Comissão denuncia reação violenta à reforma agrária em Rondônia

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21 mortes em 2015: Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo estará na capital Porto Velho, entre os dias 7 e 11 de março,
21 mortes em 2015: Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo estará na capital Porto Velho, entre os dias 7 e 11 de março,
21 mortes em 2015: Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo estará na capital Porto Velho, entre os dias 7 e 11 de março,

Na região do Vale do Jamari, em Rondônia, a violência no campo está tomando grandes proporções. A denúncia é da Comissão Pastoral da Terra (CPT), que reforça a falta de reforma agrária como a principal razão dos conflitos. Segundo a entidade, em 2015 foram 21 trabalhadores do campo assassinados no estado. Neste ano, quatro já foram mortos.

A maioria dos conflitos, de acordo com a Comissão, ocorre entre fazendeiros e integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). Já o governo de Rondônia, informou em sua página na internet que o batalhão da Polícia Militar em Ariquemes está combatendo crimes praticados por organização criminosa infiltrada no movimento social.

Para a CPT, a preocupação é a criminalização dos movimentos sociais, como explica o agente pastoral Josep Iborra.

“A segurança pública de Rondônia tem atuado de forma muito parcial. Apenas criminalizando os sem-terra e acusando da violência. Na realidade o que há é uma reação muito violenta dos fazendeiros que grilaram as terras. A maioria são terras públicas. Uma até foi expropriada pelo Incra pra reforma agrária e, na realidade, eles estão reagindo de forma violenta contra qualquer pretensão de que as terras sejam destinadas à reforma agrária”, declarou Josep Iborra.

 

Ciente dos conflitos na região, o ouvidor agrário nacional, desembargador Gersino José, não acredita que haja criminalização de lideranças ou imparcialidade nas investigações promovidas pela PM de Rondônia.

“Não é verdade essa afirmação dos movimentos sociais rurais de que há criminalização dos trabalhadores rurais. As operações que são feitas têm o objetivo de garantir a integridade física dos proprietários, dos empregados e trabalhadores rurais, doa a quem doer”, disse  Gersino José.

O desembargador descartou a possibilidade de federalização das investigações e ressaltou que a Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo estará na capital Porto Velho, entre os dias 7 e 11 de março, a fim de debater soluções para a violência na região.

A assessoria de imprensa da PM de Rondônia informou em nota que a força-tarefa da corporação é composta por 25 policiais militares com equipes de inteligência, auxiliados por uma aeronave. A Força Nacional também está atuando na operação.