Polícia Federal vai acompanhar obras de R$ 500 milhões da Caerd em Porto Velho

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aza2Uma má notícia para os malfeitores e aos que acham que todos são corruptos. A Polícia Federal, a convite da presidente da Caerd (Companhia de Águias e Esgotos de Rondônia), Iacira Azamor, vai acompanhar de perto toda as fases da maior obra de esgotos sanitários que Porto Velho já viu. Orçada em quase R$ 500 milhões de reais, a obra com recursos do PAC vai resolver 50% do saneamento básico da Capital. Os outros 50% já foram encaminhados para licitação pela Supel.

Foi assinado sexta-feira, 24, o contrato com o Consórcio Gelmcen, composto por duas empresas, uma do Paraná e outra do Distrito Federal. Com a assinatura, Porto Velho poderá deixar a pior marca no ranking nacional do saneamento básico. Segundo última pesquisa realizada pelo Instituto Trata Brasil,  a capital de Rondônia está na 98ª colocação entre os 100 maiores municípios do Brasil em referência à falta de coleta de esgoto. Apenas 2,7% dos 484.992 habitantes têm acesso ao serviço, segundo a pesquisa.

Iacira Azamor, após assumir a presidência da Caerd há um ano e meio, vem recebendo resistência interna. Mesmo sob fogo cerrado do sindicato e de políticos contrarios ao saneamento da empresa, Iacira tem conseguido mudar a cara da Caerd.

 

Quem é Iacira Azamor

A arquiteta Iacira Terezinha Rodrigues de Azamor, tem mais de 30 anos de serviços públicos prestados ao País em especial, à Rondônia e Acre. A carreira dela iniciou-se na década de 90 na Caixa Econômica do Mato Grosso do Sul, mas foi na superintendência de Porto Velho que se destacaria em 2000, quando sob sua responsabilidade terminou a construção do famoso Canal da Maternidade de Rio Branco (AC), que hoje recebe o nome de Parque da Maternidade, uma gigantesca obra de seis quilômetros que corta a capital do Acre. Para quem é novo não lembra que por causa desta obra, um governador do Acre foi assassinado. Edmundo Pinto de Almeida foi assassinado num hotel de luxo em São Paulo quando se preparava para depor numa CPI do Congresso sobre corrupção e desvios de recursos públicos. Edmundo responderia à CPI perguntas sobre desvios de recursos nas obras do Canal da Maternidade, que só começou e ficou pronta quando o ex-governador Jorge Viana, PT, assumiu o governo. Os recursos das obras eram administrados pela superintendência da Caixa em Rondônia, sob o comando de Iacira Azamor.

A fama de boa gestora chegou ao conhecimento do então prefeito de Ariquemes, Confúcio Moura (PMDB) que a convidou a ocupar diversos cargos de primeiro escalão na administração municipal. Não se arrependeu. Iacira mostrou a mesma competência que a consagrou na Caixa Econômica, tanto que o já governador de Rondônia, Confúcio Moura, a guindaria a um cargo muito espinhoso, a de coordenadora do PAC no estado de Rondônia, responsável por gerir bilhões de reais para o saneamento básico em vários municípios.  Missão dada, missão sendo cumprida. Ao tomar conhecimento dos problemas da Caerd, o governador resolveu entregar mais um abacaxi para Iacira descascar. E este abacaxi realmente está sendo difícil de descascar. Quando assumiu a Caerd em 6 de janeiro de 2014, Iacira Azamor também acumularia também a Secretaria-Executiva do PAC em Rondônia. Na ocasião da posse, Iacira Azamor confirmou a conclusão do processo de licitação das obras da rede de água tratada e de esgoto na capital já providenciou imediatamente a contratação de novas obras de saneamento para as localidades de União Bandeirantes, Vista Alegre do Abunã e também a segunda etapa de obras em Porto Velho. Também apresentou à Caixa Econômica Federal o projeto que prevê a implantação de 100% da rede de esgoto em Jaru e Ji-Paraná.

Um ano e meio depois, Iacira Azamor é acordada no dia 15 de julho de 2015, há 15 dias, portanto, com a notícia de que a Polícia Federal a estaria investigando por suposto favorecimento de uma empresa de Brasília. Pois Iacira esperou, esperou e esperou sentada a chegada da tropa da Polícia Federal e nada. Então ela resolveu verificar a história in loco. Nem os policias sabiam do que se tratava. Só que o nome dela constava na tal lista. Para ela, isso faz parte da perseguição que vem sofrendo desde que entrou na Caerd e implementou uma nova dinâmica na estatal.

A famosa gestão compartilhada com os sindicalistas levou a empresa para o buraco financeiro, para a inadimplência e para o descrédito. Ninguém queria mais fornecer para a Caerd. A folha comprometia 80% do faturamento, sendo que as fraudes comprometiam mais 50%. Com a nova gestão, em um ano e meio a dívida de R$ 1 bi, baixou para R$ 753 milhões que está sendo renegociada. As maiores dívidas eram com a Eletrobrás, Correios e Fazenda Nacional (impostos).

Iacira Azamor modernizou o local de trabalho dos funcionários
Iacira Azamor modernizou o local de trabalho dos funcionários

A nova gestão acabou com o desleixo e reacendeu a credibilidade. “Conseguimos moralizar internamente, melhorando as condições de trabalho e isso tem motivado os funcionários”, disse Azamor.

As ações que estão sendo implementadas por Iacira Azamor

aza3capa Iacira detalha as ações que vem implementando na Caerd. “Em termos de saneamento, estamos trabalhando em parceria com o governo do Estado, e agora no último dia 15 de Julho, assinamos dois convênios com a Caixa, no valor de 180 milhões de esgoto para Ji-Paraná e 10 milhões para Jaru, que vão complementar o serviço que já está sendo feito. Os dois municípios ficam assim, com 100% de água e esgoto. Em Porto Velho, homologamos e assinamis o contrato para o esgoto do sistema sul da capital. Estamos conseguindo tirar tudo do papel e transformar em realidade para a população.

 Iacira assinou o contrato na sexta-feira, 24 de julho com o consórcio Gelmcen, composto dpor duas empresas, uma do Paraná e outra do Distrito Federal. “Nós tivemos informações boas sobre o grupo e acredito que vamos conseguir ter um bom andamento de obra”, disse ela, que convidou a Polícia Federal para acompanhar as obras. É a primeira vez que a PF acompanhará uma obra do PAC de perto.

Nos primeiros meses, a empresa fará o projeto básico e executivo, previsto para aproximadamente seis meses, e logo em seguida, a cidade começa a receber o esgoto. O plano de ataque da obra é começar pela estação de tratamento. “Acredito que em quatro meses começaremos essa obra”, prevê.

Texto: Mais RO

Fotos Marcelo Gladson

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