Análise sobre eleições na OAB-Rondônia revela quem pode ganhar

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capaoab Por Roberto Gutierrez(*)

Quem se ariscaria dizer nesta altura da campanha (reta final) quem será o vencedor da eleição da OAB de Rondônia? Posso garantir que a própria instituição poderá sair fortalecida haja vista que, pela primeira vez na história, a eleição da OAB local ganhou as ruas e atraiu o interesse de milhares de pessoas que, em tese, não têm nada a ver com a instituição, mas com afinidade aos candidatos. Esse poder de mobilização se deve em muito ao candidato Ernande Segismundo, que conseguiu a proeza de envolver não-advogados dando apoio moral. Isso acabou despertando curiosidade e repercutiu nas redes sociais.

Parâmetros

Me sinto um pouco responsável pelo alvoroço que se tornou a campanha nos últimos 30 dias, em especial, ao interior. Afinal, fiz uma análise estratégica sobre o embrião das três candidaturas e quanto à forma daquele momento, na qual disse com todas as letras que, pela primeira vez, os advogados do interior decidiriam as eleições. Seguindo esse raciocínio em razão da chapa 11 ser uma dissidência da chapa 10 e não colocaram um vice do interior, poderiam se anular na capital mesmo porque os três postulantes à presidência da Ordem são de Porto Velho. Isso acabou despertando uma correria a todas as portas de escritórios do Cujubim ao Cabixi.

Agravantes

A recusa do presidente em reeleição Andrey Cavalcante em não participar dos debates tirou o brilho da disputa porque no debate está o sentido de uma competição deste nível. Ainda mais que, além dos advogados, o público não votante queria assistir. Se negar a responder temas como transparência de gestão, prestação de contas e a suposta submissão da Ordem deixou um quê desnecessário que seria resolvido com a simples opção de participar.

Antídoto

O crescimento da chapa Advogado não Foge à Luta’, composta por Juacy dos Santos Loura Júnior à presidência, e Márcia Berenice Simas Antonetti a vice, é algo que preocupa muito mais aos estrategistas de Andrey Cavalcante, pois, além de serem dissidentes, nadam na mesma base de apoio que os havia elegido na última eleição da OAB.

Crescimento x ataques

O que tem chamado a atenção no entanto foi o crescimento da chapa ‘OAB Ativa’ representada por Ernande Segismundo à presidência, e Nilton Marena, de Ariquemes, na condição de vice. Esse crescimento acabou gerando uma série de ataques nas redes sociais, no qual foi usado fotos da página do Facebook de Segismundo e da mulher dele, Luciana Oliveira, de forma pejorativa. Vale lembrar que uma agência e um marketeiro foram contratados para cuidar da campanha, estratégia e imagem do candidato Andrey – diz a lenda que seria a mesma que fez a última campanha da família Cassol que tentou o Governo e Senado. Talvez se explique aí também o motivo do candidato Andrey não ter participado de debates. O prejuízo seria bem menor se ficar de fora. Mas essa estratégia sempre usada por aqueles que têm o desgaste do poder, pode não funcionar muito bem quando se trata de uma eleição em arena fechada, como a da OAB. Apesar de boa parte do eleitorado do Direito ser tão volátil como eleitores de bolsões de pobreza de centros como o de Porto Velho (anoitece fechado com um candidato e amanhece nos braços de outro) trata-se de um público esclarecido e que não costuma se abrir de verdade sobre aquilo que pensa.

Alfinetadas x razão

Apesar de estar muito embolada a disputa, arrisco dizer que a Chapa 12 estaria hoje com uma vantagem que não seria propriamente uma zona de conforto. Digo isso porque, o que estará pesando de agora até o dia das eleições, são as desconstruções de bastidores, muito mais que as propostas. Quem errar na dose, pode transformar o adversário em vítima e levar a pior.