Arcebispo de Porto Velho preside terceiro dia da novena a São José de Anchieta (ES)

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O Arcebispo de Porto Velho (RO), Dom Roque Paloschi, presidiu a missa do terceiro dia da novena a São José de Anchieta, no Santuário Nacional dedicado ao santo, na cidade de Anchieta (ES). A celebração contou com o apoio da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Alfredo Chaves, que passou pela Porta Santa do templo, conduzida pelo padre concelebrante Diego de Carvalho.

“Esta terra sagrada é dom de Deus, é nossa casa e precisamos cuidar. Aprendamos com São José de Anchieta e com os povos nativos a fazer da terra nosso lugar de felicidade. A todos os peregrinos, essa terra é abençoada e devemos continuar sendo benção para as próximas gerações do nosso país”, afirmou Dom Roque.

Logo após a missa, o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, de Alfredo Chaves, padre Diego de Carvalho, convidou àqueles que ainda não tinham passado pela Porta Santa, a fazer este gesto de comunhão com toda a Igreja, que reflete sobre o Ano Santo da Misericórdia, instituído pelo Papa Francisco.

“Fizemos essa experiência do reencontro com a eucaristia, confissão e oração pelo papa, e também de reconhecer-se pequeno. O sentimento maior é o da misericórdia e do amor. Nossa paróquia se sente honrada de estar aqui”, disse.

A aposentada Erly Pompermayer Cesari, 72, que veio acompanhar a peregrinação de Alfredo Alves, gostou muito da celebração.

“Em São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil, catequista, devemos nos espelhar, especialmente no testemunho de caridade, simplicidade e amor ao irmão”, contou.

O jovem Igor Cosme da Silva, morador de Anchieta, concorda: “Anchieta é um santo para mim, um catequista que ensinou os povos antigos e até hoje faz parte da nossa cultura. O Santuário também nos ajudou muito, e ainda ajuda ainda, pois é um lugar de fé que atrai muitos visitantes”.

Homilia

Dom Roque deu destaque ao papel de São José de Anchieta na promoção humana dos povos indígenas. Segundo o Arcebispo, o Apóstolo do Brasil lutava para os nativos vivessem dignamente.

“Anchieta nos deu esse grande testemunho: não condenou as culturas indígenas, mas pelo contrário, foi capaz de perceber sinais de Deus na presença deles. Tornando-se amigo, fez com que a Palavra de Deus entrasse na alma, na vida dessas populações”.

O presidente da missa comentou a coragem de Anchieta, que se fez prisioneiro dos tamoios em missão de paz, a fim de conquistá-los para Cristo.

“Por isso nós acolhemos o testemunho dele. Um caminho de simplicidade, humildade, proximidade e, acima de tudo, de respeito àqueles que são diferentes, pois o outro não é meu inimigo, mas alguém com quem vou construindo a estrada da complementaridade, do crescimento mútuo”.

O testemunho do Padroeiro do Brasil, para o Arcebispo, está intimamente ligado às atuais colocações do Papa Francisco, que pede uma Igreja em saída, atenta à comunhão com a natureza, também chamada de a casa comum.

“Anchieta soube como poucos usar os dons em favor dos mais necessitados. Foi padre, poeta, enfermeiro, dramaturgo, diplomata, para maior glória de Deus”.

Agradecendo o acolhimento do Santuário Nacional e da municipalidade, Dom Roque explicou ainda que a vida do cristão é a vida de Cristo, citando o trecho bíblico da Carta de São Paulo a Timóteo.

“Não seu quem vivo, mas Cristo quem vive em mim. Desta verdade, extraímos duas consequências: nenhum sofrimento é em vão, depois da cruz de Jesus; e que banhados em Cristo somos uma nova criatura. Precisamos aprender de São José de Anchieta, pois ele soube viver as consequências deste amor”.

Foto disponibilizada por Iago Miranda

Oração e preces

Ainda durante a homilia, o Arcebispo de Porto Velho desceu à assembleia para convidar o povo a refletir:

“Tenho vivido a vida nova ou o comodismo? Nossas famílias são espaços de misericórdia e perdão? Nossas comunidades são verdadeiras comunidades, acolhedoras e servidoras?”, perguntou.

Com os olhos fechados, o povo pode orar enquanto ouvia o hino Onde reina o amor, eterno amor. Onde reina o amor, Cristo ali está.

Durante as preces, a comunidade rogou a Deus pela Igreja, pelo clero e em favor das pessoas que amam com atitudes concretas, especialmente ao acolher os costumes e tradições diferentes.

4° dia da novena

Nesta sexta-feira, dia 03/06, às 19:00, quem preside a missa no Santuário Nacional de São José de Anchieta é o bispo auxiliar de Brasília e Secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Leonardo Ulrich Steiner.


Por Iago Miranda
Com informações do Santuário Nacional de Anchieta