A agricultura familiar pretende reconquistar a vaga de deputado federal em 2018: será com Anselmo ou Alessandra?

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Alessandra Lunas

 

RETICÊNCIAS POLÍTICAS – Por Itamar Ferreira *

Ex-deputado federal, Anselmo de Jesus

A agricultura familiar de Rondônia, organizada na base da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (FETAGRO), com aproximadamente 40 sindicatos espalhados por todo o Estado, pretende reconquistar a vaga na Câmara dos Deputados, que foi ocupada de 2002 a 2010 e, depois em 2013 e 2014 por Anselmo de Jesus.

Atualmente existe dois donos cotados para representar a militância deste segmento na disputa eleitoral de 2018 para deputado federal. Um é o da novata em pleitos eleitorais Alessandra Lunas, do Município de São Francisco do Guaporé. A trajetória de Alessandra é essencialmente sindical, já presidiu a FETAGRO na década de 90, depois ocupou durante vários anos importantes cargos na Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), incluindo a vice presidência daquela entidade.

Alessandra retornou em tempos recentes à Rondônia e neste ano foi eleita para ser a vice presidente da FETAGRO. Seu nome surgiu como uma reivindicação do bem organizado coletivo de mulheres da FETAGRO, defendendo que deveria ser um nome de mulher pra esta disputa de deputado federal; tendo conseguido apoio de uma maioria dos dirigentes que compõem o Conselho Deliberativo da Federação.

O outro nome, que surge naturalmente, é o do ex-deputado federal Anselmo de Jesus, que já assumiu a Secretaria de Agricultura do Estado e atualmente é o presidente do IPERON, além de também já ter presidido a FETAGRO. O nome de Anselmo foi preterido na disputa interna entre as lideranças que comandam a Federação, mas o ex-deputado não teria participado desse debate interno e sequer teria sido oficialmente comunicado sobre esta decisão.

A apesar do coletivo de mulheres ter conseguido maior apoio interno entre os dirigentes sindicais para o nome de Alessandra, na base da agricultura familiar, onde realmente estão os votos que contam na disputa pra deputado federal, o nome de Anselmo de Jesus teria um apoio muito maior do que o do outra pretendente, em função de sua intensa atuação sindical, política e administrativa em prol da agricultura familiar nos últimos anos no Estado.

Pesa desfavoravelmente à Alessandra o fato dela ter passado longos anos militando sindicalmente em Brasília e nacionalmente, tendo pouca atuação no Estado; sendo que o período até as próximas eleições pode ser insuficiente para que ela se torne mais conhecida em todo Estado e consiga se tornar um nome eleitoralmente viável neste momento.

Apoiadores de Anselmo de Jesus acreditam que se  houver consultas nos principais municípios, com uma maior participação da base da agricultura familiar, o nome de Anselmo ganharia  a indicação para disputar uma nova candidatura para Câmara dos deputados. O impasse está colocado e exigirá que o diálogo seja ampliado, visando garantir uma solução que preserve a unidade e aprove o nome que for mais estratégico para a próxima disputa.

(*) Itamar Ferreira é bancário, dirigente sindical do SEEB e da CUT-RO, formado em administração de empresas e pós-graduado em metodologia do ensino pela UNIR, acadêmico de Direito 10º período da FARO.