14 mil estudantes do IFRO celebram o 11 de agosto

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Com mais de 14 mil estudantes matriculados no ensino presencial e a distância, atualmente o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO) oferta do ensino médio a pós-graduação, além de cursos de curta duração nas modalidades Formação Inicial e Continuada (FIC) e de extensão. Em seus mais de oito anos no Estado, o Instituto tem muitas histórias interessantes a contar, especialmente quando se aproxima o Dia do Estudante, comemorado nesta sexta-feira, 11 de agosto.

Ingressante na turma de 2014 do Curso Técnico Integrado em Edificações do Campus Vilhena, Larissa Elisa dos Santos Oliveira, 17 anos, concluiu o curso no IFRO e agora foi aprovada em Museologia na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Sempre uma aluna esforçada, Larissa foi bolsista de dois projetos “Conversa afiada: roda de leitores” em 2015/16 e “Música no IFRO” em 2014. “O Campus Vilhena foi a peça fundamental para a realização dos meus objetivos acadêmicos. Através do Instituto Federal, tive a possibilidade de conhecer um pouco mais acerca da cidade de Ouro Preto, durante a realização de uma visita técnica, e isso fez com que o meu fascínio por Minas Gerais fosse alimentado. A aprovação foi a realização de um sonho. Tanto pelo curso quanto pela Instituição que era meu objetivo principal”, ressalta Larissa.

Juliana_Áurea_do_Campus_Jaru.jpgEm julho de 2016, a aluna Larissa participou de uma visita técnica interdisciplinar ao estado de Minas Gerais, onde teve a oportunidade de conhecer a UFOP, o Observatório Astronômico de Ouro Preto e o Museu de Ciência e Técnica Escola de Minas. Assim, a aluna interessou-se pelo curso de Museologia, cujas aulas terão início 25 de setembro de 2017. Ao concluir o técnico em 2016, Larissa logo iniciou a faculdade de Jornalismo na Universidade de Rondônia (UNIR), em março de 2017. E também havia sido aprovada no curso de História pela Universidade Federal do Mato Grosso, Campus Cuiabá. Mesmo estando na faculdade de Jornalismo, ela almejava fazer uma faculdade na Universidade Federal de Ouro Preto, Minas Gerais.

Em Ji-Paraná, o exemplo é de quem mesmo possuindo uma graduação, resolve retornar aos bancos escolares. Kellis Rodrigues da Silva, 28 anos, está no sexto período do curso de licenciatura em Química. Formada em Educação Física, ela diz que a decisão se deu “principalmente pelo fato que eu gosto muito de estudar, sem contar o prestígio, pois o curso feito em uma faculdade particular não tem o mesmo crédito que uma Federal. Pretendo sempre continuar os estudos, um mestrado e futuramente conseguir fazer o doutorado, de preferência na área da educação que é comum às minhas duas graduações. Participo do PIBID desde agosto de 2016 e ano passado desenvolvi projeto sobre nutrição do Ipê-branco. Na outra faculdade que fiz participei durante um ano do PIBIC, que é do CNPq. Adoro realizar projetos, independentemente da área, devido ao conhecimento que acabo adquirindo durante a execução do mesmo, sem contar que passo por novas experiências”.

No caso de Marciana da Silva, 33 anos, a busca por um futuro melhor levou ela e o esposo ao curso de licenciatura em Ciências Biológicas no CampusAriquemes. E o mais novo dos filhos do casal está no Curso Técnico Integrado de Agropecuária. Marciana trabalha há cinco anos em uma empresa terceirizada no próprio Campus Ariquemes, na função de auxiliar de limpeza. E o esposo, Sandro Edinaldo de Souza Santos, 35 anos, é mecânico. Esta não é a primeira vez que eles estão juntos em sala de aula, durante o ensino médio, anos atrás, também foi assim. Anteriormente, ela foi aluna dos cursos do Programa Mulheres Mil, Inclusão Digital e Libras no IFRO, via Pronatec. Quando ouviu seu nome na aprovação, ela lembra a emoção que foi: “eu não acreditei, a realidade foi outra de saber que a ‘Marciana’ está fazendo faculdade, meu Deus que sonho! Porque nunca imaginei que seria capaz de fazer o ensino superior”.

Sobre estudar e trabalhar ao mesmo tempo: “sou mãe de família e tenho quatro filhos. Agregar serviço, casa e escola não é fácil, confesso, mas não é impossível, estou aí batalhando. Lógico, não acordei para a vida cedo, porque agora tenho 33 anos, só que com fé em Deus eu vou conseguir”. Marciana ainda diz receber um apoio maior agora que é aluna da instituição, os professores se colocam à disposição para colaborar no seu aprendizado.

 

Residindo ou não no campus

Dentro de um universo de 28,3 mil escolas brasileiras a ofertarem o ensino médio, conforme dados do Censo Escolar 2016, o IFRO busca ser um diferencial na vida de seus estudantes. De seus nove campi, o IFRO Campus Colorado do Oeste é um dos que ofertam, entre as políticas públicas, o espaço de moradia estudantil (também oferecem moradia os Campi Ariquemes e Cacoal). Vinda do município de Comodoro (MT), Niélissa Melissa da Silva, 15 anos, está no primeiro ano do Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio. Ela é uma das residentes no campus e explica tê-lo escolhido por ter recebido boas referências. “É uma experiência maravilhosa. Essa instituição é excelente e por mais que seja corrido, é muito bom estudar aqui”.

