Ao lado de Ângela Merkel, Gleisi Hoffman e Rhianna, Txai Suruí está entre as 21 mulheres que marcaram 2021

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Angela Merkel, bell hooks, Britney Spears, Chloé Zhao, Danielle Torres, Fernanda Montenegro, Formiga, Juliette, Lia de Itamaracá, Laurel Hubbard, Maria Ressa, Marília Mendonça, Marina Sena, Mônica Calazans, Pequena Lo, Simone Biles, Rayssa Leal, Rihanna e Txai Suruí: não faltam mulheres e motivos para celebrar 2021

Uma mulher tuitou: “2021 poderia ter sido um e-mail”. Depois da montanha russa de sentimentos – e entre eles, os piores, do medo ao luto –, que foi este ano, é mais que justo pouco sentir a sua passagem. Ou apenas querer que 2021 voe e traga, de uma vez por todas, o fim do pandemônio e de toda crise que despertou.

No entanto, veja bem, apesar de pouco digesto, este é um ano que marca a tão aclamada liberdade de Britney Spears, o legado ímpar de Angela Merkel, a voz potente de Txai Suruí, a saudade irreparável deixada por Marília Mendonça, a ousadia das senadoras da CPI da Covid, a influência inegável de Juliette e o dia histórico vivido por Mônica Calazans, a primeira brasileira a tomar a picada da vacina contra a covid-19.

A verdade é que não faltam mulheres e motivos para celebrar 2021. E mais, em Marie Claire não poderíamos deixar de registrar o impacto que figuras como essas causam nas vidas, no presente e futuro de outras mulheres. Com vocês, e em ordem alfabética, a nossa já tradicional lista das mulheres que marcaram o ano, as 21 mulheres de 2021:

As senadoras da CPI da Covid (Simone Tebet, Eliziane Gama, Leila Barros e Soraya Thronicke)

As senadoras da CPI da Covid (Simone Tebet, Eliziane Gama, Leila Barros e Soraya Thronicke) (Foto: Pamela Moreno)
As senadoras da CPI da Covid (Simone Tebet, Eliziane Gama, Leila Barros e Soraya Thronicke) (Arte: Pamela Moreno)

Quando a CPI da covid-19 teve início em 13 de abril de 2021, houve um verdadeiro golpe contra as senadoras. Dos 11 titulares da Comissão Parlamentar de Inquérito que investigou a pandemia no Brasil, não havia nenhuma mulher. Elas não estavam nem mesmo na posição de suplentes. No entanto, não aceitaram a exclusão inicial e negociaram para que fosse criado um novo regimento, que tornou obrigatória a participação das mulheres nas próximas comissões.

Conseguiram também certificar que ao menos uma representante da Bancada Feminina do Senado estivesse presente nas sessões da CPI mais importante dos últimos anos, mesmo sem ter o direito ao voto. Simone Tebet (MDB-MS), Eliziane Gama (Cidadania-MA), Leila Barros e Soraya Thronicke (Cidadania-DF) participaram em esquema de revezamento. E isso foi imprescindível para os desdobramentos da Comissão. Uma das mais importantes denúncias foi feita após persistência de Simone Tebet, quando o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) estava depondo sobre os contratos da Covaxin.

As eleitas da OAB-SP (Patrícia Vanzolini, Márcia Rocha e Silvia Souza)

As eleitas da OAB-SP (Patrícia Vanzolini, Márcia Rocha e Silvia Souza) (Foto: Pamela Moreno)
As eleitas da OAB-SP (Patrícia Vanzolini, Márcia Rocha e Silvia Souza) (Foto: Pamela Moreno)

“O judiciário ainda é um espaço muito machista”, contou a advogada criminalista Patrícia Vanzolini a Marie Claire. Ainda que pareça um mundo paralelo com seus próprios códigos, inacessíveis para boa parte dos brasileiros, o direito não foge da regra do resto da sociedade. Tanto é que foram necessários quase 90 anos até que uma mulher, no caso a própria Patrícia, fosse eleita para ocupar a cadeira da presidência da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo, a maior seccional do país.

Patrícia veio determinada a fazer história e mudar o status quo. Junto a ela, em sua chapa, vieram as advogadas Márcia Rocha e Silvia Souza. Márcia é a primeira travesti a se tornar conselheira da Ordem. Silvia, por sua vez, será a única mulher titular por São Paulo no conselho federal da OAB.

