SESAU pede parceria de municípios para reduzir número de partos de alta complexidade no centro obstétrico do Hospital de Base em Porto Velho

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Williames Pimentel

Cerca de 50% dos partos de alta complexidade, num total de 3.600 por ano, realizados no centro obstétrico do Hospital de Base Ary Pinheiro (HB), em Porto Velho, poderia ser evitado caso as parturientes tivessem um pré-natal correto. O alerta foi feito pelo secretário estadual de Saúde, Williames Pimentel.

O secretário pediu aos prefeitos e secretários de Saúde dos municípios contemplados que ajudem ao governo de Rondônia a ampliar o fortalecimento da atenção básica. Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde (MS) apontam que 80% das doenças podem ser evitadas se a atenção básica – que é a porta de entrada do paciente no Sistema Único de Saúde (SUS) – funcionar.

Ele citou como exemplo que a metade dos partos de alta complexidade realizados no centro HB é causada por infecção urinária, doença fácil de ser tratada se detectada durante o pré-natal. Outra causa é a diabetes gestacional, que pode ser controlada durante as visitas da gestante ao médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS).

Pimentel destacou que o número é um alerta, e mostra que a maioria dos municípios não oferece acompanhamento ideal para as grávidas, com exames que poderiam diagnosticar infecção urinária, por exemplo, e tratá-la, evitando que a futura mãe tenha que passar por um parto de risco, devido a uma doença evitável. Os dados expõem ainda uma realidade: muitas grávidas iniciam o pré-natal e abandonam o acompanhamento.

Dados divulgados pelo Ministério da Saúde (MS) apontam que mais de 32% da população de Rondônia (388,3 mil pessoas) possui pelo menos uma doença crônica não transmissível (DCNT). O levantamento realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que essas enfermidades atingem principalmente o sexo feminino (37,4%) – são 226,8 mil mulheres e 161,4 mil homens (27,7%) com enfermidades crônicas. No Brasil, o índice atinge cerca de 40% da população, o equivalente a 57,4 milhões de pessoas.

Williames Pimentel chama a atenção para os números e destaca que quase todas as doenças estão dentro do campo de atuação dos agentes comunitários de saúde. Isso, segundo ele, comprova que o investimento do governo na atenção básica vai refletir diretamente na diminuição do número pacientes que ainda superlotam a média e alta complexidade em todo o estado.

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