A subserviência e sabujice de vereadores da Capital ao prefeito Hildon Chaves parece não ter limites 

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RETICÊNCIAS POLÍTICAS  –  Por Itamar Ferreira *

Seria natural esperar da Câmara de Vereadores de Porto Velho uma postura de mais altivez, independência e cuidado com os interesses maiores da população; em vez disso temos uma “Casa do Povo” onde a grande maioria dos vereadores não passam de meros capachos, ao que pareceria, a soldo do prefeito Hildon Chaves.

O servilismo chegou a tal ponto que projetos de iniciativa do prefeito, que afetam profundamente a população, são aprovados em poucas horas, praticamente na ‘calada da noite’, sem qualquer debate com os munícipes ou com os segmentos sociais diretamente afetados; sequer debates entre os próprios edis subservientes.

É uma vergonha! Como diria um certo apresentador de jornal da TV. O pior é que essa postura de desfaçatez não é uma exceção ou outra mas a regra, trata-se de um descaramento continuado. Hildon Chaves, na prática, tem mais poderes do que o presidente da República que pode editar medidas provisórias, ele “edita” leis.

Um (mau) exemplo dessa atitude indigna, que parece a de meros lacaios, aconteceu em 30/12/2020 com a população em pleno festejos de fim de ano, quando os vereadores da Capital realizaram uma sessão extraordinária para aprovar uma reestruturação de secretárias com criação de cargos; o Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB); o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (lixo); e uma reforma da previdência dos servidores municipais.

A atual legislatura da Câmara de Vereadores da Capital é uma verdadeira ameaça aos interesses da população; pois questões da importância da água, do lixo e da previdência de servidores serem discutidas e aprovadas em poucas horas, sem qualquer debate com a sociedade, é uma afronta, um desrespeito e uma agressão ao povo.

Recentemente os vereadores de Porto Velho, em sua esmagadora maioria, se prestaram ao papel de capachos do prefeito mais uma vez, com uma tramitação relâmpago de outro projeto de Hildon Chaves, este extinguindo diversos cargos no organograma da prefeitura, como garis, arquitetos e engenheiros.

Neste projeto extinguindo cargos ocorreu o mesmo modus operandi: nenhuma consulta ou debate com a sociedade, sequer uma análise mais detalhada do projeto de lei pelos próprios vereadores que, com raríssimas e honrosas exceções, estavam mais ansiosos em agradar o prefeito.

Qual a urgência de aprovar essa extinção de cargos, além de contemplar possíveis interesses escusos em privatizar tais funções essenciais ao município? Atualmente, por exemplo, a Prefeitura conta com um corpo técnico, de engenheiros e arquitetos, para atuar em defesa da municipalidade e dos interesses da população. No futuro, empresas privadas “cuidarão” disso.

Lamentável, sob todos os aspectos, o servilismo despudorado da atual legislatura de edis, uma postura indigna de quem foi eleito para defender os interesses da população e fiscalizar o Executivo municipal, que estão jogando na lata de lixo o conceito de “Casa do Povo” que a Câmara de Vereadores da Capital deveria ostentar.

Isso é uma vergonha!!!

* Itamar Ferreira é advogado e responsável pela Coluna Reticências Políticas.