Quadrilhões de PMDB e PP faturaram R$ 3,3 bi em propina

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Renan Calheiros será o candidato do MDB

BRASÍLIA. Quatro quadrilhas que, juntas, teriam recebido um valor total de R$ 3.317.820.268,28 em propinas. Essa é a soma de tudo o que o procurador geral da República, Rodrigo Janot, indicou nas quatro denúncias contra 34 políticos de três partidos enviadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) nas últimas semanas.

Nas quatro peças acusatórias, Rodrigo Janot pede que os envolvidos devolvam aos cofres públicos um total de R$ 8,7 bilhões, sendo a maior parte devida pela quadrilha do PT no valor de R$ 6,8 bilhões.

O valor atribuído ao PP tem uma discrepância. Na denúncia contra o partido está registrado o valor de 380,9 milhões.

O valor inclui o que o Ministério Público Federal diz ser resultado de crimes de corrupção cometidos pelas assim nomeadas organizações criminosas do do PMDB da Câmara, do PMDB do Senado, e do PP. O PMDB do Senado aparece com R$ 864,526 milhões.

Em terceiro lugar, o grupo comandado pelo atual presidente Michel Temer, com propinas na casa dos R$ 587,1 milhões, seguidos de R$ 380,9 milhões destinados à organização do PP, aliado de todas essas gestões.

Nas quatro denúncias, Janot cita ainda um valor calculado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), como o tamanho do prejuízo causado principalmente à Petrobras, estatal que foi dividida pelos três partidos e alvo de acordos que envolviam pagamentos irregularidades por fornecedores aos núcleos políticos dos três partidos.

Listão. O PMDB, partido de Temer, é o campeão em número de denunciados nessas quatro acusações. São 14 nomes divididos em dois casos. A lista do chamado “PMDB da Câmara” inclui, além do presidente Michel Temer, os ex-presidentes da Casa, Eduardo Cunha e Henrique Alves, além dos ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, do ex-ministro Geddel Vieira Lima e do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures.

O grupo do Senado inclui o ex-presidente da Casa, Renan Calheiros, além dos senadores Edison Lobão, Romero Jucá, Jáder Barbalho e Valdir Raupp. O ex-presidente José Sarney e o ex-senador e ex-presidente da Transpetro Sergio Machado completam a lista.

O quadrilhão do PP inclui 12 membros do partido, incluindo o líder do governo Temer na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro e o vice-governador do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles. Além disso, o grupo é formado ainda por Arthur Lira, Eduardo da Fonte, José Otávio Germano, Luiz Fernando Faria, Nelson Meurer, Benedito de Lira, Ciro Nogueira, Mário Negromonte, João Pizzolatti e Pedro Henry.

No PT, com oito acusados por Rodrigo Janot no quadrilhão, a lista inclui os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, além dos ex-ministros Antonio Palocci, Guido Mantega, Paulo Bernardo e Edinho Silva, além da senadora e atual presidente da legenda Gleisi Hoffman e do ex-tesoureiro João Vaccari.

Flechadas

Reta final. Todas as denúncias relacionadas às quadrilhas partidárias foram apresentadas por Rodrigo Janot na reta final de seu mandato, gerando uma guerra da classe política com o procurador.

Dez políticos, 85 apurações

BRASÍLIA. Apenas dez políticos brasileiros concentram 85 investigações na Justiça, de acordo com um levantamento feito pelo site “Congresso em Foco” em parceria com o jornal “O Globo”. Sete integrantes da lista são peemedebistas, que somam 65 procedimentos, sendo 46 inquéritos, 18 denúncias já aceitas e uma condenação.

Segundo os dados, o campeão de problemas nos tribunais é o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que responde a 17 inquéritos e já é réu em um caso no Supremo Tribunal Federal (STF), uma denúncia por peculato.

O vice-líder no nada honroso ranking é o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), com 14 investigações. Ele já é réu em 13 processos e possui uma condenação. O terceiro da lista também um peemedebista: Valdir Raupp, ex-presidente da legenda, que tem oito inquéritos e quatro denúncias já recebidas, totalizando 12 casos.

Três políticos são alvos de nove investigações cada um. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é alvo de três inquéritos, uma denúncia e já tem uma condenação). O senador Romero Jucá e o senador Aécio Neves (PSDB) são alvos de nove inquéritos.

Completam a lista Michel Temer e Edison Lobão (PMDB-MA), com três inquéritos, e Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Rodrigo Maia (DEM-RJ), ambos com dois inquéritos cada.