MORTADELAS E COXINHAS: UNI-VOS CONTRA A CONSPIRAÇÃO DOS CORRUPTOS E PODEROSOS PARA ACABAR COM OS DIREITOS….

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RETICÊNCIAS POLÍTICAS  –  Por Itamar Ferreira *

Estamos vivendo sem dúvida alguma o período mais dramático para os trabalhadores e o povo brasileiros nos últimos 70 anos, desde o advento da CLT. Após os governos do PSDB, com Fernando Henrique Cardoso, e do PT, com Lula e Dilma, seguidos pela deposição desta última e a ascensão ao poder de uma camarilha de corruptos liderados pelo vexatório Michel Temer, herdamos uma sociedade profundamente dividida.

Dividida, principalmente, em dois grandes segmentos, que passaram a ser denominados por iguarias culinárias. De um lado, os “mortadelas”, compostos por simpatizantes e partidários de esquerda, artistas, intelectuais, jornalistas e juristas afins; de outro, os “coxinhas”, mais ligados ao pensamento e partidos de direita/conservadores, que igualmente têm seus artistas, intelectuais, jornalistas e juristas afins.

Entretanto, enquanto mortadelas e coxinhas brigam ferozmente entre si, principalmente nas redes sociais, uma grande conspiração de corruptos, aliados à grandes empresas, banqueiros, ruralistas e à grande mídia, agindo descaradamente em plena luz do dia, estão exterminando direitos históricos duramente conquistados, como férias, décimo terceiro, FGTS, licença maternidade, horas extras, jornada de 8 horas, repouso semanal remunerado, 1/3 férias, além de todas as proteções previstas na CLT, acordos e convenções coletivas.

É uma tragédia anunciada: em termos de direitos e garantias retornaremos aos tempos da escravidão. A analogia com o trabalho escravo não é apenas força de expressão, mas será em breve uma realidade concreta: um paraíso para o capitalismo selvagem explorador e uma catástrofe para os trabalhadores. Estão alterando nada menos do que 118 artigos, com mais de 200 mudanças, todas prejudiciais e SEM CRIAR UM ÚNICO DIREITO novo aos trabalhadores.

Para destroçar todos direitos trabalhistas bastam apenas três dessas mudanças: 1) a terceirização; 2) o legislado sobre o negociado e 3) a Pejotização. A terceirização geral e irrestrita permitirá, em breve, que todos os empregados de uma empresa grande, média ou pequena sejam terceirizados. Com isso, a empresa que você trabalha atualmente poderá demitir os atuais empregados e contratar terceirizados com salários menores, além de não ser mais responsável, por exemplo, por passivos trabalhistas. Não importa se você é mortadela ou coxinha, o seu emprego e seus direitos vão ‘dançar’.

O tal “negociado sobre o legislado” nada mais é do que a permissão para que patrões e empregados possam negociar a redução de direitos previstos em lei. O que você acha, mortadela e coxinha, que vai acontecer em cada empresa pelo Brasil a fora?

A chamada “pejotização” ou “PJ”, de pessoa jurídica, é a situação em que o trabalhador é forçado a criar uma empresa individual em seu nome, com CNPJ, e desta forma fazer um contrato de prestação de serviços com o seu atual patrão. Com isso, não terá nenhuma garantia trabalhista, como férias, décimo terceiro, FGTS, etc.; ou proteção previdenciária como os auxílios doenças e acidentes. É a escravidão, para mortadelas e coxinhas.

É essa a “modernização” que deputados/as e senadores corruptos e/ou grandes empresários querem impor ao povo e aos trabalhadores brasileiros. Querendo ou não, mortadelas e coxinhas estão no mesmo barco e se continuarem remando em direção opostas vão todos naufragar, afundar, numa escravidão dos tempos modernos.

É urgente identificar os pontos mínimos que possam unir os briguentos coxinhas e mortadelas, sendo que à primeira vista poderia se apontar três: 1) “Fora Temer”, independente se terá eleições diretas ou indiretas; 2) nenhum direito trabalhista e previdenciário a menos e 3) punição de corruptos e corruptores, com ressarcimento ao erário, independente de cores partidárias. É fundamental construir uma pauta mínima comum.

Diante desta tragédia anunciada e iminente só resta uma alternativa: MORTADELAS E COXINHAS UNI-VOS!!!

* Itamar Ferreira é bancário, dirigente da CUT, formado em administração e pós-graduado em metodologia do ensino pela UNIR e acadêmico de Direito da FARO

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