CFM é acionado para apurar sobre médico de Rondônia que adulterou dados de Átila Iamarino

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O biólogo e pesquisador Atila Iamarino teve dados alterados em novembro no sistema do SUS Imagem: Reprodução/TV Cultura

O responsável pela alteração dos dados de Átila Iamarino, divulgador científico que ganhou mais projeção durante a pandemia da covid-19, na plataforma ConecteSUS foi identificado como um médico de Porto Velho, em Rondônia. O profissional de saúde teve o acesso ao sistema do Ministério da Saúde bloqueado após a descoberta. A invasão foi exposta pelo biólogo em 9 de novembro, quando ele viu que seu nome, nacionalidade e filiação estavam alterados no certificado de vacinação contra a covid-19. O responsável pela alteração, que não teve a identidade revelada, também declarou que o divulgador científico estaria morto. O Conselho Regional de Medicina de Rondônia foi acionado mas ainda não se pronunciou.

Após receber uma solicitação de Átila, o Ministério da Saúde identificou o autor da falsificação e corrigiu suas informações no ConecteSUS e no CadSus, ferramenta de cadastro conectada à utilização de serviços de saúde.

“A alteração foi feita com a credencial (agora bloqueada) de um médico de Porto Velho/RO, que também me marcou como morto, fez apologia nazista e outras ofensas. Agradeço pela resposta”, escreveu o microbiologista ao anunciar a resolução do caso, na noite de hoje, quase um mês depois da alteração ser descoberta.

Átila ainda explicou que o responsável pela fraude usou uma VPN – rede privada virtual – para conseguir acesso ao sistema do Ministério da Saúde simulando estar em Brasília, mas seu verdadeiro endereço acabou ficando gravado com os dados de acesso.

Ele também mostrou preocupação com a quantidade de pessoas que tem acesso ao sistema do SUS, questionando se todos os cadastrados no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) podem editar as informações, destacando ainda que o perfil do médico suspeito pode ter sido utilizado por terceiros.

“Isso foi feito com essa credencial, não necessariamente pela pessoa dona dela. Ainda estamos vendo os próximos passos com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e em relação ao responsável pela credencial ou quem usou ela”, completou.

Além de Átila, outras personalidades públicas como Felipe Neto, Felipe Castanhari, Guilherme Boulos, Manuela D’Ávila e Nyvi Estephan também tiveram seus dados alterados em um esquema semelhante ao do divulgador.

Em nota ao UOL, o Ministério da Saúde afirmou que “tomou as providências necessárias para abertura de processo junto às autoridades competentes para devida investigação”.

“Cabe esclarecer que as credenciais do operador responsável são bloqueadas sempre que uma irregularidade é identificada e os dados das vítimas são prontamente corrigidos e atualizados”, destacou a pasta, orientando ainda que as pessoas entrem em contato com o número 136 para pedir correção de qualquer dado no ConecteSUS.

A reportagem também entrou em contato com o Conselho Federal de Medicina e com o Conselho Regional de Medicina de Rondônia para apurar possíveis investigações sobre o caso, mas ainda não teve retorno. Este espaço será atualizado tão logo haja manifestação.

Fonte: UOL Noticias