Investimento de cerca de R$ 10 milhões torna Centro Técnico Abaitará de Pimenta Bueno referência no combate ao êxodo rural

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Na escola alunos aprendem nova metodologia para melhorar a vida no campo

Após receber investimentos de cerca de R$ 10 milhões, entre 2014 e 2017, o então  Instituto Estadual de Educação Rural Abaitará de Pimenta Bueno, agora Centro Técnico (Centec), oferece aos mais de 300 alunos uma estrutura mais ampla e adequada à prática das atividades voltadas à agropecuária, com ênfase no desenvolvimento regional. Por iniciativa do governador Confúcio Moura, que tem por propósito avançar o processo ensino aprendizagem em Rondônia e evitar o êxodo rural, jovens com idade a partir dos 16 anos são incentivados a se especializar em áreas de atuação da família, utilizando metodologia de ensino teórico e prático que promove o crescimento econômico e social, contribuindo com a fixação do homem no campo, de forma sustentável, melhorando a qualidade de vida também nas cidades.

Localizada na zona rural, no Km 32 da RO-010, a instituição de ensino é responsável pela formação de técnicos profissionais em agropecuária, agronegócio, agroecologia, informática e aquicultura, em regime de internato para os que moram em municípios distantes, enquanto os de municípios vizinhos vão para suas casas nas sextas-feiras. A escola também funciona como alternativa à inclusão social, pois a maioria dos alunos é filho de produtores rurais, de classe média baixa, ribeirinhos e indígenas de 32 municípios e sete distritos rondonienses.

Entre os investimentos realizados pelo governo em 2014, no valor de R$ 3,6 milhões, estão a construção de uma quadra poliesportiva, adequação de espaços, como salas de aulas, alojamentos masculinos e femininos, lavanderia, refeitório, espaços de convivência, laboratórios, além da construção de unidades técnicas para o curso profissionalizante de agroecologia, como curral, aprisco, pocilga e aviário. Já em 2015 foram mais de R$ 4,6 milhões do Programa Integrado de Desenvolvimento e Inclusão Socioeconômica (Pidise) aplicados na construção de seis salas de aula climatizadas, carteiras e data show, além de três alojamentos, cada um contando com uma lavanderia. No mesmo ano foram adquiridas 18 vacas e um touro, em leilão eletrônico, totalizando R$ 70 mil. O leite produzido é utilizado na alimentação dos alunos, que também fazem a ordenha.

Estrutura foi ampliada para atender a mais de 300 alunos, a maioria filhos de produtores

“Eles cuidam do rebanho bovino, que é uma média de 40 cabeças de gado e 30 carneiros, assim como da horta e de tudo que tem aqui. Estudam e trabalham seguindo escala de serviço. A produção de frutas, verduras, peixe, entre outros, também é para consumo interno”, explicou a diretora Eliane Faria.

Na próxima segunda-feira (7), em solenidade marcada para as 16h30, o governador Confúcio Moura oficializará a nova nomenclatura da escola e inaugura uma série de investimentos realizados para o ano letivo de 2017, entre eles 300 metros de pavimentação asfáltica, construção de dois blocos com seis salas de aula, dois alojamentos femininos, banheiros para ambos os sexos, área de vivência com paisagismo, bem como, a reforma das instalações elétrica e hidráulica de seis pavilhões com capacidade para 36 alunos, do alojamento, cozinha, refeitório, bloco administrativo e 10 de salas de aula. Com isso, a capacidade de vagas na instituição de ensino quase triplicou, passando de 110 para 304. Todas as salas são climatizadas.

Essas obras receberam recursos próprios do governo, no valor de R$ 200 mil, com execução do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem, Infraestrutura e Serviços Públicos (DER), Superintendência Estadual de Gestão dos Gastos Públicos e Administrativos (Sugesp) e Seduc, em convênio com a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), que disponibilizou a mão de obra de reeducandos dos projetos de ressocialização de Porto Velho e Rolim de Moura.

Para melhorar o acesso, em 2016 também foram construídos 700 metros de asfalto, incluindo uma galeria de concreto da rodovia até a entrada da escola. O custo foi de R$ 800 mil.

Além da transformação em Centec, pela Lei Complementar 908/2016, a diretora disse que o centro educacional também ganhou novo formato de autarquia, estando vinculado agora ao Instituto de Desenvolvimento da Educação Profissional de Rondônia (Idep-RO), instituído pela mesma lei. Ele é ligado à Secretaria de Estado da Educação (Seduc), mas dotado de autonomia administrativa, pedagógica, disciplinar, financeira, orçamentária e patrimonial, sendo o órgão gestor da Política de Educação Profissional do estado.

Além de cuidar da horta e de toda produção agrícola e de peixe, estudantes também tiram o leite utilizado na alimentação

Ainda conforme Eliane Faria, a equipe é composta por 63 servidores, entre eles professores especialistas, mestres e doutores, cedidos pela Seduc e a Entidade Autárquica de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RO). Um Conselho de Administração formado por empresários dos municípios de Pimenta Bueno, Rolim de Moura e Cacoal é responsável pelas políticas macros da instituição, enquanto o Conselho de Educação Superior do Idep delibera sobre as políticas educacionais, que tornam o Centec referência na educação profissional rural e do agronegócio, inclusive com credenciamento junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RO).

Os municípios que atualmente têm alunos matriculados no Abaitará são Alta Floresta do Oeste, Alto Alegre dos Parecis, Alto Paraíso, Buritis, Monte Negro, Campo Novo, Cacoal, Ministro Andreazza, Pimenta Bueno, Espigão do Oeste, São Miguel do Guaporé, São Francisco do Guaporé, Santa Luzia do Oeste, São Felipe do Oeste, Primavera de Rondônia, Novo Horizonte do Oeste, Nova Brasilândia, Parecis, Chupinguaia, Castanheiras, Porto Velho, Guajará-Mirim, Costa Marques, Nova Mamoré, Governador Jorge Teixeira, Theobroma, Vilhena, Santa Luzia do Oeste, Nova União, Seringueiras, Urupá e Candeias do Jamari. Além dos distritos de Querência do Norte, Nova Estrela, Nova Califórnia, Surpresa, Estrela de Rondônia, Triunfo e Vila Casulo.

Os ribeirinhos são das regiões do Alto Madeira, Parecis e Alta Floresta; e os indígenas das terras Sagarana, Pedral, Sotério, Deolinda, Ricardo Franco, Bom Jesus, Bahia das Onças, Urusari, Tupari e São Pedro.

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Fonte
Texto: Veronilda Lima
Fotos: Daiane Mendonça e Maicon Lemes
Secom – Governo de Rondônia