Angela Merkel

Angela Merkel (Foto: Pamela Moreno)
Angela Merkel (Foto: Pamela Moreno)

2021 é o ano que marca a despedida da chanceler alemã Angela Merkel do poder, após 16 anos. Durante seu mandato, Angela conquistou uma posição que poucos políticos na história conseguiram atingir: saiu com a imagem pouco arranhada e deixou um legado que será lembrado por trazer estabilidade ao país, que sob seu governo tornou-se a maior economia europeia.

Foi a primeira mulher chanceler na Alemanha e a segunda pessoa a permanecer por mais tempo na posição. Após ser eleita, fez uma provocação: “Quem poderia imaginar que o mais alto cargo do governo seria ocupado por uma mulher?”. Ficou conhecida pela serenidade ao tomar suas decisões e pelo forte compromisso com os valores democráticos. Para a cerimônia de sua despedida do poder, Angela escolheu uma música de Nina Hagen, ídolo punk da Alemanha nos anos 1980.

Um ponto, entretanto, poderia ter sido melhor, afirmam alguns: a luta pela equidade de gênero. Com um perfil discreto, resistiu em fazer afirmações que pudessem chamar atenção. Somente neste ano chegou a se declarar feminista.

Txai Suruí

Txai Suruí (Foto: Pamela Moreno)
Txai Suruí (Foto: Pamela Moreno)

Em novembro, Txai Suruíativista indígena e estudante de direito de 24 anos, subiu na plenária de abertura da C0P26 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas) para falar a líderes mundiais.

Única brasileira convidada a discursar no encontro anual que reúne chefes de Estado com o objetivo de implementar estratégias, a partir das metas do Acordo de Paris (2015), e assim frear o ritmo do aquecimento global, ela
ganhou, com sua fala, atenção internacional.

A mensagem de Txai durou contados três minutos. Tempo suficiente para denunciar o descaso do Governo brasileiro no que diz respeito à proteção das populações indígenas e fazer o alerta: a luta contra o aquecimento global não irá adiante se o mundo não escutar os povos originários da floresta. “Há tempos estamos falando sobre isso”, diz. “São os indígenas que seguram as florestas de pé.”

Mas com os holofotes também vieram as intimidações de gente que entendeu que ela estava usando o microfone da plenária para falar mal do Brasil. Um de seus críticos foi o presidente Jair Bolsonaro. “Estão reclamando que eu não fui para Glasgow. Levaram uma índia para lá —para substituir o [cacique] Raoni— para atacar o Brasil”, ele chegou a dizer.

bell hooks

bell hooks (Foto: Pamela Moreno)
bell hooks (Foto: Pamela Moreno)

Escritora, professora, teórica feminista, artista e ativista antirracista, a norte-americana bell hooks nos deixou um legado inestimável, para essa e futuras gerações. No dia 16 do último dezembro, morreu cercada pela família. bell publicou mais de 40 livros, com textos sobre política, gênero, raça, espiritualidade, o abismo de classe que persiste em todo o mundo e também sobre amor. Mas não o amor romântico, como lembrou a escritora Juliana Borges em seu perfil do Twitter, mas enquanto ação política: “Amor, para bell hooks, é ação cotidiana, uma prática para a liberdade. É heróico porque não é sentimento, porque não é sobre romance”.

Nascida Gloria Jean Watkins, bell escolheu assinar como bell hooks para homenagear sua bisavó. A única distinção foi usar as iniciais em letras minúsculas, assim o foco não estaria na autoria de sua obra, mas na obra em si. bell já deixa muita falta.

Britney Spears

Britney Spears (Foto: Pamela Moreno)
Britney Spears (Foto: Pamela Moreno)

Foram 13 anos até que Britney Spears recuperasse a sua liberdade. E foi neste ano que ouvimos publicamente a voz da cantora, emocionada, dizendo que estava traumatizada após a experiência sob curatela do pai, em uma audiência em um tribunal em Los Angeles.

As palavras de Britney ecoaram as suspeitas que seus fãs, colegas do showbiz e tantos jornalistas já haviam denunciado, e que tantos outros pensavam ser apenas uma teoria de conspiração: ela estava infeliz e com a autonomia completamente restringida.

