BANCO DO POVO Pequenos empreendedores da região de São Francisco poderão expandir negócios com créditos sem burocracia

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Sem precisar abrir conta e sem necessidade de saldo médio, como exigem os bancos oficiais, pelo menos 35 mil projetos de pequenos empreendedores já foram financiados pelo Banco do Povo de Rondônia, nos últimos seis anos, por meio do programa Microcrédito Produtivo Orientado, subsidiado pelo governo estadual por meio do Fundo de Investimento e Desenvolvimento Industrial (Fider) vinculado à Superintendência de Desenvolvimento do Estado de Rondônia (Suder).

Viviane Caldenas quer investir R$ 2 mil na comercialização de produtos naturais

Conforme o presidente do Banco do Povo, Manoel Serra, o programa atende a 30 municípios rondonienses com 36 pontos de atendimento, seis dos quais em Porto Velho e distritos, e na próxima sexta-feira (28) será inaugurada a agência de São Francisco do Guaporé, que tem população estimada em 16 mil habitantes.

Incentivados pelos exemplos de sucesso, Viviane Caldenas e Jacó Mendonça, que vendem produtos naturais e roupas e acessórios, respectivamente, estavam entre os pequenos empreendedores que nesta segunda-feira (24) procuraram a agência da rua João Goulart, 2182, bairro São Cristóvão, em Porto Velho.

Manoel Serra lembrou que até 2010 eram apenas duas agências, mas com a parceria formalizada com o estado e prefeituras, por iniciativa do governador Confúcio Moura, começou a expansão do programa, que tem contribuído com o aquecimento da economia com investimentos feitos na criação ou ampliação de pequenos negócios formais ou informais, subsidiados pelo governo estadual. “É com a parceria do governo que conseguimos oferecer taxas de juros de 1% ao mês nos créditos destinados a investimentos na agricultura e de 2% para o comércio”, disse Serra, explicando que compete às prefeituras disponibilizar o espaço para a agência e um servidor, que é treinado para o atendimento.

Para ter acesso ao crédito de R$ 300 a R$ 10 mil, qualquer cidadão que pretende instalar um pequeno negócio pode se dirigir a uma agência, onde são realizados o cadastro e entrevista socioeconômica para saber a viabilidade do negócio e depois de analisado o crédito é liberado em até uma semana via cheque nominal. São necessários RG, CPF e comprovante de residência, que pode ser conta de luz, água e telefone; não pode ter restrições nos serviços de proteção ao crédito e precisa de um avalista.

Ainda segundo Manoel Serra, mesmo antes de inaugurar a agência de São Francisco do Guaporé já tem mais de 50 projetos para ser financiados. Trabalhos de identificação de potenciais também já foram iniciados para implantação das agências de São Felipe do Oeste e Colorado do Oeste.

Jacó Mendonça planeja ampliar o comércio de roupas e acessórios

Em 2016, foram liberados 2.083 créditos que totalizaram R$ 5,740 milhões, enquanto as renegociações foram 176 resultando em R$ 630,398 mil liberados. Em 2015 e 2016 as mulheres foram as que mais recorreram ao banco (54%).

Para o titular da Suder, Basílio Leandro, o Microcrédito Produtivo Orientado é importante porque faz movimentar a economia com pequenos empreendedores que não têm acesso aos bancos oficiais. Ele citou o exemplo de uma senhora que conseguiu crédito para uma máquina e hoje é dona de uma lavanderia.

Basílio ainda adiantou, que em breve o governo vai lançar o microcrédito itinerante, que atenderá às comunidades ribeirinhas de Costa Marques e Guajará-Mirim no Barco Hospital Walter Bártolo.

CASOS DE SUCESSO

Entre os casos de sucesso, Manoel Serra apontou os criadores de avestruz de Mirante da Serra, que abriram uma indústria de cosméticos; piscicultores de Rolim de Moura, que hoje trabalham em cooperativa para a compra de ração; polo de confecções de Pimenta Bueno; Jair Rodrigues, de Rolim de Moura, que começou a fabricar carretinhas para motos, após montar sua própria oficina de solda com o dinheiro adquirido; produtores de flores em Porto Velho, Sylvio Cezar e Graciele Auxiliadora, que geram mais de 15 empregos; Divino e Maria Alice de Souza, que estão no terceiro empréstimo para incrementar a produção de hortaliças em Alta Floresta do Oeste.

Também obtiveram crédito e êxito em seus empreendimentos a esteticista Paulicéia, de Itapuã do Oeste; o agricultor José Siminhuk, de Parecis, que investiu em cursos de qualificação e aperfeiçoamento e hoje produz 200 quilos de polpa de frutas, de forma padronizada; Ailton Dias, de Pimenta Bueno, que investiu na aquisição de máquinas e equipamentos, como sistema de irrigação, bomba elétrica e colheitadeira, ampliando a produção de mandioca, jiló, quiabo, pepino, abóbora e outros, tornando-se fornecedor dos feirantes; Vera Lúcia, de Rolim de Moura, que abriu uma loja de roupas, acessórios, cosméticos, entre outros; Cristiano e Aldinely Garcia, de Porto Velho, donos de um frigorífico; Gerli da Silva, de Guajará-Mirim, que começou como sacoleira e hoje tem sua loja de roupas; e José Torrico, também de Guajará-Mirim, dono de um minibox.

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Fonte
Texto: Veronilda Lima
Fotos: Marcelo Gladson
Secom – Governo de Rondônia