ARTICULISTA VÊ QUE MAURÃO NÃO DECOLOU E QUE ACIR COM APOIO DO PSB SEGUE NA DIANTEIRA

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Senador Acir Gurgacz (PDT-RO)
O articulista e especialista em marketing político Armando Bueno volta a analisar o quadro político de Rondônia, em função das eleições de 2018. Para ele, Maurão de Carvalho (PMDB) ainda não decolou e que o favorito continua sendo o senador Acir Gurgacz (PDT).

Nas democracias modernas, a discussão aberta, ponderada e inteligente é um padrão recorrente que revela saúde no processo de tomada de decisão. Isto está ocorrendo na executiva do PSB em Rondônia, mas as coisas parecem não ir tão bem, pois não há consenso. Aliás, é o consenso o desafio das discussões não só na política, num momento nacional aonde a polarização tornou-se um mantra perigoso, extremamente danoso para o caminhar democrático.

De um lado, o vice-governador Daniel Pereira tem posição clara para uma aliança do seu PSB com o PDT do senador Acir Gurgacz. Por óbvio, Daniel, o futuro governador a partir de abril de 2018, tem gosto pela coligação em função do alto nível de entendimento e afinidade com o senador do PDT, e parece que a recíproca é verdadeira. Mas, no processo democrático moderno, o consenso já superou o voto da maioria como meio de buscar o entendimento de alto nível. Por maioria, a executiva do PSB é contra e este é o imbróglio, o nó da discórdia, porque Daniel estaria decidido a ir em frente com seu objetivo.

MAURÃO NÃO DECOLOU
Pra complicar o tabuleiro, neste final de semana, num ato certamente pensado para funcionar como um freio de arrumação nas discussões, o PMDB de Ariquemes lançou o governador Confúcio Moura como pré-candidato ao senado. O deputado Maurão de Carvalho, presidente da Assembleia Legislativa e confirmado pré-candidato do PMDB ao governo, não estava presente. Cabe tudo nesta ausência: não foi convidado ou comunicado, já tinha outra agenda inadiável, não quis participação nesse palco nada estranho, na realidade hostil, e que sinaliza fortemente as divisões internas do PMDB. Mas Maurão já pode estar sendo isolado para ir pra frigideira em definitivo. Não decolou porque não tem estratégia, não tem assessoria e não conseguiu despertar as paixões prematuras tão vitais para seu voo solo. O vácuo já se forma e as especulações correm soltas em todas as rodas.

De outro lado, também está apontado claramente que uma composição PMDB, PSB e PDT agora tornou-se inviável em definitivo. E o caldo entorna com a provável indicação, pelo PSB, do seu líder maior no interior, o prefeito Jesualdo Pires, como pré-candidato ao Senado. O ex-prefeito Mauro Nazif vem com tudo como o candidato do PSB para federal, mas o chefe do Cone Sul, Melki Donadon, já se acertou com o senador Acir e deve assinar sua ficha de filiação no PDT, o que o conduz diretamente para uma pré-candidatura para deputado federal. Esse desenho torna a dobradinha PDT/PSB uma tropa de elite para enfrentar outros pelotões de candidatos bons de voto, mas tudo ainda é muito, muito incerto, em especial porque quem é pré-candidato em condições de se eleger não se assume, e quem não é já colocou o pé na estrada.

A VEZ DOS FRANCO-ATIRADORES
Esse novo rito do processo eleitoral já causou severos estresses entre todos. Os donos da cadeira estão pilhados, porque estão pressentindo a necessidade de mudar de partido ou ter de fazer uma briga interna fratricida, e os que querem as cadeiras agem como franco-atiradores, verdadeiros snipers totalmente focados e com a vantagem de não terem o desgaste daqueles que vão completar quatro anos com entregas pífias, para dizer o mínimo. E as pesquisas? Esqueçam. Elas vão perder seu papel moderador, divisor ou direcionador. Boa parte delas, senão todas, têm a mão do gato mexendo nos números de acordo com interesses inconfessáveis. A população já mostrou que não se guia por elas, mas o vício da mídia por elas é um delírio, compreensível não por afinidade, mas por interesse. Que o digam o Datafolha et caterva.

Se você é candidato em 2018, está atrasado.

Se está em mandato, vai levar um ultimato.

Se é franco-atirador, venha instalar um acelerador.

Meu nome é BUENO.

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