No último novembro, finalmente veio o veredito através de uma decisão judicial: Britney está livre da curatela e o movimento que clamou por sua redenção, intitulado #FreeBritney, conseguiu ver justiça.

Chloé Zhao

Chloé Zhao (Foto: Pamela Moreno)
Chloé Zhao (Foto: Pamela Moreno)

Embora a cerimônia do Oscar de 2021 tenha sido menor e menos pomposa do que tradicionalmente é, alguns marcos foram vencidos nessa edição. Com mais diversidade entre os indicados, em uma das mais importantes categorias da noite, uma mulher chinesa saiu vencedora. A diretora Chloé Zhao ganhou a estatueta mais importante da indústria do entretenimento na categoria de Melhor Direção com o seu aclamado Nomadland, protagonizado pela excelente Frances McDormand.

O longa da cineasta ainda saiu como o grande vencedor da noite, sendo premiado na categoria Melhor Filme . Chloé foi a segunda mulher a vencer por melhor direção na história da Academia – Kathryn Bigelow foi a primeira com Guerra ao Terror, em 2010 – e a única chinesa a receber o prêmio.

Além de fazer história no Oscar, Chloé também fez no Bafta (British Academy Film Awards), principal premiação britânica destinada ao cinema. Nomadland foi o grande vencedor da cerimônia e levou cinco estatuetas, entre elas as de Melhor Filme e Direção.

Danielle Torres

Danielle Torres (Foto: Pamela Moreno)
Danielle Torres (Foto: Pamela Moreno)

A empresária, escritora e colunista de Marie Claire Danielle Torres é a primeira mulher trans a ocupar um cargo executivo na KPMG. Sua transição de gênero ocorreu anos após ter ingressado na multinacional, e fugindo à regra vivida por tantas pessoas trans no país, recebeu acolhimento e pôde continuar crescendo em sua carreira.

Atualmente, Danielle busca inspirar outros espaços corporativos a acolherem e apostarem em profissionais trans. Em outubro, foi reconhecida como uma das 500 pessoas mais influentes da América Latina, pela Bloomberg Línea.

Fernanda Montenegro

Fernanda Montenegro (Foto: Pamela Moreno)
Fernanda Montenegro (Foto: Pamela Moreno)

Única brasileira a ser indicada ao Oscar, Fernanda Montenegro há muito conquistou o status de grande atriz brasileira, seja do teatro, da televisão ou do cinema. Seu talento é incontestável e fala por si só. Acontece que nessa altura da vida, mesmo sem precisar provar mais nada a ninguém, Fernanda fez história em 2021.

Foi a primeira mulher a ocupar a cadeira 17 da Academia Brasileira de Letras (ABL), sucedendo o diplomata Affonso Arinos de Melo Franco (1930-2020), e a nona a ser indicada à Academia em 124 anos.

“Sua presença enriquece os laços profundos da Academia com as artes cênicas”, justificou o presidente da ABL, Marco Lucchesi.

Formiga

Formiga (Foto: Pamela Moreno)
Formiga (Foto: Pamela Moreno)

A soteropolitana Formiga é uma das maiores jogadoras de futebol do mundo e neste 2021 encerrou uma trajetória invejável, de números gigantescos, na Seleção Brasileira de Futebol Feminino. Foram 26 anos jogando pelo grupo. E nele, se consagrou como a jogadora que mais participou de Copas do Mundo e Olimpíadas. Somente pela Seleção, competiu em 253 partidas. Para efeito de comparação, Pelé jogou 113 pela Seleção Masculina.

Do time, Formiga se despediu com a forte sensação de dever cumprido e disse que saía para dar espaço para novos talentos. Antes de pendurar a camisa, foi homenageada por Marta e Pelé. Em seu discurso de despedida, com a mãe pela primeira vez na arquibancada, declarou: “É nosso dever continuar dando essa oportunidade para que todas as garotas possam sonhar”.

Importante destacar: aos 43 anos, apesar de ter se aposentado da Seleção em novembro, Formiga continua jogando para o time feminino do São Paulo.

Juliette

Juliette (Foto: Pamela Moreno)
Juliette (Foto: Pamela Moreno)

Foram cerca de 100 dias para que uma nova estrela do entretenimento nascesse e conquistasse o Brasil. Com 90,15% dos votos, a então advogada e maquiadora Juliette Freire venceu o BBB 21, formando uma legião de fãs mais que fiéis, os cactos.

