CINTA LARGA ESTÁ PIOR DO QUE HÁ 13 ANOS QUANDO HOUVE O MASSACRE DE GARIMPEIROS, DIZ PROCURADOR

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Reginaldo Trindade na tribo Cinta Larga (reserva Roosevelt)
Reginaldo Trindade na tribo Cinta Larga (reserva Roosevelt)

PORTO VELHO- Em  entrevista ao jornalista Vinícius Canova, publicada ontem no site Rondônia Dinâmica, o  procurador da República Reginaldo Trindade disse que a situação atual envolvendo o povo Cinta Larga, na reserva Roosevelt, é tão ou mais grave do que era há treze anos, quando ocorreu a morte de 29 garimpeiros. Segundo Trindade,  o mesmo contexto presente naquela época que provocou a tragédia, está presente ainda hoje. E tudo gira em torno de uma grande riqueza, diamante, cuja prospecção é proibida pelo governo federal.

Reginaldo Trindade disse na entrevista que o governo federal continua omisso. “Esse cenário foi o que praticamente levou, conduziu às mortes dos 29 garimpeiros, e está presente ainda hoje”, disse em tom de preocupação. O procurador disse que o mais grave na situação atual é que, diferente do que houve há 13 anos, o embate entre índios e garimpeiros, hoje, além desse embate, existe o embate entre os próprios índios.

A maioria dos índios Cinta Larga quer ver o garimpo fechado e sair dessa situação irregular, mas, segundo Trindade, “tem ali uma meia dúzia, como sempre acontece, que quer ver o garimpo aberto. E esse embate pode transbordar em violência a qualquer momento”, disse.

Drogas, prostituição e até pedofilia

“Hoje, tudo, absolutamente tudo que não presta, está presente na aldeia”, disse o procurador. ” Nós temos: drogas, prostituição, armas de fogo, pedofilia, tudo isso nós temos na aldeia”, afirmou. Segundo ele, o garimpeiro casa com índia adolescente de treze ou quatorze anos só para ter acesso ao garimpo.

Reginaldo Trindade teme pelo pior.  ” O governo não está nem aí, está dando de ombros. O governo ou não sabe, ou, se sabe, finge que não sabe e a vida continua. Então esse cenário é muito ruim. É o cenário de passar privações extremas a ponto de ter de ceder para o crime organizado. É o cenário em que cada vez mais a esperança desses índios por dias melhores é testada. Então tudo isso é muito ruim e pode desaguar, mais cedo ou mais tarde, em novos conflitos. E se novos conflitos acontecerem provavelmente tombarão muitos índios”, disse.

Leia aqui a entrevista completa

Mais RO com informações do Rondônia Dinâmica