Coluna do RK- Bastidores da Política Nacional e Regional

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Por Roberto Kuppê (*)

Infeliz Dia da Ditadura Militar

O dia de hoje não é para se comemorar. É para se lamentar, que um dia, o Brasil mergulhou numa era de trevas, de mortes, de torturas. Não salve 31 de março! Não há nada de positivo a celebrar. Salve Leonel Brizola, Lula, Chico Buarque, Caetano, Gil. Salve aqueles que pereceram sob as baionetas da ditadura militar. Salve Vladimir Herzog, Stuart Edgar Angel Jones e outros (veja lista aqui). Esta foto ao lado, é de autoria desta colunista, de 31 de março de 2016. Portanto, há três anos.

 

Damares

Mais uma aberração da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves. Para resolver o problema do feminicídio, olha só o que ela propõe:  a criação de “sala cor de rosa” no Instituto Médico Legal (IML) para atender mulheres vítimas de violência. A proposta foi anunciada durante o 1º Seminário Mulheres Acrianas Fazendo História, em Rio Branco (AC). Para a ministra, deve ser montada uma sala diferenciada para atender as vítimas de violência doméstica oferecendo segurança e conforto.“Vamos ter no IML desse estado uma sala cor de rosa, uma lilás, uma sala diferente e própria para o atendimento da mulher. Pode contar com apoio financeiro do nosso ministério”, afirmou. Sinceramente, uma louca.

                                          Padre Marcelo

Na missa de hoje, domingo, Padre Marcelo falou sobre os 13 milhões de desempregados, além dos outros 17 milhões que vivem de bico ou desistiram de procurar emprego. Ao todo, 30 milhões de desempregados no Brasil. Quando os congressistas aprovaram a reforma trabalhista de Michel Temer, prometeram milhões de empregos. O que ocorreu foi exatamente o contrário. Foram descriados milhões de empregos e criados milhões de subempregos, ou seja, bicos. E a agora com a reforma da Previdência, a mesma coisa, Prometem gerar empregos e que o já vemos são pessoas sendo demitidas e impedidas de se aposentar. É o caso da Energisa (ex-Ceron, no caso de Rondônia).

Energisa

O site Mais RO, fez uma matéria especial sobre a Energisa, sob o título Energisa toca o terror; funcionários estão vivendo momentos de angústia e medo, que retrata o que acontece com as privatizações que estão ocorrendo no Brasil nos últimos três meses sob o governo Bolsonaro. Simplesmente uma privatização sem motivo, só por entregar mesmo empresas brasileiras para grupos econômicos nacionais e estrangeiros. A venda da Embraer para a Boeing, por exemplo, é algo escroto, imbecil e sem noção. Orgulho do Brasil e dos brasileiros, a superavitária Embraer foi entregue por R$ 4 bilhões de reais, o valor de 20 aviões produzidos pela empresa. Vai saber o que está por trás destas vendas e privatizações.

Energisa 2

Por falar em Energisa, que merreca de redução da tarifa da energia elétrica em Rondônia, hein? Reduzir em 7% foi o máximo que a bancada federal conseguiu na Aneel. O governador Marcos Rocha (PSL) e o coordenador da bancada, Lúcio Mosquini (MDB) comemoraram. Mas, não era para comemorar. Era para lamentar. É um absurdo penalizar a população de Rondônia, com o número de desempregados que tem, com aumento de energia elétrica mesmo tendo três hidrelétricas no quintal de casa.

Semana Santa e Santo Expedito 

A Semana Santa coincidirá este ano com as comemorações de Santo Expedito, cujo dia é 19 de abril, na Sexta-Feira Santa. Santo Expedito é o santo das causas impossíveis. E dentre os pedidos impossíveis em tempos estranhos que estamos vivendo, o de emprego será o mais solicitado.

Destaques da Bancada Federal

A bancada federal de Rondônia tem oito deputados e três senadores da República. Total, 11 parlamentares. A coluna pesquisou a atuação destes parlamentares nestes dois meses de início de mandato. Ficou assim. Os senadores mais atuantes foram Confúcio Moura (MDB) e Marcos Rogério (DEM). Os deputados federais mais atuantes foram Mauro Nazif (PSB) e Expedito Netto (PSD). Critérios: os que mais apareceram positivamente na mídia, os que mais propuseram projetos ou defenderam pautas de interesse regional e nacional. Para a coluna, destinar emenda parlamentar para os municípios não é projeto, é uma obrigação.

O pior deputado

Dentre os seis deputados federais de Rondônia que ainda não disseram a que vieram, a coluna destaca como pior, o bolsonarista (é óbvio) coronel Crhisóstomo (PSL), que começou o mandato gritando estridentemente no plenário da Câmara dos Deputados, causando desconforto. A atuação dele é sofrível.

Hildon Chaves

Uma fonte confidenciou ao colunista que não é certo que o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), sairá à reeleição. Segundo a fonte, Hildon teria dito que estava preparado para quatro anos de administração. Reeleição será um caso a estudar. Vai depender da performance nos dois últimos anos.

                                       A litorina vai voltar!

Que foto, hein? Este é o secretário da Funcultural, Ocampo Fernandes, à frente da litorina que voltará a percorrer alguns quilômetros, de Porto Velho à Candelária. Parabéns ao Ocampo, ao prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, ao Governo de Rondônia, 17a. Brigada, 5o. BEC, Santo Antônio Energia, DER e outros.

                                 A porta para o inferno

                                     

Em três meses de governo Bolsonaro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou a autorização de 86 novos produtos elaborados com agrotóxicos, em média, 1,6 por dia. Todos os ingredientes dos novos produtos já eram comercializados no Brasil. A novidade é que eles passam a ser autorizados para uso em novas culturas, para fabricação por novas empresas ou para serem associados em combinações com outros químicos. Com isso, o Brasil chega a 2.152 produtos elaborados com agrotóxicos em circulação. Entre eles está o glifosato, já proibido na França por seu potencial cancerígeno. A Monsanto, fabricante do produto e hoje pertencente à Bayer, foi condenada nos EUA a pagar U$ 39 milhões a DeWayne Johnson, um jardineiro foi diagnosticado com um câncer após usar a substância na escola em que trabalhava. As últimas aprovações foram divulgadas na edição de 21 de fevereiro, do Diário Oficial da União. São 29 produtos, dos quais 13 foram classificados como extremamente tóxicos – maior grau de toxicidade possível. De 2010 a 2016, os registros foram sempre abaixo de 20 por ano. Nos dois últimos anos o número subiu para 47 (2017) e 60 (2018), recorde batido em apenas 60 dias, com as 86 novas liberações. “Metaforicamente, estamos abrindo as portas do inferno. Em termos científicos, é uma vulnerabilização maior da saúde humana e ambiental do Brasil, em função desse aumento estratosférico na autorização de novos produtos”, comenta Larissa Mies Bombardi, geógrafa, professora da USP e autora do Atlas Geográfico do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia.

 

(*) Roberto Kuppê é jornalista e articulista político