Desde o começo do programa, seu jeito doce e transparência cativaram o público. Silenciada e zombada por outros brothers, chorou em rede nacional no reality mais visto da TV brasileira. Não à toa, muito se falou sobre o “fenômeno Juliette”.

Nascida na periferia de Campina Grande, na Paraíba, ela ainda se tornou a participante com o maior número de seguidores de sua edição, com mais de 30 milhões só no Instagram. Ultrapassando até mesmo os números de Madonna. Em junho, ela fez com Marie Claire a sua primeira capa de revista.

Lia de Itamaracá

Lia de Itamaracá (Foto: Pamela Moreno)
Lia de Itamaracá (Foto: Pamela Moreno)

O trabalho da cirandeira, dançarina e compositora Lia de Itamaracá ainda não atingiu o reconhecimento que merece e está distante da importância que ocupa. Seu nome pode não ser tão conhecido por cidadãos do Centro ao Sul do Brasil, mas suas canções, certamente, fizeram parte de muitas infâncias. É dela as músicas Lia da beira do mar e Lua ciranda.

Aos 77 anos, ela acumula mais de 60 deles dedicados à cultura popular. Considerada Patrimônio Vivo da Cultura de Pernambuco, recebeu em 2020 o título de Doutora Honoris Causa, concedido pela Universidade Federal de seu estado.

Em novembro, Lia inaugurou a Embaixada da Ciranda, no Forte Orange, localizado na Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana de Recife, mesmo local de seu nascimento. O espaço abriga uma mostra permanente dos vestidos usados por Lia em apresentações, títulos recebidos pela cirandeira, além de fotos pessoais e memórias de família.

O livro que conta a vida de Maria Madalena Correia do Nascimento, nome de batismo da cirandeira, também está à venda no local. A biografia foi escrita pelo jornalista e pesquisador Marcelo Andrade. “Lia é resistência. A população negra é uma população de resistência, que tem, inclusive, encontrado espaços muito maiores ao longo dos últimos tempos, mas que ainda precisa de muito mais obviamente. E Lia é uma representação disso na cultura brasileira e pernambucana”, escreveu Marcelo.

Laurel Hubbard

Laurel Hubbard (Foto: Pamela Moreno)
Laurel Hubbard (Foto: Pamela Moreno)

A halterofilista neozelandesa Laurel Hubbard foi a primeira mulher declaradamente transgênro a competir nas Olimpíadas deste ano. Classificada na categoria feminina 87kg +, sua participação nos jogos trouxe uma enxurrada de críticas de atletas que defendiam que o sexo biológico deveria definir a participação de um competidir na modalidade feminina ou masculina.

Superar a transfobia não foi a única adversidade que Laurel precisou enfrentar. Aos 43 anos, ela era muito mais velha do que a maioria das atletas deste ano e estava em vias de se aposentar antes dos jogos.

Foi embora sem medalhas, mas não sem derrubar alguns muros. Além de Laurel, Quinn, pessoa não binária que competiu pela Seleção Canadense de Futebol Feminino, também fez história ao participar das Olimpíadas.

Maria Ressa

Maria Ressa (Foto: Pamela Moreno)
Maria Ressa (Foto: Pamela Moreno)

As especulações para o Nobel da Paz deste ano foram equivocadas. O anúncio, no entanto, quando veio, pareceu certeiro e merecido. Dois jornalistas foram laureados: a filipina Maria Ressa e o russo Dmitry Muratov.

A dupla foi reconhecida pela “corajosa luta pela liberdade de expressão nas Filipinas e na Rússia”. Maria é CEO e editora executiva da Rappler, uma agência de notícias online, que teve um trabalho crucial em denunciar o autoritarismo do regime do presidente Rodrigo Duterte. Em 2018, ela chegou a ser acusada falsamente pelo governo de evasão fiscal, em um claro gesto de censura.

No dia 10 deste mês de dezembro, os jornalistas puderam receber, finalmente, o prêmio. “Nenhuma sociedade pode ser livre e justa sem jornalistas capazes de investigar irregularidades, informar os cidadãos e responsabilizar os líderes”, disse Maria ao ter conhecimento do anúncio.

