Trabalhadores homenageiam vítimas das Olimpíadas no Rio 2016

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Por iniciativa da Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira América Latina e Caribe (ICM), os 11 trabalhadores da construção que perderam suas vidas e outros três vítimas de acidentes de trabalho nas obras das Olimpíadas 2016 serão homenageados hoje, 28 de julho no evento Vidas perdidas nas obras das Olimpíadas do Rio de Janeiro: uma homenagem aos trabalhadores. Na ocasião, haverá o plantio de uma árvore e a colocação de uma placa no pátio do prédio da Fiocruz, além da entrega de um documento à imprensa, alertando sobre as mortes nas obras dos grandes eventos.

O evento está sendo organizado pela ICM em parceria com o Ministério do Trabalho e Emprego por meio do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP – Fiocruz) e os sindicatos dos Servidores de Ciência, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública (Asfoc-SN), dos Trabalhadores das Indústrias da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro (SITRAICP) e Trabalhadores das Indústrias da Construção Civil do Rio de Janeiro (SINTRACONST-RIO).

Mortes e trabalho análogo ao escravo

Desde março de 2015, a ICM vinha alertando as autoridades e os organizadores dos Jogos sobre as condições de trabalho, especialmente na reta final das obras. A entidade chegou a apresentar uma pesquisa realizada pela Fundacentro/MTE mostrando o aumento do número de acidentes conforme as obras se aproximavam do prazo final. Também, para evitar que os acidentes se repetissem e que as interdições acontecessem, a ICM propôs um Protocolo de Segurança nas Obras das Olimpíadas 2016 que estabelece uma série de diretrizes de ação para garantir condições seguras de trabalho.

Mesmo assim contabilizaram-se 11 mortes e três vítimas de acidente de trabalho nas obras, além de casos de trabalhadores encontrados nas obras das Olimpíadas 2016 em condições análogas à escravidão nas operações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel e Combate ao Trabalho Escravo do Ministério do Trabalho e Emprego.

“Este é o resultado da falta de respeito pela vida dos trabalhadores. Com este evento reforçamos a pressão para que o Comitê Olímpico Internacional (COI) assuma compromissos e crie instrumentos que proporcionem condições de segurança e saúde aos trabalhadores nos eventos esportivos da entidade ao redor do mundo”, explica o representante regional da ICM para América Latina e Caribe, Nilton Freitas.

Programação

O evento terá início às 11h e por volta das 12h será realizado o plantio, por familiares e amigos, de uma árvore em homenagem aos 11 trabalhadores mortos, seguido de uma palestra do pesquisador do Cesteh/ENSP Carlos Machado, especialista em acidentes ampliados com o tema “Grandes Empreendimentos e Acidentes de Trabalho-Os custos humanos esquecidos dos grandes monumentos da cultura”. No encerrando, às 12h30, será entregue a carta destinada à imprensa, alertando sobre as mortes nas obras dos grandes eventos.

Serviço: Vidas perdidas nas obras das Olimpíadas do Rio de Janeiro: uma homenagem aos trabalhadores.
Data: 28 de julho
Horário: a partir das 11 horas
Local: Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana (Cesteh/ENSP)
Endereço: Rua Leopoldo Bulhões, n. 1.480, Manguinhos – Rio de Janeiro.