Amazonas se aproxima de colapso na saúde e atinge 91% dos leitos de UTI ocupados

0
149

Os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Amazonas para pacientes com o novo coronavírus já chegaram a 91% de ocupação, segundo informou a Secretaria de Saúde do Amazonas (Susam), nesta terça-feira (21). A taxa de ocupação dos leitos de UTI era de 88%, na última sexta-feira (17). Até a última atualização de casos feita pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), na segunda-feira (20), o Amazonas já registra 193 mortes em decorrência de Covid-19, com 2.270 casos confirmados da doença.

Os leitos de enfermaria atingiram 75% da capacidade, nesta terça-feira, conforme o órgão. De acordo com a Susam, os dados da taxa de ocupação são somente dos Hospitais e Pronto-Socorros Delphina Aziz, 28 de Agosto, Platão Araújo e João Lúcio, que contemplam a rede pública do estado.

De acordo com a secretária estadual de saúde, Simone Papaiz, o Estado busca contratar novos profissionais para aumentar o número de leitos disponíveis do Estado. Ela informou, em coletiva de imprensa virtual, na tarde desta terça-feira (21), que, em média, a taxa de ocupação de leitos está em torno de 96% a 97%, tanto em UTI, quanto nos leitos de internação.

A taxa de ocupação de salas rosas, para onde são levados pacientes de Covid-19 que não conseguem leitos nos hospitais, costuma a chegar na totalidade. “Sala rosa, chegamos a 100%. Varia muito de 95% a 100% de internação, dependendo do dia. Ontem, por exemplo, nós estávamos com 100% de capacidade operacional da sala rosa, no Hospital 28 de Agosto. Os leitos com maior taxa de ocupação são os de UTI. Por isso, estamos nos debruçando na questão de contratação de médicos intensivistas para poder ampliar os leitos de UTI. Este é um de nossos desafios”, disse Simone.

Os dados ainda não incluem no levantamento os leitos do Hospital de Retaguarda Nilton Lins, inaugurado no sábado (18). O Governo do Amazonas informou que Hospital de Retaguarda iniciou as atividades com 50 leitos clínicos e 16 de UTI, e que busca insumos e recursos humanos para alcançar a capacidade máxima da unidade, de 400 leitos.

Na atualização da Susam, não constam também dados referentes ao Hospital de Campanha do Município de Manaus, nem os da rede privada. O hospital de campanha municipal Gilberto Novaes estava atendendo, até o final desta sexta-feira (17), 26 pacientes internados, sendo 18 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 8 na semi-intensiva, segundo o médico responsável pelo hospital, George Bady.

Ao todo, o Amazonas possui 6.710 leitos, entre a rede pública e privada. Em uma coletiva de imprensa realizada na quinta-feira (16), o Governo do Amazonas admitiu que o sistema de saúde do estado já apresentava insuficiência da capacidade de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) antes da pandemia da Covid-19.

Segundo o estado, atualmente, o Amazonas possui 682 respiradores cadastrados no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Desse número, 232 estão voltados para o atendimento de pacientes com Covid-19, sendo 66% disponíveis para a pandemia.

Após denúncias, o Ministério Público de Contas do Estado do Amazonas iniciou uma investigação e cobra respostas do governo sobre a compra de 28 respiradores pulmonares para a rede pública de saúde no valor de R$ 2 milhões e 970 mil. O MPC informou que o custo teve uma média de R$ 106 mil e 200 por unidade.

De acordo com o documento do Gabinete do Procurador Geral de Contas, assinado por João Barroso de Souza, o Governo Federal tem adquirido os mesmos respiradores ao preço unitário de R$ 57.300. O procurador-geral relata que o valor é quase metade do preço dos equipamentos que o Amazonas adquiriu.

Fonte: G1