicultores investigando se estão pagando tributos, num claro clima de perseguição.

Holocausto

Por falar nesse tema, mesmo mantendo uma política de submissão total aos interesses de Israel, Jair Bolsonaro atraiu a ira das autoridades israelenses, ao dizer que o Holocausto, que foi o genocídio de judeus na Segunda Guerra, poderia ser perdoado. “Nunca perdoaremos e nunca esqueceremos”, afirmou o chefe de Estado de Israel, Reuven Rivlin. O político também advertiu que os israelenses nunca cooperarão com aqueles que negarem a verdade ou “tentarem apagar isso da memória”, quer sejam indivíduos, grupos, “líderes partidários ou chefes de Estado”. As muitas declarações desastrosas de Bolsonaro tem custado a ele e ao Brasil retaliações e reprimendas. Até uma homenagem que ele receberia em Nova York foi cancelada. O prefeito de NY chamou o presidente de um homem perigoso. 

Bretas no FBI

O jornalista Luis Nassif, do Jornal GGN, revelou neste sábado, 13, que o juiz federal Marcelo Bretas participou de cursos nos Estados Unidos, inclusive no Federal Bureau of Investigation, o FBI, pouco antes da deflagração da operação Lava Jato no Rio de Janeiro. “De janeiro a março de 2105, Bretas frequentou o programa Visiting Foreign Judicial Fellows do Centro Judiciário Federal. Teria trabalhado em um artigo sobre o sistema legal dos EUA, e a maneira como equilibra as necessidades da aplicação da lei com os direitos individuais de privacidade. Pouco depois, explodia a Lava Jato carioca”, diz Nassif.

 

Crivella, o maldito

O vereador Luiz Carlos Ramos Filho (Pode-RJ), relator do processo de impeachment do prefeito da cidade do Rio de Janeiro,  Marcelo Crivella, se manifestou sobre o desabamento de dois prédios em uma comunidade da Muzema, dominada pelas milícias. Segundo Ramos, a cidade enfrenta uma série de tragédias consecutivas, como se fosse vítima das 10 pragas do Egito (Crivella é bispo da Igreja Universal). Tem sentido. Um dia antes da tragédia de Muzema, o prefeito Crivella hostilizou uma repórter da Globo que cobrava dele providências.  Ele dizia que estava tudo bem, que os acontecimentos eram corriqueiros. Lembrando que Crivella se elegeu com votos de milicianos que o apoiaram abertamente. Não por coincidência, o presidente Bolsonaro que sempre defendeu as milícias, também.

                                                                     A Muzema

A região dos prédios que desabaram nesta sexta-feria 12 na Muzema, Zona Oeste do Rio de Janeiro, é dominada por milicianos e os prédios foram levantados por eles, segundo a prefeitura.  Segundo investigações do Ministério Público, o chefe da milícia no local é o major Ronald Paulo Alves Pereira, preso no início do ano pela operação Os Intocáveis. Ele também é suspeito de ligação com a morte da vereadora Marielle Franco. Outros milicianos da região que estão presos são Maurício Silva da Costa, tenente reformado; e Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais, que está foragido há quase três meses. Ele foi companheiro de Fabrício Queiroz na PM, ex-assessor de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e tinha a mãe e a mulher nomeadas no gabinete do então deputado estadual e atual senador. (Fonte: Brasil 247).

Indenizações

Embora as construções na Muzema sejam todas irregulares, os moradores e vítimas dos desabamentos dos prédios têm direito sim a indenizações do município. Em que pese ter havido fiscalizações e até embargos, as obras continuaram e os apartamentos vendidos a incautos moradores. A municipalidade tem culpa por permitir que as obras tivessem continuidade. Claro que, sob pagamento de propinas a fiscais e protegidos por vereadores milicianos.

Eleições 2020

Há um ano e meio das eleições de 2020, espera-se que o carioca eleja um prefeito da esquerda, porque todos da direita não deram certo. A cidade do Rio de Janeiro merece novos tempos, com um prefeito socialista, que leve a paz e o progresso para todos, principalmente gerando empregos para os milhares de desempregados que são obrigados a viver de bico, para não dizer que muitos se lançam na criminalidade porque não há jeito para sobreviver com dignidade.

Eleições 2020 II

Vinícius para prefeito de Porto Velho

Em Porto Velho (RO), a disputa pela prefeitura da capital será mais acirrada do que a de 2016. Primeiro porque o atual prefeito, Hildon Chaves (PSDB) está trabalhando muito para se reeleger. Segundo porque o advogado Vinícius Miguel (Rede) deverá disputar o pleito. Ele é o favorito da esquerda. VM foi o quarto colocado nas eleições para governador de Rondônia em 2018. Foi a primeira disputa dele. Só na capital obteve 70 mil votos, o suficiente para leva-lo ao segundo turno numa eleição municipal. Se a esquerda se unir, ele leva fácil.

 

 

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político