Manifestantes contra impeachment “escracham” Mariana Carvalho

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marioana1Manifestantes realizaram mais uma série de “escrachos” de parlamentares que apoiam o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Nesta segunda-feira (2), militantes da Marcha Mundial das Mulheres foram ao escritório da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) em São Paulo, cobrar um voto contrário ao impeachment. No local, pregaram cartazes em que chamam de “golpe” o processo de deposição, e escreveram “traíra golpista” na calçada.

No sábado (30), outro grupo de mulheres realizou protesto semelhante e deixou velas na porta da casa da senadora. Suplicy foi filiada ao PT até abril do ano passado, e, hoje no PMDB, mesmo partido do vice Michel Temer, defende o impeachment.”Ela foi eleita com uma plataforma de defesa dos direitos das mulheres, dos LGBTs, das minorias. É natural que esses setores tenham uma expectativa em relação ao voto dela [no processo de impeachment]”, diz Sarah de Roure, uma das organizadoras do ato.

mariana2Em Porto Velho, o alvo foi a casa da deputada federal Mariana Carvalho (PSDB-RO), onde os manifestantes escreveram “Aqui mora uma golpista”. Também houve protesto em frente à casa do deputado federal Sérgio Vidigal (PDT-ES), no Espírito Santo.

A estudante Ana Júlia Bonifácio, membro do Levante no Estado, afirma que o senador foi escolhido por, segundo ela, também ter praticado pedaladas fiscais durante o período em que governou o Estado. “Ele se colocar como uma pessoa apta a julgar um impeachment supostamente por pedaladas fiscais é no mínimo suspeito”, diz.

Mariana tem um histórico de votações contra as classes sociais e contra as minorias. A deputada federal votou favoravelmente ao golpe e em discurso dedicou seu voto assim: “Pelo resgate da dignidade, pelos sonhos; pelo resgate da autoestima do povo brasileiro e pela a juventude”. Ora, a deputada Mariana Carvalho não representa a Juventude, pois votou favoravelmente à redução da maioridade penal e à terceirização.

Mariana Carvalho (PSDB-RO),é pré-candidata do PSDB de Porto Velho
Mariana Carvalho (PSDB-RO),é pré-candidata do PSDB de Porto Velho

Mas, a pior ação da deputada Mariana foi ter votado no deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para presidente da Câmara dos Deputados. Hoje, sabe-se, Cunha é o deputado mais corrupto do Brasil. Está em vias de ser cassado.

Laryssa Sampaio, do Levante Popular da Juventude de Rondônia, afirma que os atos devem continuar. “Ainda tem muitas figuras centrais no processo do golpe que é necessário denunciar”, diz. Ela destaca que outros movimentos sociais estão adotando a prática do escracho, como a Marcha Mundial das Mulheres. Na última semana, manifestantes da UNE usaram a tática de protesto em frente à sede do jornal “O Globo”, no Rio.

 

No domingo (1º), o protesto foi contra Antonio Anastasia (PSDB-MG), ex-governador de Minas e relator da comissão do impeachment no Senado. O ato foi organizado pelo Levante Popular da Juventude, que levou faixas e tambores à porta da casa do senador, em Belo Horizonte. O grupo pichou “Anastasia golpista” e “PSDB golpista” no local.

 

OUTRO LADO

A assessoria do senador Antonio Anastasia informou que ele não vai se pronunciar. Na última quinta (28), o parlamentar rebateu as acusações de que praticou pedaladas fiscais. “Quero sempre lembrar que, nesse processo [impeachment], o objeto não é a análise de ações de ex-governadores, ex-prefeitos, ex-presidentes, mas da atual presidente da República. Meu governo acabou há mais de dois anos”, disse.

A deputtada Mariana Carvalho afirmou que “respeita todas as manifestações, desde que não falte o respeito com as pessoas”. Ela rejeita o título de “golpista”. “Todos sabemos que o impeachment está previsto na Constituição Federal. Acho que [o protesto] é um ato de desespero”, diz.

O deputado Sérgio Vidigal disse que “todo mundo tem o direito de se expressar”, mas que mantém a uma posição favorável ao impeachment. “Sou um dos 54 milhões que votou na presidente Dilma, mas seu governo foi uma frustração muito grande”, afirmou.

A senadora Marta Suplicy não respondeu até a publicação desta reportagem.

Fonte: Redação Mais RO com informações de O Tempo