Eleições 2016: hora de “contratar” o síndico municipal

0
551
Alex sendo entrevistado por Jô Soares

Alex Bezerra de Menezes (*)

Alex sendo entrevistado por Jô Soares
Alex sendo entrevistado por Jô Soares

No século quarto antes de Cristo, Platão já advertia os cidadãos de Atenas para a necessidade de se envolver nas questões políticas da cidade. O sábio ateniense ensinou com sua sabedoria particularmente recheada de ironia que não havia muito problema em não se gostar de política; estes seriam governados por aqueles que gostam. Isso diz muito.

No atual embate para eleger o síndico da cidade há, além das naturais e super na moda, fraturas ideológicas, um certo desdém pelo pleito. Não faço uso do termo “síndico” de modo gratuito; nem o horário eleitoral é gratuito; pagamos por ele. A ideia é exemplificar o estado de espírito que move muitos cidadãos que moram em prédios e são convocados para uma reunião de condomínio. Eu já vi gente dizer que tinha compromisso inadiável: ia à missa. Quando todos sabiam que ele era evangélico.

A necessidade de estarmos atentos a quem vai controlar os destinos das nossas cidades é mais do que obrigatoriedade democrática; é urgente! Na organização política do Brasil, em que os poderes são fatiados com o intuito de aperfeiçoar a administração pública, o prefeito é de longe o que está mais perto dos governados, uma vez que a abrangência do governador do Estado e do Presidente da República os colocam numa espécie de “distanciamento institucional” dos problemas que afetam as cidades.

O Brasil possui 5506 municípios. Os Estados Unidos, com 120 milhões de habitantes a mais e quase 1 milhão de km2 maior em território, tem apenas 3 mil cidades. Isso explica a necessidade da vigilância e de se empenhar em levar para a cadeira de prefeito a pessoa melhor preparada ou que apresente as soluções mais factíveis – jamais as soluções impossíveis: olho nos que vendem essa ilusão. Estaremos elegendo a pessoa que cuidará das nossas ruas.

Praefectus urbi. Literalmente prefeito da cidade, de onde se origina também a palavra urbano, onde vivem 85% da população nacional. A primitiva designação do prefeito em Roma era a de cuidar do comércio de carne e do pão vendidos aos romanos. Como tudo evolui, a incumbência desse nobre político é fazer melhorar a vida dos contribuintes que com seus impostos, sustenta a sua rua, o seu bairro, a sua cidade, o seu Estado e o seu país. Sua cidade precisa do seu voto consciente, ela conta com você.

(*) Alex Bezerra de Menezes, escritor, advogado e pesquisador (autor do livro Depois do Fim).