Marília Mendonça

Marília Mendonça (Foto: Pamela Moreno)
Marília Mendonça (Foto: Pamela Moreno)

Ninguém estava preparado para o que estava por vir. Marília Mendonça deixou um espaço vazio para muitos brasileiros após ter sido vítima fatal, aos 26 anos, de um acidente aéreo em 5 de novembro.

A cantora e compositora faz parte de uma pequena lista de mulheres que entraram no sertanejo com o pé na porta. O conhecido “Feminejo” não seria o que é se Marília, nossa rainha da sofrência, não tivesse aparecido – e brilhado tanto – em campo.

Embora nunca tenha se declarado feminista, sua música trazia uma perspectiva totalmente feminina e falava sobre empoderamento das mulheres dentro de um gênero musical há muito dominado por homens. A obra, e agora legado de Marília, prega sororidade, empoderamento e representa muitas de nós.

É inevitável lembrar da cantora que saiu de Cristianópolis, interior de Goiás, sem dar um suspiro de lamento. Celebramos aqui uma das maiores que já tivemos com muito carinho e admiração.

Marina Sena

Marina Sena (Foto: Pamela Moreno)
Marina Sena (Foto: Pamela Moreno)

2021 definitivamente foi o ano da virada para Marina Sena. Em outubro, a cantora nascida e criada em Taiobeiras, no norte de Minas Gerais, conquistou o 1º lugar da parada viral global do Spotify com o single “Por supuesto”. Pouco depois, seu rosto estampou um gigantesco telão da Times Square, em Nova York.

Em dezembro, levou três troféus no Prêmio Multishow: nas categorias Revelação do Ano; Capa do Ano, pelo álbum “De Primeira”; e Experimente, categoria em parceria com a plataforma YouTube Shorts.

Com o sucesso avassalador, vieram os haters. Vários deles a atacaram em sua conta no Instagram após a premiação do Multishow. A consagração de Marina, incontestável, desagradou aos fãs do piseiro João Gomes, que externou no Twitter ter ficado “meio triste” pela derrota nas duas categorias que disputava, Revelação do Ano e Experimente. Por conta de um viral de denúncias, Marina teve o perfil do Instagram derrubado.

No entanto, o episódio, apesar de sentido com dor pela cantora, serviu como trampolim para ressoar sua popularidade ainda mais. Ninguém no pop nacional hoje bate o fenômeno Marina Sena.

Mônica Calazans

Mônica Calazans (Foto: Pamela Moreno)
Mônica Calazans (Foto: Pamela Moreno)

A enfermeira Mônica Calazans devolveu esperança à centenas de milhares de brasileiros em 17 de janeiro, ao se tornar a primeira pessoa vacinada no país. Mônica recebeu a CoronaVac, imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria, no Brasil, com o Instituto Butantan.

Moradora de Itaquera, na zona leste da capital paulista, a enfermeira, mesmo fazendo parte do grupo de risco por obesidade, hipertensão e diabete, tomou coragem e não se opôs a se colocar na linha de frente com outros profissionais do Instituto de Infectologia Emílio Ribas no combate ao coronavírus. “A vocação falou mais alto”, disse ela, que trabalhou como auxiliar de enfermagem por 26 anos e se formou na faculdade aos 47.

“Não é apenas uma vacina. É o recomeço de uma vida com garantia de que todos nós teremos as mesmas condições de viver dignamente, com saúde e bem-estar”, afirmou Mônica, após ser imunizada.

Pequena Lo

Pequena Lo (Foto: Pamela Moreno)
Pequena Lo (Foto: Pamela Moreno)

Pequena Lo é um fenômeno que nasceu no TikTok. Seus vídeos viralizaram na plataforma no início da pandemia, em 2020. E, desde então, além das situações hilárias que a humorista e influenciadora cria, ela tem representado uma potente voz pela acessibilidade e direitos de pessoas com deficiência. Seu discurso contra o capacitismo furou bolhas e hoje impacta muito mais que os usuários do aplicativo no qual ela estourou.

Nascida em Araxá, em Minas Gerais, Pequena Lo é psicóloga de formação e nasceu com os membros encurtados devido a uma displasia óssea rara. Por esse motivo, ela anda sempre com muletas ou pode ser vista em seus vídeos dirigindo uma scooter. Recentemente, ela sofreu uma situação embaraçosa no aeroporto do Rio de Janeiro quando tentava embarcar para São Paulo. Em sua conta do Twitter, protestou, contando que a companhia aérea se negou a embarcar a sua scooter.