Por outro lado, há os que fazem a opção por se deslocar diariamente para a unidade. Késia Rodrigues, 16 anos, também está no primeiro ano de Agropecuária. Ela mora em Cerejeiras (RO) e todos os dias percorre, em uma hora de ônibus, os 40 km para chegar ao IFRO. Segundo ela, sabia que precisaria fazer muito esforço, mas que no fim vale a pena em função dos professores, muitos mestres e doutores, e das amizades que faz. “O nosso desenvolvimento é mais elevado, conhecemos muito mais que somente as matérias de sala de aula, porque o IFRO incentiva atividades de esportes e cultura. O Instituto abre nossa mente. Temos incentivo, amigos e alguns professores viram nossos amigos”.

Na capital, também há os que precisam percorrer grande distância para chegar às aulas. Daniel Gomes de Oliveira, 16 anos, está no Curso Técnico em Informática para Internet, modalidade concomitante ao ensino médio. Ele é residente da Zona Rural (distante 52 km, via estrada da Penal) e uma vez por semana fica alojado na casa de uma irmã, na Zona Sul de Porto Velho, para participar da aula que ocorre às quartas de manhã. A escola estadual de ensino médio que ele estuda está localizada em Aliança, uma comunidade próxima ao Distrito de São Carlos. “Sempre quis estudar no IFRO e por isso fiz esse esforço. Como moro na Zona Rural, muitas pessoas dizem que quando formos para a cidade, seremos inferiores e não nos daremos bem, e não é o que quero para a minha vida. Estudando eu posso, quando vir morar aqui, me estabilizar e não sofrer tanto como eles me falam”.

 

Verticalização do ensino

Entre as finalidades e características dos Institutos Federais, trazidas pela lei nº 11.892/2008, está a verticalização do ensino. Rodrigo Silva, 18 anos, está no segundo período do Curso de Tecnólogo em Desenvolvimento de Sistemas do Campus Porto Velho Calama. Egresso da mesma unidade, ele concluiu o Curso Técnico Integrado em Informática no final de 2016, e sua colação de grau ocorreu em 06/01/2017. Durante o curso técnico, Rodrigo era aluno colaborador da Coordenação de Comunicação e Eventos. “A minha jornada no IFRO começou bem cedo, em 2013, quando eu decidi mudar e realmente mudei. Para quem sai de uma escola pública convencional, o IFRO é um mundo totalmente novo, encantador e cheio de novidades a serem descobertas. Desde o início o Instituto me proporcionou experiências que não teria em outras escolas, tais como projetos de pesquisa, bolsas de estudo, viagens e congressos. Conhecer o IFRO, como eu já conhecia, foi o que me levou a decisão de continuar a graduação na mesma instituição em que me formei como técnico, pois sei que aqui tenho oportunidades e professores de excelência”, justifica.

Situado na região central de Rondônia, o Campus Avançado Jaru é a mais nova unidade do IFRO em funcionamento. Por enquanto, são ofertados cursos subsequentes e concomitantes ao ensino médio. Elizabeth Alves Rodrigues, 45 anos, é aluna do noturno. “Para mim é muito importante poder fazer o Curso Técnico em Segurança do Trabalho para melhorar meus conhecimentos. Ser aluna do IFRO tem me proporcionado grandes mudanças como pessoa e no meu trabalho. O desafio é muito grande, pois começo a trabalhar muito cedo e quando chega a noite, no horário da aula, estou muito cansada. Mas o esforço está sendo recompensado”. Sua colega de curso, Juliana Maria Novais, 17 anos, também está de olho em melhores oportunidades futuras. “Acho importante estar no IFRO pelo curso técnico, ajuda muito para meu futuro e conta no currículo. Mesmo morando em cidade vizinha, venho todas as noites. O cansaço é grande, mas espero conseguir estágio e emprego na área”, afirma a estudante. Também do Campus Jaru, Juliana Áurea, 15 anos, cursa o Técnico em Comércio Concomitante. “O IFRO tem sido de grande importância para mim, pois aqui estou aprendendo e descobrindo o que realmente gosto e onde quero atuar vida profissional. Apesar de às vezes ser cansativo estudar em duas escolas, o esforço é recompensado pela aprendizagem, pela motivação dos professores e pela oportunidade de ingressar no mercado de trabalho”.

Sobre o Dia do Estudante

A celebração do 11 de agosto como o Dia do Estudante foi iniciada ainda no século XIX. A homenagem está ligada à fundação dos dois primeiros cursos de Ciências Jurídicas no Brasil, em 11 de agosto de 1827, conforme autorização de Dom Pedro I. Desta forma, a data comemorativa engloba desde a educação infantil até o nível de doutoramento. Já em 17 de novembro é comemorado o Dia Internacional do Estudante. Tradicionalmente as escolas realizam atividades voltadas a lembrar da data junto a seus alunos.