PESCA ESPORTIVA EM PORTO ROLIM (Rio Guaporé)

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Gastronomia, Kanpai Restaurante”e  meu filho Hugo “cursando o ultimo semestre de Veterinária”) que iriam em direção a um dos mais lindos lugares de Rondônia para pesca,  um verdadeiro paraíso do ecoturismo, somente para sentir a aventura da pesca esportiva no famoso Rio Guaporé em  Porto Rolim-RO. Saímos de Ouro Preto do Oeste no alvorecer do dia, logo o sol tímido se despontava com seus raios luminosos, sabíamos que em breve estaria com sua força total podendo variar entre 36 a 40 graus pelo rincão Rondoniense, algumas vezes atingindo temperaturas muito mais altas.
O nosso comboio composto por uma caminhonete e um carro de passeio dividindo passageiros e bagagens, teve uma ótima viagem, as estradas estavam ótimas, metade do percurso era asfaltada e a outra metade estrada de chão batido, não tivemos problemas em momento algum com as estradas.
Parte II
Porto Rolim está localizado a 700 quilômetros de Porto Velho, o acesso em via terrestre a partir de Porto Velho é pela BR 364, após Presidente Médici deve-se entrar na RO 479, transita por 50 quilômetros até Rolim de Moura, segue então pela R0 383 até Alto Alegre por aproximadamente 65 quilômetros e em seguida outros 130 km de terra pela RO 490, até as margens do Rio Mequéns, onde está localizado o estacionamento do ponto de apoio. Chegamos lá por volta de meio dia onde os piloteiros já nos aguardavam com suas voadeiras (barcos c/ motores de popa), dali saímos em direção à ilha Porto Rolim, um vilarejo de aproximadamente 800 habitantes a 20 minutos de barco pelo rio Mequéns, onde ficam hotéis, pousadas e alojamentos às margens dos Rios Mequéns e Guaporé (ao fundo) formando a ilha. O rio Mequéns faz parte do parque nacional e é protegido por lei, suas águas com alta oxigenação faz do Rio um berçário ideal para o desenvolvimento de várias espécies. Em Porto Rolim as opções de lazer são: a pesca, os passeios de barco pelos rios Mequéns e Guaporé e os bailes realizados nos finais de semana. O turista se depara com um cenário repleto de matas nativas, águas calmas, pássaros e peixes de várias espécies, os animais podem ser vistos nas margens do rio, geralmente fugindo da proximidade dos pescadores, exceto os Botos cinza e alguns raros cor-de-rosa estes sim, são os mais sociáveis, e em alguns momentos demonstram estar se exibindo para os turistas, sem duvida naquele momento eles viram a atração principal.
Parte III
Ficamos no Hotel Guaporé, uma modesta instalação conjugada em madeira e alvenaria, apartamentos limpos com ar condicionado, frigobar, uma cama de casal e um beliche, tudo simples, mas confortável. Encontramos já de saída Dr. Barreto “juiz de direito” e sua esposa; Manoel “Oficial de justiça” e Maura sua esposa, todos do fórum de Ouro Preto, estavam muito contentes tinham feito uma boa pescaria.
No primeiro dia depois de instalados, almoçamos uma deliciosa refeição, peixada de pintado, arroz branco, saladas, um verdadeiro banquete regado a cerveja estupidamente gelada. Em seguida saímos para iniciar nossa pescaria, antes fizemos um trajeto de 25 minutos de barco pelo rio Mequéns, até desembocarmos no rio Guaporé onde tudo aconteceria. Por motivos pessoais o piloteiro que pilotaria para meu filho e eu não se apresentou, enviou seu filho de apenas 17 anos, garoto nascido e criado naquela região, o qual não nos decepcionou, alem de nos garantir uma ótima pescaria de varias espécies, ainda deu um show aparte, navegando durante a noite por águas baixas sem encalhar nos bancos de areias que torna o rio Mequéns em verdadeira armadilha para piloteiros inexperientes. Nos outros dias já com o Davi nosso piloteiro oficial, continuamos nossa aventura de pescaria esportiva. Com sua experiência nos levava em verdadeiros santuários, onde o prazer da pesca surgia a cada fisgada, com materiais leves e iscas artificiais, os tucunarés, cachorras e pescadas já fisgadas, saltavam a quase um metro da superfície se debatendo com a isca na boca numa tentativa desesperada de livrar-se. Muitas vezes fisgávamos dois exemplares em uma só vez. Quando o sol sobrepunha às montanhas, iniciava o cair da noite, mudávamos a tática de pescar, usávamos materiais mais pesados para resistir à força dos monstros do rio Guaporé, grandes Cacharas, Surubins e Pirararas. Meu filho e eu nos divertíamos ao fisgar grandes peixes de 6 a 12 kg, fiquei extasiado ao ser agraciado por uma Pirarara, um lindo exemplar de 24.6 kg, confesso que foi o maior peixe que já peguei em toda minha vida, foi inexplicável o que senti a cada tirada de linha que fazia o molinete grunhir e a linha cantar sob as águas escuras, depois de quase uma hora travada de briga, com meus braços enfastiados, obtive êxito, sem dúvidas, este foi meu maior desafio se tratando de pesca, porque minhas tralhas considerada mediana um molinete Daiwa 4000 100mt, vara de 55LB, com linha de apenas 50mm, onde a maioria dos pescadores usam linhas 60mm ou superior.
Parte IV
Quando tomava meu ultimo café da manha, nos preparando psicologicamente para despedir daquele paraíso e pegar a estrada de volta, fui informado que alguns moradores fundadores da ilha e o presidente da associação gostariam de falar comigo, sem perda de tempo fui prontamente ouvi-los. Primeiro falei com um dos moradores mais antigo do vilarejo e fundadores, um professor federal aposentado, falei também com o atual presidente da ECOMEG: Associação Ecológica Comunitária de Conservadores do Rio Guaporé e seus Afluentes. Em conversa entendi que existe um grande descontentamento com o tipo de pesca profissional liberada no Rio Guaporé a lei não é tão rígida quanto as imposta aos turistas, ainda falta fiscalização para fazer que ela seja cumprida a risca; aproveitando-se disso a pesca profissional fica a revelia, usando táticas predatórias e formas proibidas, pescas que dizima as espécies, isso prejudica a comunidade que vive especificamente do turismo da pesca. Falamos também com a guarnição militar e florestal, mas o que ouvimos foi o que já sabíamos, falta de contingente e logística, agravado por falta de viaturas (barcos patrulhas), conforme o presidente da ECOMEG, “Se não houver uma intervenção das autoridades competente vai ser difícil controlar os ânimos dos descontentes, podendo gerar conflitos perigosos entre as classes”.

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Reportagem: Wellington Gomes
Revisão de texto: Prof. Suzette Ferreira23