Campello retira candidatura às eleições do Vasco “para dar isenção ao processo”

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Alexandre Campello em entrevista coletiva nesta terça-feira — Foto: Marcelo Baltar / ge

O Vasco terá um novo presidente no próximo triênio. Até então candidato à reeleição, o atual presidente Alexandre Campello retirou sua candidatura na manhã deste terça. Em entrevista coletiva no Salão de Beneméritos, em São Januário, com a presença de seus apoiadores, ele disse que sai de cena para dar isenção ao conturbado processo eleitoral. A Assembleia Geral do clube convocou eleições online para o próximo sábado, dia 14.

– Quero deixar claro que eu não participarei mais de nenhuma eleição nesse processo eleitoral, até para dar isenção ao processo. Retirei mesmo a candidatura. Se houver um novo pleito, vou trabalhar para que aconteça da melhor forma possível – afirmou Campello, que afirmou que não apoiará nenhum candidato caso se confirme uma nova votação.

Durante mais de uma hora de entrevista, Campello fez duras críticas aos acontecimentos nos últimos dias, atacou o presidente da Assembleia Geral, Mussa, e ao grupo do candidato Leven Siano (Somamos) pelas ações na Justiça. O dirigente explicou que a escolha da empresa “Eleja Online” para organizar as eleições foi o principal motivo para retirar sua candidatura.

– O clube vai permanecer cumprindo as decisões judiciais. Hoje teve uma convocação do Mussa para uma eleição exclusivamente online, no sábado. Nós vamos cumprir, desde que seja cumprindo as normas do estatuto. O clube não aceita a Eleja Online. Entendemos que há um conflito de interesses, não foi o clube que pagou. Isso por si só já tira a isenção. Não é possível realizar um processo eleitoral em que uma das chapas paga a empresa que organiza o pleito. O clube está pronto para cumprir a lei, desde que dentro da legalidade – disse.

“O que está valendo é a decisão que será online, no dia 14. Mas o que vai acontecer, não sabemos. O fato de retirar a candidatura nos dá bastante tranquilidade. Agora não assustamos mais ninguém, não temos preferência, e vamos defender a instituição”, acrescentou.

Perguntado sobre a possibilidade de reconhecer a vitória de Leven Siano, que foi o candidato mais votado no pleito de sábado, Campello respondeu:

– Vou considerar o que a Justiça considerar. Não cabe a mim julgar. Essa é uma questão que já foi judicializada há tempos. Não gostaríamos de ter chegado nesse ponto.

Por fim, Campello diz que deseja o melhor ao Vasco “independentemente do presidente eleito”.

“Sempre vou ser um torcedor, a minha vida sempre foi muito ligada ao Vasco de forma estreita. Estarei sempre disposto a ajudar, é da minha natureza. Estarei sempre à disposição do clube, claro, se eu for solicitado. Independentemente do presidente eleito – frisou Campello, aplaudido por seus pares ao término da entrevista”.

Entenda a confusão

Na noite de sexta-feira (6/11), a Justiça determinou que a eleição do Vasco acontecesse na manhã do dia seguinte, sábado (7/11). O pleito teve início `s 9h55 e tinha previsão de terminar às 22h. Porém, às 20h25, uma decisão do presidente do STJ, Humberto Martins, mandou suspender a votação.

Mesmo com a decisão do STJ, a mesa diretora do Vasco decidiu prosseguir o pleito. Pouco depois das 22h, quando ainda havia sócios na fila para votar, as luzes de São Januário foram apagadas e a votação encerrada. As urnas, em um primeiro momento, foram lacradas. Porém, o clube não achou lugar para deixá-las e resolveu fazer a contagem às 2h.

Nesse momento, apenas apoiadores dos candidatos Leven Siano e Sérgio Frias continuavam na sede. Os correligionários de Alexandre Campello, Jorge Salgado e Julio Brant já tinham ido embora, assim como os três candidatos. Leven Siano foi o mais votado.

A decisão do STJ que suspendeu a votação também deixou valendo a ação que marcava a votação para o dia 14, próximo sábado, de forma online.

Fonte: GE