Cuidados paliativos: um novo olhar sobre o último capítulo da vida

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mariagoretti

Um discurso inovador, um novo olhar sobre a pessoa e não mais sobre a doença é o que propõem os cuidados paliativos, um desafio ético e técnico para a medicina. Este foi o tema da palestra, promovida pela Unimed Rondônia, na última sexta-feira, 28, ministrada pela médica paliativistaMaria Goretti Maciel.

Para Maria Goretti, que também é presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP) e diretora do Instituto Paliar, “Cuidados Paliativos” incluem, além do alívio da dor e de outros sintomas físicos, a atenção a sofrimentos psicossociais e emocionais e o apoio à família até a fase do luto. “A assistência paliativa é realizada por equipe multiprofissional, liderada por um médico, e composta por, no mínimo, um enfermeiro, um psicólogo, um assistente social e um fisioterapeuta”, explicou.

A palestra foi rica em relatos repletos de sentimentos, solidariedade, ética e profissionalismo, vivenciados pela médica paliativista e sua equipe. “O cuidado paliativo vem com sua força, ele toca o ser humano, permite que o paciente viva o último capítulo da vida”, destaca.

Para Robson Jorge Bezerra, presidente da Unimed Rondônia, trata-se de um assunto de grande importância e o momento é oportuno para mudança de conceitos. “Ao ouvir pessoas experientes como a palestrante, temos a orientação do caminho a seguir, é um trabalho a ser feito, uma equipe multidisciplinar a ser formada, enfim, uma oportunidade de otimizar nosso Hospital Unimed para o atendimento desses pacientes”, afirmou.

José Ferrari, médico oncologista, revelou emocionado o quanto a palestra o tocou. “O que presenciei aqui foi numa ótica revolucionária, assunto inovador e humanizado na medicina brasileira. Precisamos urgentemente nos atentar às questões que envolvem morrer com dignidade”, ressaltou.

No ano de 2002, os Cuidados Paliativos foram definidos pela Organização Mundial de Saúde como uma abordagem ou tratamento que melhora a qualidade de vida de pacientes e familiares diante de doenças que ameacem a continuidade da vida. Mas para que isso ocorra, Goretti salientou a necessidade da avaliação e controle de forma impecável não somente da dor, como também, de todos os sintomas de natureza física, social, emocional e espiritual.

Em setembro deste ano, a Academia Nacional de Cuidados Paliativos protocolou,no Conselho Federal de Medicina (CFM), uma solicitação de reconhecimento da Medicina Paliativa como especialização médica.

“A medicina paliativa traz uma perspectiva humana e no fundo do coração de todo profissional, que vem trabalhar na área da saúde, tem essa pulsão humana, ele cuida do ser humano, dedicou sua vida a isso, pode usar uma ou outra forma, um ou outro método, mas ele está sempre questionando o seu papel. Quando a medicina paliativa vem com um discurso novo, com esse olhar sobre a pessoa e não mais sobre a doença, se toca profundamente aquilo que está lá na raiz do profissional, desde o momento da sua opção de trabalhar nessa área”, finaliza a médica paliativista.

Daniela Roman Ross
Assessora de Comunicação – Unimed Rondônia