Simone Biles

Simone Biles (Foto: Pamela Moreno)
Simone Biles (Foto: Pamela Moreno)

A ginasta norte-americana Simone Biles protagonizou nas Olimpíadas de Tóquio um episódio emblemático ao reposicionar o debate sobre saúde mental nos esportes. A atleta decidiu abandonar algumas das disputas finais da competição para poder cuidar de si mesma.

Simone foi uma das vítimas do ex-médico da seleção de ginástica dos Estados Unidos Larry Nassar. “Ganhei 25 medalhas em mundiais, sete em Olimpíadas, e sou uma sobrevivente de abuso sexual.” Foi assim que ela se apresentou, em setembro, ao comitê do Senado dos Estados Unidos que investiga as supostas falhas do FBI no maior escândalo esportivo do século.

Simone e outras três atletas de elite, também sobreviventes dos abusos do ex-médico, exigiram que os agentes envolvidos na investigação sejam processados por falta de ação prévia contra Larry enquanto ele cometia os abusos. “Devem prestar contas”, pediram, “enojadas” por precisarem continuar batalhando para que as autoridades respondam uma pergunta básica seis anos depois das primeiras denúncias: “Por que nada foi feito?”.

Larry abusou de mais de 300 atletas da Federação de Ginástica e da Universidade Estadual de Michigan durante duas décadas. Em janeiro de 2018, recebeua condenação de 40 a 175 anos de prisão, que se somou aos outros 60 que já cumpria na prisão por crimes de pornografia infantil.

Rayssa Leal

Rayssa Leal (Foto: Pamela Moreno)
Rayssa Leal (Foto: Pamela Moreno)

Rayssa Leal, a “fadinha”do skate, se mostrou gigante aos olhos do mundo ao participar dos Jogos Olímpicos em julho deste ano. Aos 13 anos, a atleta  de Imperatriz, no Maranhão, se tornou a mais jovem brasileira a participar das Olimpíadas e de lá saiu com a medalha de prata, inspirando garotas Brasil afora.

Rayssa tinha apenas 7 anos quando um vídeo em que fazia manobras vestida de fadinha foi compartilhado por Tony Hawk, um dos maiores do skate mundial. “Muitas meninas já me mandaram mensagem falando que começaram a andar de skate por causa desse vídeo”, disse, após a vitória olímpica. “Isso me deixa muito feliz, porque foi a mesma coisa comigo. Minha história é a história de muitas outras skatistas que quebraram esse preconceito de que o skate era só para meninos”, acrescentou.

Em outubro, foi capa de Marie Claire, inclusive, a pessoa mais jovem a estampá-la. Seu objetivo, ela contou em entrevista a Laura Ancona, nossa diretora de redação, é nunca deixar de se divertir.

Rihanna

Rihanna (Foto: Pamela Moreno)
Rihanna (Foto: Pamela Moreno)

Rihanna abandonou a carreira como cantora?” é uma das perguntas que o Google se encarrega de completar quando buscamos o nome da artista. Seu último álbum, Anti, foi lançado em 2016. E, desde então, ela tem dado um tempo na música e apostado com força nos ramos da moda e da beleza: veio a Savage x Fenty, sua marca de lingerie, e a Fenty Beauty, a empreitada na maquiagem. Os dois projetos vendendo, além de produtos, diversidade e inclusão. “Não acreditamos em segregação. Não acreditamos em excluir ninguém”, resumiu Rihanna.

Em três anos de existência das marcas, Rihanna se fez bilionária. Aí talvez o motivo de até o Google querer saber do futuro dela na música – que, muita calma nessa hora, parece que ainda promete.

Não bastasse o sucesso como empreendedora, no apagar das luzes de 2021, uma homenagem e tanto surgiu. Ao declarar o rompimento com a monarquia britânica, Barbados celebrou Rihanna como sua heroína nacional. A artista nasceu em Saint Michael, paróquia (divisão administrativa) da ilha. Independente do Reino Unido desde 1966, Barbados celebrou sua transição da monarquia para o governo republicano após quase quatro séculos de monarquia.

Fonte: Marie Clare