Caso Henry Borel: Qual poderia ser o motivo que levou o Dr. Jairinho e sua mãe Monique Medeiros a cometer o crime

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Menino relatou agressões durante chamada de vídeo (Foto: Reprodução Instagram)

 

O PhD, neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu, explica o que faz uma pessoa como o médico cometer um crime como este sendo apoiado pela mãe do menino

A morte do menino Henry Borel trouxe à tona a lembrança do caso Nardoni e não só causou comoção e indignação, como também nos fez pensar, até que ponto chega a insanidade de alguém.  Ainda mais um médico bem sucedido e famoso como Dr. Jairinho, famoso na rede social, com direito a selo de verificação. E o que será pior do que ter como cúmplice a própria mãe, Monique Medeiros? Como pode uma mãe fazer isso com o próprio filho? Como pode um médico como ele tomar essa atitude? Pensando nisso, conversamos com o PhD, neurocientista e neuropsicólogo Fabiano de Abreu para que pudesse nos ajudar a explicar como e porquê se cometem atitudes como essas.
A psicopatia é considerada um dos distúrbios mentais mais difíceis de diagnosticar e ser detectado. De acordo com o especialista, o psicopata pode parecer normal e até mesmo ser encantador, mas falta consciência e empatia.

Vale ressaltar que nem todos os delinquentes são psicopatas, nem todos os psicopatas são delinquentes como explica o neurocientista Fabiano de Abreu “Todo psicopata tem um narcisismo patológico, mas nem todo narcisista é psicopata. A estrutura mental da perversão juntamente com narcisismo típico da psicopatia, acarreta em disfunção neuro-hormonais ,que prejudicam na racionalidade. Isso explica, também, a movimentação do psicopata nas redes sociais, na busca por “presas” desavisadas que caiam nas garras do “predador”.”

Este distúrbio é considerado muitas vezes como um objeto de fascínio popular e angústia clínica: a psicopatia adulta é amplamente impermeável ao tratamento, embora existam programas para tratar jovens insensíveis e sem emoção na esperança de impedir que eles se transformem em psicopatas.

“Os filtros com os quais enxerga a si mesmo e da imagem que projeta para os outros são pensados e executados como planos requintados em detalhes. No caso de uma mãe tornar-se cúmplice, esta submissão está vinculada ao poder de sedução, envolvimento e persuasão do parceiro psicopata”., explica Abreu

Embora o imaginário coletivo sempre se volte para a delinquência e a maldade quando se fala em psicopatia, esse transtorno da personalidade é algo mais complexo do que possa parecer num primeiro plano.

“O modo como ele exerce influência negativa sobre a mãe, faz com que a produção do hormônio do vínculo – ocitocina – responsável pelo vínculo afetivo (mãe e filho), fique disfuncional. Existem ainda detalhes que precisam ser investigados, como a possibilidade dessa mãe ter sido dopada sistematicamente, impedindo sua ação em defesa do filho”. refere o neurocientista, “Há muitos fatos  nebulosos, porém a estrutura perversa do Dr Jairinho é um fato inquestionável.”, conclui.

Sobre Fabiano de Abreu
Doutor e Mestre em Psicologia da Saúde pela Université Libre des Sciences de l’Homme de Paris; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde na área de Psicologia e Neurociência pela Emil Brunner World University; Mestre em psicanálise pelo Instituto e Faculdade Gaio,Unesco; Pós-Graduação em Neuropsicologia pela Cognos de Portugal; Três Pós-Graduações em neurociência, cognitiva, infantil, aprendizagem pela Faveni; Especialização em propriedade elétrica dos Neurônios em Harvard; Especialista em Nutrição Clínica pela TrainingHouse de Portugal. Neurocientista, Neuropsicólogo, Psicólogo, Psicanalista, Jornalista e Filósofo integrante da SPN – Sociedade Portuguesa de Neurociências – Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento e Federation of European Neuroscience Societies.