MANAUS – Delegado que matou advogado no Porão do Alemão já tinha passagem pela polícia

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Na época do acidente de trânsito, Gustavo era lotado em São Gabriel da Cachoeira (Foto: Divulgação)

O delegado Gustavo Sotero já tinha se envolvido em uma confusão de trânsito e foi parar na delegacia. Segundo a PM, na ocasião, ele teria se recusado a fazer o teste do bafômetro

O delegado plantonista do 1o Distrito Integrado de Polícia, Gustavo Sotero, que matou o advogado Wilson Justo Filho e deixou outras três pessoas feridas durante um tiroteio no bar Porão do Alemão na madrugada deste sábado (25), já tinha se envolvido em uma confusão de trânsito e foi parar na delegacia. O caso aconteceu no dia 13 de fevereiro de 2014.

Na ocasião, o delegado colidiu o seu veículo de modelo Gol, cor vermelha, no carro do representante comercial Eduardo Cintrão, sobrinho de um agente da Polícia Federal, na avenida São Jorge, bairro São Jorge, na Zona Oeste de Manaus, em frente a uma casa de show. Gustavo era lotado no município de São Gabriel da Cachoeira.

Durante depoimento, o representante Cintrão afirmou que o delegado estava com visíveis sinais de embriaguez, e ao tentar negociar o prejuízo do acidente, Sotero teria se alterado. Em seguida, Cintrão acionou uma viatura da Polícia Militar para tentar contê-lo. Com a chegada da polícia, o delegado se recusou a fazer o exame do bafômetro e foi autuado em flagrante por embriaguez ao volante.

A Polícia Civil do Amazonas informou que o delegado George Gomes teria sido escolhido para realizar as investigações do caso, já que não possuía vinculo de amizade ou inimizade com o servidor envolvido no acidente.

A Corporação afirmou, que o delegado envolvido no acidente foi submetido a teste visual no Instituto Médico Legal (IML), assinado pelo perito legista Ellysson Oliveira Abinader, que afirmou não apresentar sinais de embriaguez, ressaltando que Gustavo Sotero se recusou a fornecer o material de sangue.

Sindepol se manifesta

No dia 14 de fevereiro de 2014, o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Amazonas (Sindepol) se pronunciou sobre o caso. O órgão informou que “feitas as devidas ponderações sobre a desnecessidade de se solucionar questões cíveis no âmbito de delegacias, policiais militares passararam a impurtar o delito de embriaguez ao volante a Autoridade Policial” .

O Sindepol também afirmou que “imagens registradas dão conta que o Delegado Gustavo Sotero mantinha calma e não demonstrava qualquer ato que pudesse atentar contra a ordem pública ou que ensejasse a ordem de prisão da forma como equivocadamente se deu”.

O Sindicato também destacou que “policiais militares, de forma manifestamente abusiva, algemaram um dos pulsos do Delegado Sotero vindo a lhe causar lesões corporais, tentando a todo custo o colocar no “xadrez” da viatura. O que não foi feito”.

Fonte:A Critica